Transporte marítimo nos Açores com nova greve agendada para março

Views: 0

Transporte marítimo nos Açores com nova greve agendada para março
A empresa de transporte marítimo nos Açores, Atlânticoline, anunicou os serviços mínimos fixados tendo em conta o novo pré-aviso de greve dos trabalhadores em março.
A Atlânticoline, empresa responsável pelo transporte marítimo entre ilhas açorianas, informou divulgou esta quarta-feira os serviços mínimos fixados tendo em conta o novo pré-aviso de greve dos trabalhadores em março, a quarta paralisação desde dezembro de 2021.
Num comunicado enviado às redações, a empresa pública adianta que o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SIMAMEVIP), apresentou um novo aviso prévio de greve na Atlânticoline, de 1 a 31 de março.
De acordo com a empresa, o Tribunal Arbitral definiu como “serviços mínimos diários” as viagens da Linha Azul Horta/Madalena, das 07h30/17h15, e Madalena/Horta, das 08h15/ 18h00 e, na Linha Verde, as das 09h00, 09h40, 11h15 e 12h50 entre Horta/Madalena, Madalena/Velas, Velas/Madalena, Madalena/Horta, respetivamente.
“As viagens definidas como de serviços mínimos terão a sua realização garantida (naturalmente sujeitas às condições meteorológicas), sendo que todas as demais poderão ou não realizar-se, consoante a adesão dos colaboradores à greve”, lê-se no comunicado.
A empresa recomenda que os passageiros façam as suas reservas e viagens nos horários dos serviços mínimos.
“Ficam assegurados todos os serviços necessários à realização das operações de transporte determinadas por situações de emergência, designadamente de urgência hospitalar, naufrágio, intempérie ou outras situações de força maior, entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge”, explica a Atlânticoline.
A greve na Atlânticoline decorre desde dezembro de 2021, mantendo-se o diferendo entre a empresa pública de transporte marítimo entre ilhas e o Sindicato.
No comunicado desta quarta-feira, a Atlânticoline diz que, a 3 de fevereiro, o SIMAMEVIP apresentou uma contraproposta ao proposto pela empresa a 19 de janeiro”.
“Lamentavelmente, a proposta do sindicato, como sempre, gorou por completo as expectativas de uma resolução do diferendo”, pelo facto de ser “proposto um novo aumento do salário base na categoria de marinheiro” e “a redução do limite anual máximo de horas extraordinárias”, observa a empresa.
A Atlânticoline considera que o sindicato “tem agido com má-fé negocial”, justificando que “sempre que a empresa acede ao aumento proposto, o sindicato propõe mais alterações, mantendo as negociações num constante impasse”.
A empresa refere que recentemente, com a publicação do Decreto-Lei n.º 92/2018 de 13 de novembro, “os colaboradores agora em greve viram as suas deduções de IRS reduzidas para 0% e as contribuições para a Segurança Social reduzidas para 1,9%”.
O sindicato “exige aumentos salariais fora da razoabilidade”, aponta a empresa.
“É incompreensível, em anos marcados pela crise pandémica, em que se assistiu a uma forte quebra da atividade económica mundial, com despedimentos, reduções de vencimento e pedidos de lay-off“, acrescenta.
A Atlânticoline adianta ter informado na terça-feira o sindicato de que, “caso este não aceite, até 2 de março”, a proposta enviada pela empresa a 19 de janeiro, vai ser requerida à Direção dos Serviços de Trabalho “a resolução do diferendo” pelo “procedimento por conciliação”.
A Atlânticoline lamenta também que o sindicato “não tenha acedido ao pedido da empresa de incluir nos serviços mínimos outras viagens”.
“Aliás, pelo sindicato não existiriam quaisquer viagens, exceto as de emergência. A Atlânticoline lamenta a atitude do sindicato e os graves transtornos que está a causar aos que pretendem utilizar os nossos serviços”, diz a empresa.
Contacto pela agência Lusa, o dirigente sindical, Clarimundo Baptista, afirmou que o sindicato “nunca interrompeu as negociações” e “está disposto” a reunir com a empresa.
“Não podemos é ocultar que a empresa usa anualmente 700 horas a mais, quando a lei prevê no máximo 200 horas anuais. A situação não foi criada por nós. O problema chegou quando os trabalhadores pediram aumentos“, sustentou Clarimundo Baptista.
O dirigente sindical responsabilizou ainda “a administração e o gabinete jurídico” da empresa pela atual situação de impasse.
“O sindicato não está a impedir qualquer negociação. Os trabalhadores trabalham muito e ganham mal”, vincou, lamentando que “infelizmente” sejam “os doentes, que fazem a travessia do canal Pico, Faial e São Jorge, aqueles que estão a pagar pela greve”.
May be an image of body of water and nature
4 comments
Like

Comment
Share

4 comments

Top comments

  • Cesar Goncalves

    Isto só acontece porque maioritariamente a necessidade deste meio de transporte cabe à população do Pico, se fosse ao contrário, esta greve já tinha acabado na 1a semana, fosse lá de que parte fosse, fosse dentro ou fora da lei. Mas um Picoense, será sempre um Picoense.
    1
    • Like

    • Reply
    • Share
    • 17 m
  • Jorge Silva

    Pois tadinhos destes trabalhos, alguns têm de fazer por dia mais 500 metros de moto 4.
    • Like

    • Reply
    • Share
    • 39 m