Coimbra não precisa de terramotos.
esta pala, que faz parte do conjunto arquitectónico da Associação Académica da Universidade de Coimbra (Património Mundial da
Humanidade pela UNESCO) caiu na sexta-feira passada, felizmente numa hora vaga e sem matar ninguém.
Coimbra tem esta especialidade de desprezar aquilo de que é feita. este conjunto arquitectónico único na cidade, inaugurado em 1963 e projectado por Alberto Pessoa está há anos irreconhecível e serve uma comunidade indefesa e “crente”.
este malogrado evento simboliza as prioridades da UC, engalanada para a bilheteira turística, atirando para debaixo do tapete o que afecta os estudantes que a fazem. se na UC há cursos de engenharia e estruturas (entre tantos outros), pois que se faça do seu património um laboratório vivo e que se cure, procurando agilizar equipas transdisciplinares com vocação para trabalhar no terreno. os estudantes estão cá para isso, para pensar e para agir, orientados pela UC que os forma. há tanto por onde começar! que se juntem.
não entendo como ninguém se revolta!
custa-me passar pelo jardim fétido e decaído (com espaços degradantes e entregues a um Bar sem escrúpulos), zanga-me o facto de a UC não agarrar no seu património com intuitos de conservação.
que se aproveite esta derrocada para pensar, já que parece que não se pensou antes, e deitem-se os olhos ao céu agradecendo a sorte de evitar-se um enterro, ou vários, porque aquela é uma zona com gente e com vida.