SATA SEM MARGEM DE ERRO

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A Comissão Europeia já aprovou o plano de reestruturação da SATA, um plano sobre o qual pouco se sabe, mas que vai vigorar até 2025.0 futuro da SATA começa agora.
Para isso Bruxelas autorizou uma ajuda global que ronda os 453 milhões de euros divididos em três parcelas: empréstimo direto de 144,5 ME, assunção de dívida no valor de 173,8 ME (num total de 318,25 ME a serem convertidos em capital próprio) e 135 milhões para eventuais financiamentos com a garantia do Estado português.
Mas como não há almoços grátis, o acionista (leia-se Governo Regional) terá que vender até 2025 pelo menos 51% do capital social da Azores Airlines, reorganizar a estrutura societária da SATA através de uma holding que substitua a SATA Air Açores no controlo das suas subsidiárias (algo semelhante ao que António Cansado, ex-CEO da empresa entre 1997 e 2007 já tinha defendido), reduzir custos, alienar o serviço de handling e aumentara eficácia da SATA. No fundo, um pacote de medidas que só pode surpreender os mais distraídos. Veja-se o que se está a passar com o plano de reestruturação da insolvente Alitalia e o que decidiu a mesma vice-presidente da Comissão Margrethe Vestager que tratou do «dossier SATA’. Agora, é urgente arranjar um ou mais parceiros interessados na Azores Airlines (antiga SATA Internacional). Olhando de forma racional para o panorama nacional parece óbvia a abordagem à TAP e o desenhar de uma parceria consolidada tendo em conta o que se está a passar no setor a nível internacional. Olhar de novo para a Islândia também pode ser interessante, sobretudo agora que o negócio é sobre a maioria do capital da SATA e não apenas 49% como tentou fazer o anterior governo socialista.
Seja qual for o cenário, privatização da Azores Airlines ou, no limite, a sua declaração de insolvência, há questões que devem ser colocadas e acauteladas: quem irá garantir, como e a que preço a ligação do arquipélago ao continente português, à Europa, aos EUA e Canadá? E como ficam as gateways do Pico, Faial e Santa Maria? Haverá espaço para as acomodar no novo contrato de concessão que os governos da República e dos Açores vão negociar? Faz sentido equacionar um novo modelo de transporte aéreo para os Açores, incluindo as ligações interilhas?
Se é verdade que a SATA caiu em falências técnica pela mão de sucessivos governos do PS, não é menos verdade que o futuro está nas mãos deste governo de direita. Tudo o que vier a ser decidido será apenas e só da responsabilidade de José Manuel Bolieiro. E relembro a frase do CEO da SATA, Luís Rodrigues, em entrevista à RTP-A: “o negócio da aviação é o mais dificil do mundo e quando um governo não entende isso está a arranjar lenha para se queimar. Isso é garantido’:
O governo não tem margem para errar.
(Paulo Simões – Açoriano Oriental de 12/06/2022)
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  • Humberto Carreiro

    Espero que os políticos finalmente percebam: política aos políticos, aviação a quem disso percebe e francamente, desde eng⁰ Cansado que só agora vejo o 2⁰ homem com pendor e conhecimentos de “ofício”

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