27 de Outubro 2024 . www.diariodosacores.pt
Osvaldo Cabral osvaldo.cabral@diariodosacores.pt
A política é um campo fértil para a hipocrisia.
Há mesmo teses internacionais que confirmam a incoerência política em todas as sociedades, provocando um descrédito e uma desmotivação popular, com consequências nas participações eleitorais.
Uma delas diz que a hipocrisia é considerada um instrumento importante no jogo do poder, que pode ser utilizado pelos políticos segundo as suas necessidades e os seus objectivos de êxito.
Maquiavel afirma explicitamente as vantagens advindas da ação hipócrita: inúmeras "promessas foram tornadas irritas e vãs pela infidelidade dos príncipes, e aquele que, com mais perfeição, soube agir como raposa, saiu-se melhor".
Para quem vem acompanhando a política na nossa Região há quase meio século, não faltam histórias, quase diárias, de hipocrisia política fazendo escola em todos os partidos, governos e parlamentos.
Recorro a dois exemplos nos últimos dias.
O Governo da República de António Costa, que foi dos piores para a nossa Autonomia, orçamentou 9 milhões de euros destinados às OSP dos Açores.
Os seus dois desastrosos Secretários de Estado - Pedro Nuno Santos e João Galamba - nunca lançaram o concurso público para as referidas OSP, que custavam muito mais de 9 milhões de euros.
O Governo dos Açores e o PSD-Açores protestaram bem alto, como lhes competia, classificando de "incompetência" todo o processo e acusando os governantes da República de quererem prejudicar os Açores.
Agora, Luís Montenegro apresenta o seu Orçamento para o próximo ano e lá estão escarrapachados os mesmos 9 milhões de euros!
Silêncio absoluto dos que antes protestavam, barulho quanto baste promovido pelos deputados do PS, agora na oposição.
Outro exemplo: a Caixa Geral de Depósitos, que é um péssimo banco a servir clientes, anunciou a redução de serviços nas suas agências, prejudicando vários concelhos das nossas ilhas e obrigando as populações a deslocações bastante distantes para atendimento presencial.
O PS dos Açores, através do seu líder, aproveitou-se do caso e, entre muitas outras acusações, classificou a medida como "um retrocesso na coesão territorial do país".
Esta mesma preocupação não foi vista em 2017, quando a mesma CGD fechou 70 agências em todo o país, incluindo nalguns concelhos açorianos - muito pior do que reduzir serviços - e quando os partidos da oposição de então chamaram o ministro Mário Centeno para dar explicações, este atirou a responsabilidade para critérios de gestão da respectiva administração do banco.
Não há político, hoje em Portugal, com especial relevo nos Açores, que não tenha telhados de vidro.
O ímpeto político de cada um obriga-os aos maiores contorcionismos, alguns deles mesmo maquiavélicos.
Transformar isto numa virtude é o expoente máximo da hipocrisia.
Ao comum dos cidadãos só resta um apelo: poupem-nos a tais papéis!
A eDreams analisou os dados da sua plataforma para descobrir os destinos de férias mais reservados pelos portugueses que vão aproveitar o feriado do Dia de Todos os Santos, a 1 de Novembro, e a respetiva 'ponte', para viajar.
Tal como tem vindo a ser habitual, Paris mantém o estatuto de destino mais popular entre os portugueses.
Entre as restantes cidades favoritas dos viajantes para este momento encontrase Ponta Delgada (Açores), Barcelona e Madrid (Espanha) e Londres (Reino Uni-do).
Este ano, destaca-se uma outra tendência interessante: apesar da cidade mais procurada ser no estrangeiro, em termos do país com mais reservas, os portugueses deram preferência a Portugal.
Assim, ao contrário do ano passado, em que Espanha foi o destino favorito, este ano o aumento das reservas para destinos nacionais, como Ponta Delgada e Funchal, confirma esta mudança no comportamento de viagem dos portugueses.
Uma vez que este feriado acontece em vários países, a eDreams analisou ainda o fluxo de turistas estrangeiros que escolheram Portugal para como destino, concluindo que os visitantes que vão chegar até nós são principalmente vindos de França, Alemanha, Espanha, Suíça e Luxemburgo. Lisboa e Porto são os destinos mais procurados pelos visitantes internacionais.
A Soltrópico lançou uma campanha que "visa potenciar as vendas nos Açores em parceria com a Visit Azores", iniciativa que oferece "um incentivo especial" para reservas até 30 de novembro de 2024, cujas viagens decorram até Março do próximo ano.
"Os viajantes poderão beneficiar de um desconto de 40 euros na reserva pré-viagem de uma experiência, aplicável a uma das mais de 15 experiências disponíveis na programação", indica o operador turístico do Grupo Newtour, num comunicado enviado à imprensa.
No âmbito desta campanha, os preços começam nos 199 euros por pes soa, com alojamento de duas noites, APA, no Hotel Varandas do Atlântico, de três estrelas na Ilha Terceira, com partida de Lisboa a 13 de Janeiro de 2025.
Gonçalo Palma, diretor-geral da Soltrópico, o operador turístico espera que esta campanha seja "um catalisador para aumentar o fluxo de visitantes aos Açores durante este período do ano".
"Este esforço visa não apenas enriquecer a experiência dos viajantes, mas também impulsionar as vendas, promovendo um desenvolvimento sustentável e equilibrado na região", acrescenta o responsável.