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DIA 27 DE JULHO DEVIA SER LUTO NACIONAL 2020
NÃO SE COMPREENDE QUE NÃO SEJA FERIADO E DIA DE LUTO NACIONAL, AFINAL FAZ 50 ANOS QUE FENECEU O GRANDE LÍDER
Sim, passaram 50 anos sobre a morte desse grande estadista , probo, honesto, frugal que tirou Portugal das garras da guerra civil e da miséria, endireitando as contas do Estado, deixando na sua morte, um balúrdio de barras de ouro para o desenvolvimento futuro do país.
Um homem bom e tímido, incapaz de se declarar a todas as mulheres por quem nutria afeto, mas rígido, exigente e seguro com os seus subalternos, nem todos com a mesma visão e amor da Pátria como ele que toda a vida se sacrificou e pagava contas do seu bolso por achar que não eram encargo do estado.
Um homem que não deixou o povo emigrar para as colónias para que não sofressem lá, antes preferindo que emigrassem para o Brasil e outros países onde enriqueceriam mais depressa.
Um homem que teve de sacrificar os jovens do país para que eles defendessem as colónias dos terroristas norte-americanos e russos que só cobiçavam as riquezas ultramarinas.
Um grande líder que livrou Portugal da segunda guerra mundial exceto em Timor onde australianos, holandeses e japoneses invadiram o território contra a sua vontade e causaram milhares de vítimas.
A sua polícia secreta sempre protegeu os portugueses dos comunistas e outros extremistas que queriam o mal de Portugal, esse país em que quanto mais ignorantes mais felizes e em que beber vinho alimentava um milhão de portugueses, país idílico retratado de um qualquer romance oitocentista sem correspondência na vida real.
A sua política de protecionismo de natureza fiscal, tarifária e alfandegária protegeu Portugal e as colónias, equilibrando as finanças públicas e o défice externo enquanto se proclamava “orgulhosamente só” após a guerra. Infelizmente, e apesar de ter sido presidente do Conselho de Ministros durante 36 dos seus 81 anos de vida, morreu enganado, sem saber que há dois anos não governava e fora substituído pelo seu Delfim, Marcello Caetano.
Américo Tomás dirá que “a morte nos levou um homem que foi o maior português do seu século e um dos maiores de sempre”. O funeral foi impressionante, com cortejo para a Assembleia Nacional (hoje, Assembleia da República), a banda da GNR a tocar a Marcha Fúnebre de Chopin; seguindo, depois, para o Mosteiro dos Jerónimos, onde estaria em câmara ardente, quando o féretro seguiu num comboio especial para Santa Comba Dão, a viagem demoraria cinco horas, após o que seria sepultado numa campa rasa no cemitério do Vimieiro.
Ao contrário da bomba anarquista que explodiu antes da chegada do automóvel em 1937, das tentativas de golpe militar, uma cadeira seria o trágico fim do ditador. Ou, como José Cardoso Pires escreveu na fábula satírica Dinossauro Excelentíssimo, publicado ainda durante a ditadura e que era um retrato da vida de Salazar (“Dinossauro Um”): “Tinha caído e estava velho; era um gigante muito antigo, de fibras mais que secas, a estalar.”
E deixou um país cheio de barras de ouro, racistas disfarçados, esbirros da inquisição e delação, país de invejosos convencidos de que o país era pequeno só porque pequenas eram as suas mentes e as visões do Grande Líder, uma ficção em que a maioria acreditava.
Mas pelos vistos ninguém nas ruas celebra a morte que iria libertar o país para pertencer à Europa e ao mundo e errar sim, mas em democracia, que, apesar de tudo ainda é o menos mau dos sistemas. Por muito mal que o país esteja desde 1974 não consigo, ao contrário de alguns, imaginar-me a viver como nesses tempos e, apesar de muitas ameaças o novo estado vigilante Big Brother (ainda) não se pode comparar à PIDE.
