saúde nos açores, as esmolas

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Distribuir Esmolas!
Sempre se soube que um serviço de saúde de excelência custa dinheiro, mesmo a de qualidade mediana custa rios de dinheiro, sempre se soube que a colocação de médicos nestas ilhas é difícil e de médicos especialistas muito mais difícil. Com os enfermeiros passa-se rigorosamente o mesmo, e então com os equipamentos para cada uma das valências consideradas essenciais muito mais dinheiro é preciso.
Um Hospital de excelência (Hospital Principal) deve ter quase todas, para não dizer todas as valências necessárias ao bem estar de todo um povo, mas, para que este fosse minimamente rentável, o número de utentes deveria ser no mínimo de meio milhão de habitantes.
Ora numa Região como a nossa, não passamos de 250 000 almas, e estas estão divididas por “nove bocados de terra” rodeados por um mar agreste e por vezes lavadas por ventos fortes para além, das ditas almas, não estarem divididas equitativamente pelos nove “bocados de terra”, o que torna muito mais difícil ter o dito Hospital Principal.
Assim, os “doutos” políticos acharam por bem criar 3 hospitais denominados de centrais, um em cada um dos antigos distritos do tempo da outra “senhora”. Estes foram criados por razões políticas e não de saúde pública, se fosse por causa da saúde muito provavelmente não seria desta forma, e pior para que não houvesse tricas entre os “bocados de terra”, criou-se em cada Concelho de cada “bocado de terra” aquilo a que poderemos chamar de “serviços mínimos”, os Centros de Saúde.
Acho correcto a criação dos Centros de Saúde e nestes, tendo em conta os seus utentes, a existência de mais ou menos valências, um acréscimo de vencimento aos profissionais que aí trabalham tendo em conta as suas condições de trabalho e as valências disponíveis.
Quanto aos Hospitais Centrais, estes deviam igualmente ter em conta o número de utentes a que estão sujeitos tendo em conta as valências consideradas essenciais para bem da saúde pública alvo.
No entanto o Hospital Central com maior número de utentes, o qual abrange mais de metade das almas que habitam os “bocados de terra”, devia caminhar urgentemente para o dito Hospital Principal, mesmo que deficitário, pois a saúde está acima de todo o resto, mesmo a economia sem um povo saudável não subsiste.
Assim, torna-se urgente estudar as valências necessárias para cada Centro de Saúde, Hospital Central e Hospital de Excelência, bem como os seus quadros Médicos, Enfermeiros e diferentes Técnicos de Saúde Pública.
Não podemos continuar a brincar com a “saúde de um povo” como se tem feito desde sempre.
Deve-se desde logo começar por adquirir um avião (ou helicóptero) hospital.
Criar condições condignas e apetecíveis para que médicos, enfermeiros e sobretudo especialistas queiram vir trabalhar em prol da saúde nas várias Instituições de Saúde existentes.
Oferecer Bolsas de especialização a médicos, enfermeiros e técnicos de saúde, tendo como contrapartida trabalharem nas instituições regionais por um perídio nunca inferior ao que a Região gastou com tal especialidade.
Dotar cada uma das Instituições de Saúde (Hospital Principal, Centrais ou Centros de Saúde) dos equipamentos necessários às valências existentes, tendo em conta a sua manutenção e substituição consoante o aperfeiçoamento tecnológico de tais equipamentos.
Por último mas não menos importante dotar cada utente de um médico de família e auxilio condigno ao doentes deslocados quer internamente quer para exterior.
Gastar dinheiro com a Saúde é enriquecer a Economia não é distribuir esmolas como se tem feito e muito menos moeda de arremesso político ou de tricas bairristas.
Vamos em frente!

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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