turistas e empregados de café

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Insólito. Entrei num bar da baixa da cidade de Ponta Delgada. Pedi o meu café, sentei-me a degustei aquele maná. Quando concluí, coloquei (como tenho hábito de fazer) a chávena no balcão e saí. Foi então que um turista que estava à porta a olhar para o placard de venda de gelados, vira-se para mim e diz: olhe, é um Gelado X para mim e dois gelados Y e Z, aqui para estas duas senhoras. Fiquei meio parvo com o insólito, mas respondi: até lhe servia os gelados, mas não sou funcionário aqui. O homem pediu desculpa e eu lá segui o meu caminho. Fiquei a pensar: se por um lado este episódio insólito dê para rir, por outro lado, até que ponto o turista estão tão exigentes e com tanta pressa, que nem sabem bem distinguir um funcionário, de um cliente de um bar? Será que nunca conseguiremos satisfazer o turista que vem, consome (sobretudo gastronomia e alguns espaços de natureza pagos, bem como superfícies comerciais), faz ruído, polui e vai embora? Lá está… o turismo… que turismo é este?
Eduardo Jorge Pereira and 3 others
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  • Isabel Pereira

    Deixe lá, já me aconteceu várias vezes interpelar clientes de lojas julgando que eram empregados. Não estão fardados…
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    • 11 h
    • Tito Fontes

      Isabel Pereira neste caso, os empregados deste bar têm farda própria. Sim, ri-me com o insólito, mas depois vinha na rua a pensar nisto. É que tenho ouvido relatos de quem anda na área da restauração que só não roçam a escravatura, porque essa foi abolida, mas disseminada no mercado de trabalho. Clientes é como tudo o resto – há aqueles bons clientes e há aqueles que são uma lástima. Lá está… não existem pessoas perfeitas, mas também lhe digo que quem está nessa área (grande parte, porque foi o que apareceu) passa por cada uma. Horários irregulares que desregulam a alimentação saudável, horas a fio de pé, estão em ambientes stressantes, porque é preciso servir tudo depressa. Isto não é saudável, quer física, quer psicologicamente. Mas pronto… o importante é o turista estar satisfeito. Este pode até nem aprender nada nem se interessar pela cultura, mas o importante mesmo é que se vá empanturrar de comida, de preferência nos postos de abastecimento fast-food, com toda aquela comida cheia de gordura. Talvez seja a “cultura fast-food” que ensombra a Cultura. Mas está tudo muito bem, porque os doutrinadores do turismo dizem que havemos de nos ajoelhar perante tudo isto. Em nome do Mercado, do Patrão e Tostão – Amém.

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      • 11 h
    • Isabel Pereira

      Somos o que comemos, dizem. Eu tenho algum cuidado com a alimentação, embora devesse comer um pouco mais (não passo dos 40 kg). E como somos o que comemos, não prescindo de um doce diário, para não perder a doçura. 😀
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      • 11 h
    • Tito Fontes

      Isabel Pereira sim, é verdade. Com a idade vamos tomando cuidados. Também tento ter já uma alimentação mais equilibrada. Claro que de vez em quando vou me consolar com algum fast-food. E não devia, não só por causa do mal que faz, mas porque mantém est…

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      • 11 h
    • Isabel Pereira

      Tito Fontes, eu bebo café da avó, cevada com pouca percentagem de café. E gosto.
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      • 9 h