uma beldade de Macau

“Tenho vergonha de dizer que nunca estive em Portugal”.
Nunca esteve em Portugal, mas é algo que pretende fazer assim que a pandemia de Covid-19 o permitir.
Vencedora do concurso de Miss Hong Kong deste ano, Sabrina Mendes acedeu a conversar um pouco com o PONTO FINAL, dentro daquilo que é, neste momento, a sua agenda sobrecarregada.
Foi a segunda macaense a arrecadar o ceptro, depois de Michelle Reis, por quem nutre admiração.
Actualmente a viver sozinha em Hong Kong, a modelo confessa que a sua vida “ficou de cabeça para baixo” com a vitória e, neste momento, tem “todas as portas abertas para as oportunidades” que surjam.
Sabrina Mendes venceu o concurso de Miss Hong Kong no início do mês de Setembro.
Desde então, a sua vida tem sido uma lufa-lufa, ao ponto de que a sua agenda tem estado completamente esgotada desde então.
Aos 22 anos, a “miúda comum” de Macau quer continuar a estudar, apesar de assumir que esta vitória lhe veio abrir portas para um mundo que também gosta muito: a moda e o entretenimento.
“Prometo dar o meu melhor em tudo”, disse ao PONTO FINAL.
De ascendência chinesa e portuguesa, nasceu em Macau e começou a aprender dança aos seis anos.
Tem experiência em ballet, dança chinesa, jazz, hip-hop e dança latina, entre outros.
Formou-se em Bioquímica e Biologia Humana pela Universidade de Toronto, no Canadá, e espera seguir a carreira de médica.
– Nasceu em Macau há 22 anos. Como era Macau durante a sua infância? O que recorda?
Considero Macau um local muito pequeno, mas, apesar de ser mais pequeno do que Hong Kong, Macau tem uma densidade populacional muito superior.
E devido ao seu pequeno tamanho, viajar de um lugar para outro não leva tempo.
É um território também cheio de muito amor e boa comida [risos].
A herança portuguesa de Macau também pode ser vista em todo o lado, em edifícios e nas ruas.
A minha família inteira mora em Macau, então actualmente estou a morar sozinha em Hong Kong.
– Já esteve em Portugal?
Tendo um quarto de mistura portuguesa, tenho vergonha de dizer que nunca estive em Portugal.
Espero poder visitar o país porque, na verdade, inspiro-me muito na arquitectura portuguesa, nos famosos azulejos portugueses e, claro, na comida.
Talvez vá um dia, quando a pandemia acabar.
Apesar de a minha família estar em Macau, é possível que ainda tenha um ou dois familiares a residir em Portugal.
– Pode falar um pouco mais sobre as suas raízes?
A minha mãe nasceu e foi criada em Hong Kong até aos 8 anos.
Depois, mudou-se para Macau com a sua família.
O meu pai é de origem portuguesa, mas nasceu e foi criado em Macau.
– Sente que é uma honra para ganhar um concurso de Hong Kong sendo uma mulher macaense?
É definitivamente uma honra vencer o concurso de Miss Hong Kong, porque é algo que eu queria fazer desde que era criança.
Não fui a primeira mulher macaense a vencer esse concurso, lembro-me de que a senhora Michele Reis [actualmente com 51 anos] venceu no ano de 1988, e ela sempre foi alguém que admiro muito.
– O que realmente sente com esta vitória?
Estou muito surpresa e honrada por poder me intitular Miss Hong Kong.
Isto tem sido um sonho e nunca pensei que pudesse tornar-se realidade.
Também me dá a oportunidade de encorajar as jovens que desejam juntar-se ao concurso de Miss Hong Kong ou a qualquer outro concurso de beleza, continuando a perseguir os seus sonhos e nunca desistir, porque algum dia, tenho certeza que isso tornar-se-á realidade.
– Como disse acima, é a segunda macaense a vencer o concurso depois da Michelle Reis em 1988, que tem feito carreira de modelo e de actriz na região vizinha. Já falou com ela sobre isso?
Na verdade, não conheço Michele pessoalmente, mas admiro-a e ela tem sido minha ídolo desde que ganhou.
Ela é mãe agora, mas ainda é tão bonita, parecendo ter 18 anos.
– Depois de ganhar o concurso de Miss Hong Kong, a sua vida tornou-se uma loucura.
Sim!
A minha vida virou de cabeça para baixo.
Eu sou apenas uma miúda comum a formar-se com um diploma de licenciatura em Bioquímica e pretendo continuar os meus estudos, agora, na faculdade de Medicina.
Mas, desde que ganhei, todos os planos mudaram.
No entanto, tenho gostado do que estou a fazer agora e sou muito grata por ter a oportunidade de experimentar coisas diferentes.
– Quais são seus planos para o futuro?
Os meus planos agora são ver se a indústria do entretenimento é, de facto, algo para mim.
Estou a deixar portas abertas para diferentes oportunidades que estão a aparecer e poderão vir no futuro.
Quanto aos meus estudos, voltarei a ir atrás do meu diploma de médica algum dia, isso é certo.
E porque o conhecimento não conhece limites, nunca é tarde para voltar à escola.
– O que é para si ser macaense?
Para mim, um macaense é alguém de ascendência mista chinesa e portuguesa.
Os macaenses são, de facto, fortemente influenciados pela cultura chinesa e portuguesa.
Por exemplo, na minha família, nós celebramos o Ano Novo Chinês e distribuímos ‘lai sis’, mas também saudamos cada membro da família com um beijo sempre que nos vemos.
– Que mensagem gostaria de deixar para os seus fãs?
Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer a todos os meus fãs macaenses e portugueses que me têm apoiado desde o primeiro dia.
Recebi muitas mensagens e estou muito honrada em deixar todos orgulhosos.
Prometo dar o meu melhor em tudo e continuar a espalhar amor, esperança e bondade.
Amo-vos!
Gonçalo Lobo Pinheiro.
Jornal Ponto Final, 26 de Outubro de 2021.
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