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TIMOR (Díli, 1971-73) – Os camarões da montanha
A “pedido de várias famílias” aqui vai a história.
Certo dia, estando em contacto com o meu pai, via rádio (como era habitual), fiz referência a um jantar para o qual tinha sido convidado e onde serviram “camarões da montanha”. O meu pai, que já sabia da história dos camarões, nada comentou. Quando terminei o contacto, logo surgiram uns radioamadores de Moçambique, querendo saber que história era essa de haver camarões na montanha. Quando comecei a tentar explicar que eram apanhados nas árvores, já não consegui concluir. Riam-se e ironizavam, perguntando se nós lhes dávamos também milho a comer. Só no dia seguinte consegui explicar o assunto. Em Timor não existem cursos de água permanentes. Quando chove (há seis meses de época de chuva e seis meses de época seca), a chuva é diluviana (chovendo a hora certa!!!) e formam-se então subitamente verdadeiros rios (as ribeiras), de caudal fortíssimo arrastando tudo pelo caminho (árvores, animais, viaturas). No leito das ribeiras secas, permanecem enterrados ao longo de meses os tais camarões. Com a enxurrada, são arrastados e ficam presos na vegetação envolvente, podendo então ser apanhados como quem apanha fruta nas árvores.

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- Verdade….é do meu tempo 54 a 58 !!! CAMAROES DA MONTANHA !!
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