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A GUERRA e eu…
Quando terminei o curso, no Canada, fui trabalhar para uma pequena empresa…são sempre muito discretas, na área electrónica. A sua maior valência era a especialização na supressão de radiação EMI/RFI (interferência electromagnética e hertziana).
Um final de tarde, o meu patrão entra no meu gabinete e dispara:
– Acabei de receber uma chamada da filial canadiana da empresa X a solicitar que visitássemos para ouvir o nosso parecer.
Muito cedo, na manhã seguinte, lá nos metemos à estrada para uma viagem de 4 horas.
Começa a reunião com a habitual cortesia de falar de tudo e nada até que o meu patrão:
-Meus caros senhores em que é que podemos ajudar?
O chefe da equipa de desenvolvimento duma nova viatura toma a palavra e expõe o seu desafio.
– Estamos a desenvolver uma nova viatura de assalto e temos 2 grandes desafios a ultrapassar.
Descreve a viatura em termos gerais, os vários sistemas electrónicos, os seus compartimentos, o pessoal: 3 homens na cabine e 8 na traseira.
Acrescenta que a tecnologia utilizada era tão sofisticada que nenhuma viatura, independentemente das circunstâncias, poderia acabar em mãos inimigas. Termina dizendo que pelo menos a cabine teria de obedecer às normas TEMPEST.
O meu patrão para validar o que acabáramos de ouvir pergunta:
– E a parte traseira não é uma preocupação?
– Nesse compartimento só vão soldados.
Olhei de soslaio para o meu patrão e vi que ficou tão estupefacto como eu.
Na viagem de regresso comentamos e comuniquei-lhe que não conseguia lidar por mais tempo com este tipo de negócio. Informei-o que iria procurar outra oportunidade profissional. Passados 3 meses mudei de emprego.

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