vulcanologistas espanhóis alertam para são jorge

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Através da análise dos dados obtidos por satélite, especialistas do Instituto Vulcanológico das Canárias (INVOLCAN) consideram que a deformação no solo observada na ilha açoriana é provocada por uma intrusão de magma com um volume de 20 milhões de metros cúbicos. E não descartam uma erupção semelhante em São Jorge nas próximas semanas.
Com base na análise das imagens recolhidas pelo satélite da Agência Espacial Europeia, o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) conclui que a deformação no solo observada em São Jorge tem “origem vulcânica” e é provocada por uma intrusão de magma ao longo de uma fratura subvertical, com um volume de 20 milhões de metros cúbicos, semelhante ao registado em La Palma, antes da erupção do Cumbre Vieja. Os especialistas espanhóis ressalvam, no entanto, que o processo na ilha açoriana está a ser mais lento e pode não culminar da mesma maneira.
Ao Expresso, Lucas Dauria, autor do estudo do Involcan sobre a situação em São Jorge, explica que se observa uma deformação no terreno “bastante relevante”, com cerca de 13 centímetros e com uma componente simultaneamente vertical e horizontal. “Ou seja, não é apenas um levantamento do terreno, mas também um deslocamento para norte e para sul”.
De acordo com o vulcanólogo espanhol, esta deformação “está a ser provocada por uma intrusão de magma a cerca de dois a três quilómetros de profundidade e com um volume estimado de 20 milhões de metros cúbicos, que é comparável ao registado no ano passado em La Palma, antes da erupção do Cumbre Vieja”.
No entanto, o processo na ilha açoriana está a ser mais lento. “Em La Palma, a crise sísmica até à erupção durou uma semana e a deformação no terreno foi observada poucos dias antes da erupção”, diz. O especialista espanhol sublinha que, nesta fase, ainda não é possível determinar se vai ou não haver uma erupção em São Jorge. “A situação pode mudar de forma repentina. Neste momento, o número de sismos está a diminuir e se o magma não tiver energia suficiente para chegar à superfície pode estancar onde se encontra. Julgo que isso é o mais provável, mas não se pode descartar a possibilidade de uma erupção nos próximos dias ou semanas”, explica Lucas Dauria.
CIVISA MANTÉM ALERTA E ADMITE CENÁRIO DE ERUPÇÃO
Confrontado pelo Expresso, o diretor do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques, não quis comentar a análise do Involcan, mas salientou que continuam em cima da mesa dois cenários possíveis: “ou um sismo de maior magnitude, que pode causar estragos, ou uma erupção, que pode ser em Terra, semelhante à de La Palma, ou submarina”, semelhante à que ocorreu em São Jorge em 1964.
“Continuamos a registar uma sismicidade muito acima do normal para este sistema vulcânico (de São Jorge). Houve um pico de energia nos dias 19 e 20 e uma ligeira diminuição a partir do dia 24, que se refletiu na diminuição da magnitude média e no número de sismos sentidos pela população, bem como na sua frequência diária. Neste momento, estamos a registar uma média de mil sismos por dia, que continua a ser extremamente elevada”, diz o responsável.
Além da sismicidade, verifica-se uma deformação no terreno identificada quer nas imagens de satélite, quer nas estações de GNSS instaladas na ilha. “Face a estes condicionalismos, o alerta vulcânico mantém-se em V4 [o mais elevado antes de uma erução] e não está em cima da mesa uma redução do alerta”.
(Joana Pereira Bastos e Rúben Tiago Pereira, em São Jorge – Expresso de 29/03/2022)
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