A aprovação da taxa turística pelo parlamento regional é de uma enorme irresponsabilidade política e económica, só compreendida porque os partidos da oposição querem, a toda a força, “entalar” o governo.

O deputado independente foi arrastado nesta irresponsabilidade

desenfreada, desequilibrando o bom senso que se exigia nesta altura.

A isto chama-se legislar contra a sociedade, porquanto todos os

pareceres do sector turístico foram contra esta medida.

Quando os políticos não ouvem a sociedade e os cidadãos, entramos num campo complicado, que tem como resultado o castigo eleitoral ou o alheamento da cidadania.

Não admira, por isso, a crescente abstenção nestas ilhas e o descrédito, cada vez maior, dos políticos e do parlamento.

Deputados que não conseguem, há mais de um ano, elaborar uma reforma da Autonomia, que voltam a adiar por mais um ano, mas que são lestos a criar impostos e taxinhas para dificultar a vida dos cidadãos, diz muito da qualidade dos deputados que temos no parlamento regional.

Há excepções, como em qualquer actividade, mas a esmagadora maioria dos deputados já deram exemplos, por mais do que uma vez, de que não estão à altura dos cargos que desempenham. Estão lá porque os partidos é que os escolhem.

Se fossem escolhidos directamente pelo povo, mais de metade não estaria lá.

O nosso melhor mercado emissor é o continental, cujas famílias vão passar por dias complicados de perda de poder de compra e alguma austeridade. Atrair este mercado com mais um imposto, só de gente irresponsável.

Tudo isto ao mesmo tempo que se reclama apoios para o turista chegar a S. Jorge e a outras ilhas próximas afectadas pela má propaganda da crise sísmica. Toma lá mais uma taxa.

Aprendam com a Madeira, de quem estamos longe, anos luz, no

sector do turismo.

É mais um dia de vergonha para o parlamento açoriano.

Nunca se viu tamanho absurdo.

Osvaldo Cabral

22-04-2022