Mês: Setembro 2020

  • o medo por santana castilho CONVIDADO DO 34º COLÓQUIO

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    O Medo
    Começou um ano lectivo marcado pelo sacrifício de boa parte das necessidades de crescimento de crianças e jovens à decantada segurança sanitária. Os alunos regressados à escola tiveram certamente dificuldade em reconhecer os rostos dos colegas e dos professores, parcialmente tapados por máscaras sanitárias. A comunicação verbal, elemento essencial em aula, sairá fortemente limitada pelas máscaras, dificultando as aprendizagens. A quase supressão dos recreios, as limitações de todo o tipo de convívio e de contacto físico, as restrições ao uso das casas de banho, bares e refeitórios, não contribuirão para o bem-estar dos alunos.
    A perturbação angustiante da nossa vida social e das nossas emoções, causada pelo cemitério de números e dados estatísticos sobre a covid-19, pobremente contextualizados e explicados, em que se transformaram os noticiários televisivos, terá consequências de caráter permanente.
    Uma informação séria relacionaria sempre o aumento do número de infectados com o incremento do número de testes aplicados. Com efeito, a duplicação desse número não quer dizer, necessariamente, que tenha aumentado a disseminação do vírus. Uma informação séria daria mais importância à evolução do número de mortos e internados que ao número de infectados. Com efeito, se este número aumenta e aqueles diminuem, uma leitura possível é que o vírus esteja a perder perigosidade. Uma informação séria alarmaria menos e relativizaria mais. Por exemplo, poderia recordar-nos dados fornecidos por Graça Freitas (30.1.19), sobre a epidemia de gripe de então: taxa de incidência de 89,3 casos por 100 mil habitantes, quando hoje 20 por 100 mil nos atiram para o índex de país perigoso; 12.380 óbitos no mês de Janeiro; 23 pessoas internadas em cuidados intensivos numa só semana.
    Muita informação do mesmo tipo, despejada continuamente sobre as pessoas, acaba desempenhando o papel de trolls perniciosos, apostados em moldar as nossas emoções e fomentar o medo, para nos dispor a aceitar regras, sem lhes questionar a validade.
    As zaragatoas nas ventas de quem não tem sintomas, procurando um coronavírus em cada esquina, trouxeram aos trabalhadores com piores salários (restaurantes e zonas turísticas) desemprego e layoff e às empresas com crónicas fragilidades financeiras (a maioria) uma espiral de falências. Já em finais de Abril, os números divulgados pelo Banco de Portugal eram assustadores e ainda a procissão ia no adro. O medo transformou os lares dos velhos em prisões e condenou-os a penas que não podem entender. O medo encerrou os parques infantis ao ar livre, castrando imbecilmente as crianças do direito de brincarem. As múltiplas proibições e obrigações, redefinidas hora-a-hora por catadupas de informações inúteis, incoerentes e contraditórias, são impostas pelas novas brigadas dos costumes sanitários, que despejam álcool-gel na inteligência dos cidadãos, enquanto o vírus comtempla o esplendor da desumanização que os humanos criaram e o pivot da pátria é expulso da comissão de honra de Luí Filipe Vieira.
    Poucos parecem reflectir sobre o preocupante modo de governar pelo medo, a pretexto da segurança sanitária, aceitando as constantes restrições à liberdade, decididas sem respeito pela legalidade constitucional, num apagar sistemático das interacções sociais fundadoras do relacionamento humano.
    O medo é um fenómeno psicológico caracterizado pela tomada de consciência de que estamos expostos a um perigo, seja ele real ou imaginário. Quem não se lembra do papão e do escuro, ameaças da nossa infância, ou dos espectros recentes dos vários fins do mundo, dos choques apocalípticos dos meteoros com a terra, do terrível bug informático, que sorveria toda a organização da nossa sociedade no virar do milénio, ou dos sucessivos anúncios da iminente terceira guerra mundial?
    Só a inteligência e a análise serena dos factos nos pode ajudar a distinguir o medo legítimo e razoável do medo despropositado e exagerado, originado por coisas que acabam por nunca acontecer. O medo favorece a ascensão dos piores, corrói a lucidez e é terreno fértil para demonizar os que não vão na onda da histeria colectiva. A continuarmos assim, não me surpreenderá que eu ainda viva para lutar contra vacinações obrigatórias, impostas a sociedades sem vontade própria e alimentadas por sistemas de ensino meramente utilitários.
    In Público de 30.9.20
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  • restaurante Nacional tivemos 3 invernos seguidos

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    “Tivemos três invernos seguidos, com o verão a ser ainda pior que os invernos”
    É dos restaurantes mais antigos de Ponta Delgada, se não mesmo o mais antigo, e nunca viveu uma crise tão grande como a actual, causada pela pandemia de covid-19. Falamos do Restaurante Nacional e quem o afirma é o proprietário, Carlos Medeiros, que fala em quebras superiores a 50% na actividade. “O balanço dos últimos meses é mau. Tivemos uma quebra muito grande, para cima de 50 por centro”, revela em declarações ao Diário dos Açores.
    Aberto desde Junho de 1947, o espaço de restauração, localizado no centro histórico da cidade de Ponta Delgada, está na família de Carlos Medeiros desde 1980. O proprietário, desde tenra idade ligado ao restaurante, garante que “esta é a pior crise de todas as que já viveu”.
    “A crise económica de 2008 não foi fácil de ultrapassar, mas nada que se compare com esta, que está a ser muito mais violenta para nós”, afirma o responsável.
    O Nacional esteve, como a grande maioria dos estabelecimentos, encerrado durante dois meses e meio, na altura em que vigorou o estado de emergência. Reabriu a 2 de Junho e desde então o movimento não tem sido o melhor.
    “O movimento de clientes tem sido muito irregular. Não se compara aos anos anteriores. Há dias razoáveis, outros muito mauzinhos. No mês de Julho ainda apareceram alguns turistas. Vão aparecendo alguns continentais, mas agora cada vez menos”, conta ao nosso jornal.
    Quanto aos clientes locais, Carlos Medeiros nota que têm “receio” de ir aos restaurantes. O serviço de ‘take-away’, que não era uma grande aposta do Nacional, passou a fazer parte do dia-a-dia do estabelecimento.
    “Muitos [clientes locais] têm receio de vir aos restaurantes e vêm com mais frequência buscar comida para levar”, refere, acrescentando que “antes da pandemia não estávamos ‘virados’ para o take-away”.
    “De vez em quando havia apenas um cliente ou outro que pedia refeições para levar, mas agora aparecem cada vez mais clientes, principalmente locais, a recorrer a este serviço”, relata.
    “Três invernos seguidos”
    Sinais de retoma? Para já, não há. “Infelizmente, não há sinais de retoma e já estamos a entrar na época baixa. Sinto que tivemos três invernos seguidos, com o verão a ser ainda pior que os verdadeiros invernos”, considera Carlos Medeiros.
    E, se num cenário normal a facturação de verão serve para cobrir a época baixa, desta vez não será assim. “Trabalha-se de verão, para segurar o negócio no inverno, mas este ano, simplesmente, não houve época alta”, lamenta o empresário da restauração.
    O responsável espera, contudo, que os desejados sinais de retoma surjam no verão do próximo ano de 2021, mas admite que “não será como em anos anteriores”.
    À semelhança de muitos empresários açorianos, também Carlos Medeiros sentiu necessidade de recorrer aos apoios públicos que foram disponibilizados. Aderiu ao ‘lay-off’ durante os meses de confinamento, mantendo ainda hoje alguns dos nove funcionários em ‘lay-off’ parcial. Segundo destaca, a manutenção destes postos de trabalho são uma preocupação, “pois as despesas diárias são as mesmas apesar do movimento ter diminuído”.
    Olhando para o futuro, o empresário da restauração não tem as melhores perspectivas: “Espero estar enganado, mas não acredito que as coisas melhorem nos próximos meses”, refere. Mas mantém o pensamento positivo.
    “Acho que todos os que estão a trabalhar num sector ligado ao turismo temem pelos seus negócios. Da maneira que as coisas correm, temos sempre de pensar no pior. Mas não acredito que [o encerramento do restaurante] venha a acontecer. Felizmente contamos com muitos anos de experiência e espero conseguir dar a volta por cima”, afirmou o proprietário do restaurante Nacional, ao Diário dos Açores.
    Por Alexandra Narciso
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    Por que é que o Futuro do Trabalho será determinado pelas Competências e não pelos Graus? (World Economic Forum) https://www.weforum.org/agenda/2020/09/reckoning-for-skills/
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