Mês: Novembro 2019

  • Património de Influência Portuguesa Palácio das Repartições Cidade de Dili – Timor

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    Património de Influência Portuguesa
    Palácio das Repartições
    Cidade de Dili – Timor
    Equipamentos e infraestruturas.

    O atual edifício do Palácio do Governo ou das Repartições é assim designado por nele se concentra‐ rem vários serviços públicos e como forma de o distinguir da residência do governador, situada na zona suburbana de Lahane. Fronteiro à Avenida Marginal de Díli, foi erigido na década de 1950, no âmbito do plano de reconstrução levado a cabo pelo governo português na sequência da devastação de que o território timorense fora vítima no decurso da Segunda Guerra Mundial.
    O palácio constitui um cenário de frente urbana sobre uma praça cerimonial virada ao mar. Essa função, com usos, funções e cargas simbólicas próprias, precedeu a praça urbana formal. Esta, quando foi desenhada e assumida, replicou simbolicamente a Praça do Comércio de Lisboa, com estátua do Infante D. Henrique ao centro e tendo por limites o Palácio do Governo pelo sul, o mar pelo norte, o Quartel de Infantaria pelo poente e um vazio arborizado a nascente. Formalmente, o edifício recorre ao modelo espalhado pelo império durante a década de 1950. Construção tradicional portuguesa em dois pisos, com telhados de quatro águas e beirados, enfatizando a frente com arcada ao nível da praça e varanda com colunata de pilares e cobertura plana em placa de betão. Ao centro da composição, enfatizando o eixo de simetria, os três arcos centrais e o correspondente troço da varanda superior são porticados citando um peristilo, encerrando‐se a varanda e apresentando três vãos de peito eixados pela arcaria.
    Curiosamente, o palácio é composto não por um, mas por três corpos, sendo os laterais ligeiramente reduzidos na sua extensão em relação ao corpo central, pois apresentam quinze arcos (três centrais e seis laterais de cada um dos lados), enquanto o corpo central apresenta dezassete (três centrais e sete laterais de cada um dos lados). Neles os pórticos de peristilo em cada eixo são menos enfáticos, pois mantêm a continuidade da varanda e não ultrapassam a cota do beirado, o que acontece apenas no corpo central.
    Todos os corpos se desenvolvem para o tardoz em corpos secundários, perpendiculares ao plano da fachada e também de dois pisos, despidos dos elementos arquitetónicos que compõem a fachada principal, tais como arcarias, varandas e pórticos, apresentando‐se na sua simplicidade formal como elementos que estruturam, enquadram e apoiam, em termos funcionais, as áreas mais representativas que ocupam a frente da praça.
    No período que antecedeu a independência de Timor, foram ali instalados os serviços da Missão das Nações Unidas para Timor‐Leste, mais conhecida pelo seu acrónimo inglês UNAMET, sendo o local refúgio de muitos timorenses durante o período de violência que se seguiu ao referendo de 30 de agosto de 1999. Posteriormente, o edifício seria sede da sucessora da UNAMET, a Administração Transitória das Nações Unidas para Timor‐Leste (UNTAET), que cessaria funções em 2002 com a independência. Presentemente, o edifício é a sede do Governo, retomando as funções iniciais de edifício sede do poder político.
    Edmundo Alves e Fernando Bagulho
    (in HPIP – Património de Influência Portuguesa)

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  • Património de Influência Portuguesa Centro de Saúde de Dili – Timor

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    J M Domingues Silva to TIMOR NO CORACAO

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    (in HPIP-Património de Influência Portuguesa)

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    Património de Influência Portuguesa
    Centro de Saúde de Dili – Timor
    Equipamentos e infraestruturas

    O Centro de Saúde de Díli começou a ser construído em 1954, ao abrigo do I Plano de Fomento Ultramarino (1953-1958) para o território de Timor. O projeto inicial, solicitado pelo Governador de Timor, foi realizado, no Gabinete de Urbanização do Ultramar, pelo arquiteto José Manuel Galhardo Zilhão e remetido para a colónia, em 1952, juntamente com outros estudos preliminares de equipamentos para implantar em Díli. Seguindo-se à elaboração do Plano Geral de Urbanização de Díli (1951), estes estudos e projetos urbanísticos e arquitectónicos demonstravam a vontade do Governo em investir na reconstrução da capital que, à época, ainda se encontrava em ruínas, por consequência da ocupação japonesa durante a II Guerra Mundial, e que carecia dos equipamentos mínimos fundamentais para o seu funcionamento.
    O projeto do Centro de Saúde previa a construção de dois edifícios: um corpo principal, reservado para consultórios e serviços de farmácia, e um anexo para funcionar como depósito e garagem. O edifício principal desenvolve-se a partir de uma planta em V que, no cruzamento das duas alas, desenha a esquina entre a antiga Rua Formosa (atual Avenida Cidade de Lisboa) e a Travessa da Bé-fonte. A entrada abre-se no ponto de encontro das duas fachadas compostas por galerias exteriores e protegidas, da incidência solar, por meio de grelhas. Em 1956, parte da verba do Plano de Fomento foi direcionada para a construção do edifício de anexos: um corpo de formato alongado disposto perpendicularmente ao limite da rua. Em 1966, de acordo com o relatório de execução do Plano Intercalar de Fomento, o anexo seria adaptado para funcionar como farmácia do Estado. Em 1957, foi atribuída verba para construção de um centro materno num edifício independente, posicionado na continuidade da ala norte-sul do edifício principal, de desenvolvimento ao nível do rés-do-chão por meio de uma planta em H, apresentando fachada tripartida, orientada para a travessa. Em 1959, neste último edifício instalou-se a Missão de Combate às Endemias que acabaria por sofrer adaptações, em 1969, para funcionar como Delegacia de Saúde.
    Isabel Boavida
    (in HPIP-Património de Influência Portuguesa)

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  • BAUCAU TIMOR PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO PORTUGUÊS

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    Património de Influência Portuguesa
    Mercado de Baucau – Timor
    Equipamentos e infraestruturas
    De uma monumentalidade invulgar em Timor, cuja arquitetura colonial não prima nem pela riqueza nem pela originalidade, o Mercado de Baucau foi erigido por iniciativa do tenente Armando Eduardo Pinto Correia, administrador daquela circunscrição entre 1928 e 1934.

    Inaugurado em outubro de 1932, o mercado, cujas dimensões mereceram a crítica de organismos governamentais, que consideraram a obra opulenta e excessiva, insere‐se num vasto plano de construção de edifícios públicos promovido por Pinto Correia, que contemplou a construção de duas residências para o administrador – uma em Baucau e uma outra em Venilale – as instalações da Secretaria da Circunscrição e Junta Local, bem como um conjunto de escolas, erigidas nas principais povoações da região.

    De desenho afrancesado, ao modo como nas academias europeias se desenhavam os pavilhões para feiras e exposições agrícolas na transição entre os séculos XIX e XX, o Mercado de Baucau adquire uma escala inesperada no lugar, pelo carácter leve do edifício e pelo modo sábio como é implantado na transição entre colina e várzea, definindo um plano superior onde se desenvolve o mercado, com arcada em todo o perímetro e um plano inferior que constitui uma espécie de praça pública celebrativa, contemplativa do edifício e por ele dominada.

    A diferença de cota entre os dois planos é assumida por embasamento cego e de massa, com escadaria monumental de dois braços, nascendo junto a cada torreão e terminando na linha de transição da colunata com o volume dos arcos centrais. Ao centro, entre as duas escadas e reforçando o eixo central da composição, aparece um portal encimado por frontão aberto ladeado por um par de colunas com capitel fitomórfico, sacralizando a depuração do embasamento com a introdução de um elemento arquitetónico requintado que confere ao lugar uma serenidade mais própria do templo.

    Encima o embasamento a construção leve do mercado propriamente dito, composta pela galeria semicircular com colunata e arquitraves no intercolúnio, dois torreões nas extremidades e arco triunfal ao centro, com dois arcos menores laterais ao modo serliano, cuja unidade e leveza é acentuada pela caiação a branco. No coroamento da grande massa do embasamento, na cobertura da galeria da colunata e nos torreões, existe uma balaustrada também caiada a branco que acentua o ar leve e suspenso do edifício, delimitando‐o por uma espécie de delicado véu que desce até ao solo nas guardas das escadas, com balaústres e pilaretes nas transições dos planos inclinados e de nível.

    Também nesta obra se sentiram os efeitos de uma campanha de obras transfigurante e descuidada, que eliminou a diferenciação de massa entre o embasamento e o corpo superior do mercado. Eliminou‐se o portal inferior com frontão e colunas, o que destruiu a finura da composição, substituindo‐a por um paredão caiado que banalizou a escadaria trocando monumentalidade por grandeza e, como se não bastasse, enfeitou‐se todo o sistema de arquitrave reta no intercolúnio da colunata superior com arcos lobados que transformam o edifício.
    Edumundo Alves e Fernando Bagulho
    (in HPIP – Património de Influência Portuguesa)

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  • TIMOR PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO PORTUGUÊS

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    Património de Influência Portuguesa
    Escolas Pinto Correia
    Circunscrição de Baucau – Timor
    Equipamentos e infraestruturas.
    Erigidas por iniciativa do tenente Armando Eduardo Pinto Correia, administrador da circunscrição de Baucau entre 1928 e 1934, com recurso a verbas da junta local e contribuições voluntárias da população local, as escolas de Teulale, Laga, Baguia, Quelicai, Vemasse, Laivai e Venilale obedeceram a um mesmo plano construtivo, de sua autoria.
    Visando dotar a circunscrição de uma rede escolar, que ao tempo contava apenas com três escolas, e suprir as insuficiências da educação ministrada pelos missionários, que reputava de má qualidade, Pinto Correia seria ainda responsável por um plano curricular a ser aplicado nos novos estabelecimentos de ensino.
    Os edifícios das escolas, que contemplam um átrio, um pátio interior descoberto, uma sala de aula e um refeitório, circundados em três frentes por uma varanda, estariam integrados, de acordo com o projeto do administrador, num complexo escolar que incluiria ginásios ao ar livre e cobertos, oficinas de carpintaria e serralharia, viveiros para o ensino da agricultura e uma residência para o professor. A estrutura deste complexo espelha o modelo educativo então defendido pelo governo para as populações indígenas, a quem se entendia adequada a administração de uma educação letrada básica, complementada por uma aprendizagem prática.
    A Escola do Reino de Venilale, a mais monumental do conjunto, obedece a modelo tipológico caracterizado por dois pavilhões paralelos com cobertura de três águas – as tacaniças surgem apenas nos topos da fachada principal – revestida a chapa ondulada de aço zincado e de construção muito simples, separados/ unidos por pátio central, cujo espaço equivale aproximadamente a um terceiro pavilhão justaposto e subtraído. Este dispõe apenas de um pequeno espaço interior vestibular anexo ao acesso principal, que serve de mediação entre o exterior público (rua) e privado (pátio). Simbolicamente, o pátio é conotado com o claustro conventual, a que não falta o poço redondo, agora sob a forma de canteiro e caldeira de árvore, que serve para sombreamento deste espaço exterior.
    Este conjunto de pavilhões e pátio central encaixa por três lados num sistema exterior de galerias em U, com simples alpendres nas partes laterais, que formam as pernas do U, e arcadas no corpo central da base, numa espécie de cenário plano da fachada principal. Tal faz subir o tom representativo e enobrece o carácter arquitetónico do conjunto, apenas na sua face de apresentação mais urbana, um pouco ao modo do palácio do renascimento italiano, onde se interpreta a fachada como um cenário urbano ao qual são justa‐ postos os diversos volumes funcionais.
    Na base do U exterior em arcadas e no eixo de simetria, situa‐se a entrada principal da escola, bem marcada e identificada por frontão curvo encimando três arcos, dos quais se destaca o central, e a escadaria em forma de tronco piramidal com patamar de acesso definindo o nível da entrada. É patente no desenho a influência chinesa de Macau, por exemplo no frontão redondo apoiado em arcadas e duplas colunas com caneluras pintadas em tom forte, repetindo um mote cromático que acontece em capitéis, cornijas, sancas, molduras e elementos ornamentais de platibandas.
    Exteriormente, o edifício da Escola do Reino de Venilale, à semelhança dos demais edifícios escolares, é inspirado na arquitetura clássica, com uma fachada falsa, ornada por uma colunata e frontão, tal como o monumental mercado de Baucau, erigido igualmente por iniciativa de Pinto Correia.
    A Escola do Reino de Venilale, que beneficiou entre 2000 e 2002 de obras de recuperação segundo um projeto do Grupo de Estudos de Reconstrução – Timor Leste (GERTiL), da Faculdade de Arquitetura de Lisboa, é presentemente o imóvel do conjunto que se encontra em melhores condições.
    Eduardo Alves e Fernando Bagulho.
    (in HPIP – Património de Influência Portuguesa)

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  • liceu de dili, timor, arquitetura portuguesa

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  • Um dos vídeos mais incríveis da Ilha das Flores, nos Açores – byAçores

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    https://youtu.be/0rHDmEedpPA

    João Câmara já nos habitou a fantásticas imagens aéreas, e não só, dos Açores. Desta vez partilha fantásticas imagens das suas férias na Ilha das Flores. Imagens magníficas e de cortar a respiração. Vídeo por João Câmara FilmMaker

    Source: Um dos vídeos mais incríveis da Ilha das Flores, nos Açores – byAçores

  • NORBERTO ÁVILA, EXCELENTE DRAMATURGO DAS ILHAS AÇORES

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    José Paz dedica esta Aula no Cinema à figura do dramaturgo Norberto Ávila, mostra do bom estado de saúde do teatro contemporâneo das Açores.

    Source: NORBERTO ÁVILA, EXCELENTE DRAMATURGO DAS ILHAS AÇORES