uma crítica a rabo de peixe netflix

Views: 0

 

Logo após o início da transmissão da série Rabo de Peixe na Netflix, em 26 de maio, escrevi aqui no FB que tinha gostado muito do 1º episódio, explicando as razões e prometia ver os seguintes 6 ao ritmo de um por dia. Confirmo o que então afirmei, mas o 2º episódio foi um balde de água fria. Violência gratuita e palavrões em excesso, como se isso fosse uma mais valia. A dose continuou nos episódios seguintes com o guião a descontrolar-se e perder-se.
A série lembrou-me o filme Pulp Fiction, “Tempo de violência”, de Tarantino, de 1994., que também fez sucesso comercial e na crítica, foi candidato a 7 óscares, recebendo o prémio de melhor guião e a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Cheguei ao 7º episódio de Rabo de Peixe com a sensação de que aquela história não havia terminado (a menos que Augusto Fraga já estivesse a pensar na 2ª temporada).
Chamar Rabo de Peixe á série é o mesmo que chamar Lisboa a uma história de violência e droga passada no Casal Ventoso ou na Cova da Moura. Rabo de Peixe merecia melhor, mas isso é outra história que não vou aqui abordar. Não percebo é como o Turismo de Portugal entrou com mais de um milhão de euros para uma produção televisiva que não contribui em nada para a promoção turística da vila, nem da ilha nem tão pouco dos Açores.
De resto mantiveram-se as características que apontei no post anterior: A par das excelentes realização e representações de amadores, alguns erros de casting como Salvador Martinha que só tem jeito para cómico (e pouco, na minha opinião) o desperdício de talentos como Zeca Medeiros e Kelly Bailey, em papéis secundaríssimos, a má captação de som que continuou até ao fim e o excessivo e dispensável uso de palavrões que não trouxeram qualquer mais valia à história.
A Polícia Judiciária também podia ter sido tratada com mais respeito e não como um bando de totós que andou o tempo todo a apanhar bonés. Não foi isso que se passou na realidade. O “padre de Rabo de Peixe” também podia ter sido poupado aos delírios da ficção dos guionistas. A população local respeita a Igreja, como aliás a história reconhece.
Esperemos que na segunda temporada essas e outras falhas sejam ultrapassadas.