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Padre João Inocêncio da Piedade: um intelectual timorense no mundo
O padre timorense João Inocêncio da Piedade é uma dos mais destacados intelectuais do seu país. A edição mais recente do Jornal de Letras dedicou duas páginas a entrevistar o doutorado em Filosofia pela Sorbonne e professor da Universidade Gregoriana, em Roma, bem como nas faculdades de Filosofia e Teologia em Nápoles.
O sacerdote jesuíta de 53 anos, ordenado em 1991, é o coordenador científico da fundação da Faculdade de Filosofia da Universidade Nacional de Timor Lorosae.
Depois de afirmar que o povo timorense «é muito religioso», com 96% da população batizada, o investigador sublinha que a Igreja Católica «teve um papel importante antes da independência».
«Havia a resistência armada, no mato; a diplomacia timorense no estrangeiro; mas uma força e uma testemunha muito presente que era a Igreja e a figura de D. Ximenes Belo», refere o sacerdote.
A Igreja teve de lidar com «perseguição e ameaças de morte», recorda, para a seguir acrescentar que «se Timor é independente deve-se muito à Igreja».
Hoje Timor «deve ter uma consciência crítica» quanto às influências de outras culturas, devendo discernir «até que ponto aquilo que se assimila pode ajudar a sua formação humana, o seu desenvolvimento, a consolidação da sua própria identidade».
A «destruição sistemática da cultura» do regime indonésio, que ocupou a ilha desde 1975 até à independência, em 1999, não impediu a existência de vários idiomas, como o tétum, mas apenas «uma minoria» fala português.
Ainda assim o país «é muito rico, não só em petróleo mas em valores culturais», frisa o padre João Inocêncio, que fala e pensa em várias línguas, embora ressalve que «as vivências interiores mais importantes são em português»: «É em português que rezo».
© SNPC | 07.06.12