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Homenagem aos hospitais públicos
Portugal tem vários hospitais privados, alguns de excelente qualidade, reconheça-se. E há muita gente que defende a medicina privada e que o Estado deve dar mais espaço à medicina privada. Sem dúvida que os dois sectores – medicina privada e medicina pública – devem coexistir, com regras bem definidas.
Acontece, porém, que no grave momento de contingência que estamos a viver são os hospitais públicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que estão a resolver o melhor que podem, com os recursos que possuem de instalações, de pessoal clínico e de medicamentos, as situações que se lhes deparam, cada vez mais em maior número.
Ainda não vi um único hospital privado se “chegar à frente” e oferecer colaboração nesta fase ao Serviço Nacional de Saúde. Há uma conclusão a tirar. Eu já tirei a minha. Os meus eventuais leitores que tirem a sua.
Uma coisa é certa: os hospitais públicos são o nosso (único) refúgio num tempo de aflição. Quando a aflição passar, é preciso não esquecer que foram os hospitais públicos, mesmo com dificuldades, carência de meios e eventuais falhas de funcionamento, os que socorreram todos os que precisaram. Os hospitais privados, esses, ignoraram a situação, porque vivem, acima de tudo, para o lucro. Mas é preciso que alguém lhes diga que a vida humana está muito para além do lucro.
Nesta hora de dificuldade, aqui fica a minha homenagem aos hospitais públicos, aos médicos, aos enfermeiros e a todos os outros profissionais que neles trabalham, constituindo uma reserva do melhor que temos em Portugal.