um jantar das arábias

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O que eu me fartei de rir, na altura…
Um jantar das Arábias no Bairro Alto
Num panorama de imprensa, dominado pela mordaça da censura, o matutino O Século publicou uma “cacha” inusitada, na manhã de 13 de fevereiro de 1971: “Uma missão da Arábia Saudita, presidida exatamente pelo príncipe Iben Seddack (primo de Iben Saud), esteve em Lisboa quase 48 horas e o assunto foi o petróleo.” Meia Lisboa ficou em polvorosa com a notícia, que falava do interesse dos árabes no crude de Cabinda.
Irritado, o ditador Marcelo Caetano pediu contas ao seu chefe da diplomacia: “Então, estão árabes em Lisboa e eu não sei de nada?” Ruy Patrício respondeu-lhe também nada saber sobre o “facto”.
Os factos foram estes: na véspera, um Rolls-Royce parou à porta do restaurante de luxo Tavares Rico, com uma comitiva de homens vestidos à árabe; o proprietário do restaurante telefonou a informar o jornal; o chefe de redação, José Mensurado, enviou o repórter Roby Amorim para contar a história do jantar.
Mas a verdade foi esta: uma brincadeira levada a cabo por clientes habituais do restaurante, na sequência de uma aposta de que se entrassem vestidos de árabes, ninguém os reconheceria.
As roupagens e o carro foram alugados para aquela noite pela trupe composta por Jorge Correia de Campos (que fazia de príncipe Seddack), “Nicha” Cabral (corredor de Fórmula 1), Manecas Mocelek (gerente do Stones e do Ad-Lib, discotecas do jet set lisboeta), Frederico Abecassis, Manuel Correia (que levava um impressionante maço de notas), Michel da Costa (o conhecido cozinheiro e hoteleiro, o único que falava árabe) e Eduardo Oliveira Rocha.
Fonte: Visão – 07/01/2013
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1 comment
  • Clarisse Cid

    Lembro – me bem dessa história, muito falada, quando adolescente!
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