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Queremos turismo este ano ou não?
A pergunta parece descabida, mas se olharmos para o que está a ser preparado no sector, em termos de estratégia de recuperação de mercados, dá a ideia de que está tudo parado.
Ao contrário de Lisboa e Madeira, não temos nenhum plano de recuperação do turismo e até muita gente assiste, atónita, a uma campanha da Madeira no mercado açoriano, com a colaboração da SATA, segundo dizem os operadores madeirenses.
O Governo da República apresentou na semana passada o plano “Reativar o turismo/Construir o futuro”, que contempla um investimento superior a 6 mil milhões de euros.
A Confederação do Turismo de Portugal elogiou o plano e espera que ele venha a ser operacionalizado o mais breve possível, ainda a tempo de recuperar parte substancial do sector, que foi dos mais afectados nesta pandemia.
Por cá ainda não sabemos como vão ser as novas Obrigações de Serviço Público dos transportes aéreos, o orçamento regional já foi aprovado há mais de um mês e ninguém sabe quando vai ser publicado (mais uma vergonha na burocracia do sistema administrativo regional), o dia 1 de Junho é já depois de amanhã e ninguém sabe se avançam ou não as novas tarifas de 60 euros inter-ilhas, enfim, são muitas interrogações num sector que não se compadece com decisões em cima do joelho e quando o arranque da época alta já vai fora de horas.
Madeira e Algarve protestaram junto do Governo da República com a greve decretada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que iria pôr em causa o início da época turística, e António Costa cedeu, anunciando uma requisição civil.
Alguém ouviu a voz dos Açores aliada aos protestos das outras regiões turísticas?
Há que reconhecer a preocupação das entidades governamentais relativamente à pandemia e à situação particular da ilha de S. Miguel, mas já houve tempo mais do que suficiente para delinear uma estratégia de recuperação para o turismo, envolvendo todos os sectores desta actividade, coisa que não aconteceu.
Estão à espera de quê?
A Secretaria Regional do Turismo e a ATA limitam-se a ir ao aeroporto receber os turistas da Lufthansa e fazem disto uma festa.
Ora, a estratégia do sector é mais do que fazer papel de recepcionista.
Mexam-se!
(Osvaldo Cabral – Diário dos Açores de 30/05/2021)

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