VASCO CORDEIRO NA OPOSIÇÃO, TOMÁS QUENTAL

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Tomás Quental
4 m ·
Chegou a hora de a oposição mostrar que faz mais e melhor
O líder do PS-Açores e ainda presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, deu uma conferência de imprensa em que se manifestou um pouco agastado por o Representante da República, Pedro Catarino, não o ter convidado a formar um novo excecutivo.
De facto, o PS foi o partido mais votado nas recentes eleições legislativas regionais, mas não conseguiu maioria absoluta, enquanto a oposição, liderada pelo PSD-Açores, garante uma base mais alargada na Assembleia Legislativa Regional. Assim, o Representante da República optou por convidar para presidente do Governo Regional o líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro.
Vasco Cordeiro fez uma série de observações, em tom educado e sereno, mas convictas e incisivas. Concordo com várias dessas observações, porque o parlamento açoriano é que é a sede da legitimidade democrática na Região Autónoma e, portanto, nunca deveria ser ultrapassado pelo Representante da República, que não é eleito, mas apenas nomeado, quanto aos procedimentos com vista à indigitação e nomeação de um novo Governo Regional.
Mas eu se fosse Vasco Cordeiro não ficaria agastado. Ele cumpriu dois mandatos como presidente do Governo Regional e exerceu o cargo com dignidade política e institucional. Numa palavra: cumpriu o seu dever! Cometeu alguns erros, com certeza, mas também toda a gente tem falhas.
Agora a oposição ou as oposições, que tanto criticavam o Governo Regional socialista, por vezes com razão, reconheça-se, têm a oportunidade de mostrar que conseguem fazer mais e melhor. Queremos ver!
Chegou, pois, a hora de a oposição ou oposições “darem ao litro”, como se costuma dizer: trabalharem mais e falarem menos.
Vasco Cordeiro também merece descansar uns tempos. Deve reflectir sobre o que correu menos bem, avaliar a vontade dos açorianos, reorganizar o PS-Açores (é indispensável!) e delinear estratégias para o tempo que se avizinha e para um futuro mais distante.
De uma coisa estou convicto: muitos açorianos estão zangados com o PS, mas não estão zangados com Vasco Cordeiro.
Eu confio em Vasco Cordeiro para um novo e rejuvenescido Partido Socialista nos Açores. Não vejo outra personalidade, neste momento, com qualidades humanas, intelectuais e políticas para o fazer. Mas é preciso também que ele tenha coragem de dizer, dentro do PS, “não” quando for “não”. Para bom entendedor, meia palavra basta…