UM VOTO VALE MAIS QUE UM LIKE/GOSTO

Por muito que se escreva a apelar ao voto e por muitas campanhas de sensibilização que se possam fazer, a taxa de abstenção tenderá a não baixar e quem criou o hábito de não votar dificilmente fará diferente hoje. Gostaria de estar errado e que no fim desta noite os números da abstenção provassem o erro de análise.
Os argumentos são os mesmos de sempre desde o popularucho “não voto porque não me revejo em nenhum partido/candidato” ao célebre ” não voto porque os políticos são todos uns malandrecos” ou ao filosófico argumento de que não votando se está a exprimir um voto de desagrado com o sistema!
A verdade é que uma boa parte dos eleitores não vota por indolência grave, uma maleita que afeta a sociedade no seu todo e tem reflexo direto nas sucessivamente altas e preocupantes taxas de abstenção.
A desculpa ou desculpas de sempre apenas servem de manto para cobrir a verdadeira razão de não votar e que radica num adormecimento preocupante do coletivo democrático. Um adormecimento que tem raízes em matérias que por ser dia de eleições não é possível aqui abordar, mas que não se esgotam na responsabilidade individual de cada eleitor, longe disso.
Vivemos numa sociedade de ecrãs, opinamos sobre tudo e sobre todos, muitas vezes sob a ignóbil e cobarde capa do anonimato, nas redes sociais abundam os especialistas de vão de escada, uma espécie de canivetes-suíços contrafeitos com opinião e solução para todos os males dos Açores, de Portugal da Europa, do Mundo. Desses quantos votam? Pela estatística menos de metade. Importa fazer um esforço para reeducar quem já se esqueceu ou nunca percebeu que um voto tem mais força do que um “like” num post numa qualquer rede social.
Votar ajuda a fazer a diferença! Pode fazer a diferença na vida de uma freguesia, de um concelho, de uma região e de um país.
Fizeram-se revoluções para conquistar o direito a que hoje a maioria dos portugueses e açorianos vira costas. O direito de votar é também o dever de quem goza da liberdade que as sociedades democráticas nos dão.
Mas tal como na Igreja, em matéria de voto também abundam os “não-praticantes”.
Desta vez seja diferente e convença um amigo ou familiar a ir votar.
(Paulo Simões – Açoriano Oriental de 26/09/2021)
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