tartéssios na ibéria

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OS TARTÉSSIOS, OS CÓNIOS E A ESCRITA DO SUDOESTE
Os tartéssios ocupavam o sudoeste da Península Ibérica. Tartessos é considerado como tendo sido o primeiro Estado organizado que se formou na Península Ibérica, por volta do segundo milénio a.C.
Podemos dizer que os tartéssios foram os primeiros povos hispânicos que se relacionaram com os povos históricos civilizados do mediterrâneo oriental, chegados ao litoral peninsular com propósitos mercantis. Era um povo que se dedicava a uma forma de agricultura muito desenvolvida; por outro lado, eram bons navegantes e pescadores, trabalhavam os metais e conheciam a escrita (cujo alfabeto era muito semelhante ao ibérico).
Cerca do ano 1000 a.C. começou um conflito que terminou com a submissão dos tartéssios, depois de várias alianças tácitas quer com gregos quer com cartagineses. A partir do século V a.C. acontece o fraccionamento desta área da Península com a criação de pequenos reinos.
A influência tartéssica em solo português revela-se no Baixo Alentejo e no Algarve.
A Escrita do Sudoeste, também conhecida como tartéssica ou cónia (há divergências entre os epigrafistas a este respeito), é uma escrita paleo-hispânica similar à escrita ibérica sul-oriental, mas enquanto esta expressa a língua ibérica, a escrita do sudoeste expressa a língua tartéssica (ou cónia?). Esta escrita apresenta signos que representam consoantes e vogais, como os alfabetos, e signos que representam sílabas, como os silabários.
A sua utilização é conhecida entre os séculos VII e V a.C. no sudoeste da Península ibérica (Baixo Alentejo, Algarve, Andaluzia ocidental e o sul da Estremadura). Os seus textos apresentam-se quase sempre da direita para a esquerda sobre estelas.
Esta escrita, segundo Amílcar Guerra, “é distinta da escrita dos povos vizinhos, complexa e permanece indecifrável até à actualidade.”
Para o epigrafista Carlos Castelo, a origem da escrita nasceu no sudoeste peninsular, tratando-se, por conseguinte, de uma escrita e de uma língua nativas que não deriva do indo-europeu, mas que, pelo contrário, é o indo-europeu que deriva directamente da escrita nativa conhecida como Escrita do Sudoeste ou Escrita dos Konii (ou tartéssica?).
A maior inscrição até agora encontrada da Escrita do Sudoeste é a estela “Mesas do Castelinho”, achada no concelho de Almodôvar, freguesia de Santa Clara-a-Nova.
O famoso SiILABÁRIO DA ESPANCA (região de Castro Verde) terá servido como suporte para ensinar um dos mais antigos abecedários conhecidos na Europa, denominado por “Escrita do Sudoeste”. Nessa “pedra” estão, na parte superior 27 letras cuidadosamente desenhadas, enquanto na parte inferior existe uma cópia do “alfabeto” em cima lavrado na lousa.
in “Lugares Mágicos e Megalíticos de Portugal”, Eduardo Amarante
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Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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