UM HEROI AÇORIANO NAS AMÉRICAS Pedro Francisco, um açoriano.

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Um português pode ser herói dos americanos

por LEONÍDIO PAULO FERREIRAHoje

 

Foi o soldado mais admirado por George Washington. Umas vezes ferido a tiro, outras por baioneta, o indomável português tornou-se uma lenda da guerra da independência americana. Os livros de história chamam-lhe Peter Francisco, na verdade era Pedro Francisco, um açoriano.

Mais de dois séculos separam o sargento Jorge Oliveira, morto no Afeganistão em 2011 e há dias homenageado com uma estátua em Newark, deste quase mítico Pedro Francisco. Mas há coincidências na vida dos dois luso-americanos: nascido na Anadia, Jorge pisou a América tinha 7 anos, quando os pais emigraram; já Pedro foi encontrado num porto da Virgínia teria 5 anos, abandonado talvez depois de raptado, repetindo sem parar o nome, falando uma língua que alguém acabaria por descobrir ser português.

Ambos se tornaram patriotas americanos, um lutando na Ásia Central contra os talibãs em pleno século XXI, o outro combatendo pelo nascimento de uma nação cuja independência o monarca inglês só reconheceria em 1783.

Também Pedro Francisco teve direito a monumentos vários, um até em Newark. Enquanto nação recente, os Estados Unidos celebram tudo o que diz respeito à sua história, seja a cabana onde cresceu Abraham Lincoln, seja o Forte Álamo onde os texanos foram massacrados pelos mexicanos. Faz parte do culto nacional, tanto como a bandeira que se vê casa sim, casa sim.

Por isso, não deve surpreender que, numa cidade da Nova Jérsia cheia de portugueses, muita gente se tenha mobilizado para se erguer a estátua em bronze a Jorge Oliveira, morto na sua terceira comissão de serviço. Na foto da inauguração publicada pelos jornais, lá estão os pais, o irmão e a irmã já nascida nos Estados Unidos. Como contou ao DN Armanda, a mãe, nada devolverá o seu “menino”, mas está–se a “imortalizá-lo”. Disse-o em português, claro.