UM AÇORIANO NA TV

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Na linha da frente no apoio à seleção, Carlos Brum já esteve em oito mundiais. Conhece 189 países e fala 10 idiomas
Carlos Brum, natural da Ilha Terceira, nos Açores, é um dos adeptos mais fervorosos da seleção portuguesa. Em setembro, foi convidado pela organização da prova para um encontro no Catar, ande se juntou a adeptos considerados “número um” de cada pais participante e, em novembro, regressou ao Médio Oriente para acompanhar, ao vivo, a equipa das quinas. Ao contrário de outras grandes provas, como na África do Sul em 2010, não viajou de carro até à sede da competição. “Fiz a viagem com a “Mimocas”, a minha carrinha, desde Portugal até à fronteira com o Irão, mas, por erro meu, não entrei no país. Pensava que as coisas eram à moda antiga, que tinha logo °visto, mas recusaram-no devido aos problemas atuais no Irão. Tive de regressar à Grécia, por onde tinha passado, e fui de avião para Doha”.
Com 65 anos, mantém um estilo de vida repleto de aventuras. Em 1977, saiu de Portugal e esteve 23 anos a viajar à boleia pelo Mundo. “Conheço 189 paises e fiz um pouco de tudo. Cheguei a pintar e a dançar na rua, fiz de estátua, trabalhei com pedras e bijutaria”. Atividade que mantém numa loja, em Lagos, no Algarve. O percurso permitiu-lhe aprender 10 linguas. “Além de português, falo espanhol, italiano, inglês, francês e alemão, também falo hebreu, grego e percebo bem o nepalês e o hindu”.
Neste Mundial, a aventura começou em 20 de setembro, data em que saiu de casa rumo ao emirado. “Estou fora há mais de dois meses e já tenho saudades da minha esposa, familia e amigos”. Em pouco tempo, já tem histórias para contar. “Graças a pessoas que conheci aqui, nepaleses e indianos, quase todos as dias temos uma pinguinha. Na candonga, arranjamos cerveja a 6,75 euros, num bar custa 15, e cada garrafa de vinho é 20 euros, muito mais barato do que no restaurante”.
Em Doha, alugou um apartamento e divide-o com portugueses, que também acompanham a prova. °episódio mais divertido aconteceu há poucos dias. “Estava vender cachecóis na rua e não reparei que, à frente, estava um posto da Policia. Pensava que eram os correios, o letreiro dizia post… Fui interrogado”, afirmou, bem-disposto.
A paixão pela seleção começou em 1985.” Estive em seis mundiais e oito europeus, falhei apenas três ou quatro jogos”. Rosto conhecido no Mundo, garantiu que é feliz. “Quando veem a minha fotografias, associam ao meu país e aos Açores, não podia ficai mais orgulhoso”.
(Rui Farinha – Jornal de Notícias de 02.12.2022)
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