talibãs lusos e a modéstia católica

Falemos pois de corações vazios, e de modas – as que vendem, meus caros, minhas caras, vender é tudo. #pensarégrátis
“Num país onde há uma violação por dia, onde as vítimas de assédio sexual são sempre questionadas, onde os homossexuais são agredidos e chamados “meninas” ( como se houvesse algo errado em ser menina), onde as mulheres que vocalizam e defendem ideias e causas são atacadas com base na sua aparência física ou apodadas de puta ( sendo que quando a ofensa é dirigi…

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Não tenho paciência para estas merdas.
Ora vamos lá por partes:
1. Sou católica apostólica romana , baptizada, crismada, casada pela Igreja com a presença de um Arcebispo (tio), um Bispo, e 3 sacerdotes e com direito a uma mensagem particular e benção do Papa, hoje Santo, João Paulo II. Fui educada por Franciscanos.
Vou à missa ao domingo, em qualquer parte do globo incluindo em países muçulmanos.
2. Tendo dito isto, digo também que a minha fé é a dos leigos, dos pés no chão, da ajuda concreta ao próximo.
Conjugo-a com o ser FEMINISTA ( em maiúsculas) porque os ensinamentos de Cristo, para quem nele acredita são os da Igualdade, Amor ao próximo e Bondade. Não são as exegeses feitas por homens, por misóginos, por pessoas com uma sexualidade mal resolvida, por pessoas más. Há muito que o Papa Bento XVI acabou com o Inferno mas algumas mentes, mais papistas que o Papa , acenam com chamas do dito cujo ao vislumbre de um decote ou de um joelho.
3. Dei de caras por aí com um movimento ( diria mesmo seita) católico que faz proselitismo da “modéstia” ( por modéstia leia-se submissão da mulher, virtudezinha, virgindadezinha e outros diminutos que visam diminuir a Mulher, a sua liberdade, a sua sexualidade, as suas escolhas ).
Movimento esse cujos “apóstolos” consideram que as mulheres de calças “são másculas” ( oh minhas amigas no tempo dos apóstolos os homens vestiam túnica e olhai para os paramentos actuais, serão os sacerdotes afeminidados? Quiçá Sua Santidade de batina branca aspira no fundo a ser Nossa Senhora? ) e que as mulheres na praia devem abandonar os biquínis e fatos de banho vestindo “modestamente” ou seja como no início do século XIX( a versão cristã do Burkini ).
Na praia às vezes tapo o corpo com o fato de neoprene do surf, porque tenho frio, mas também faço nudismo quando me apetece. Nascemos nus, não conheço nenhum corpo que tenha nascido “coberto de modéstia”.
4. Num país onde há uma violação por dia, onde as vítimas de assédio sexual são sempre questionadas, onde os homossexuais são agredidos e chamados “meninas” ( como se houvesse algo errado em ser menina), onde as mulheres que vocalizam e defendem ideias e causas são atacadas com base na sua aparência física ou apodadas de puta ( sendo que quando a ofensa é dirigida a homens eles são meramente filhos da puta), num país ainda profundamente machista e misógino este tipo de puritanismo importado do Brasil e dos EUA é muito perigoso.
Policiar o corpo da mulher, de mais de metade da humanidade, sempre foi pretexto para a silenciar, oprimir, dominar. Exemplos ?
A menstruação é “impura” ( as cabecinhas pensantes não saberão que sem menstruação não há ciclo fértil, logo gestação e “reprodução” ), a virgindade ( da mulher ) é troféu, o aborto condenado ( para uma gravidez são necessários dois, e para considerar crime um aborto na sequência de uma violação é preciso ser-se um monstro, falho de qualquer pingo de humanidade ) . Etc, etc
Depois admiram-se das igrejas vazias. Vazios estão muitos corações. De Amor.
E podeis enterrar a modéstia e humildadezinha bem longe ( note-se o esforço cristão que estou a fazer para manter a compostura na última frase).
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