sabia que há armada portuguesa desde afonso henriques

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Portugal tem marinha de guerra (armada) desde a sua fundação.

Quando houve a queda do Império Romano do Oc9idente, desapareceram os navios romanos e a navegação ficou limitada aos rios e pesca costeira. Mas com o domínio muçulmano vieram os ataque de piratas para fazer escravos e levar tudo o que tivesse valor. Numa altura em que a Galiza já tinha sido reconquistada, o Arcebispo de Santiago de Compostela, Diego Gelmires, mandou fazer algumas galés (navios a remos com vela auxiliar, como as dos romanos) para combater os piratas. Tiveram bastante sucesso.

Quando D. Afonso Henriques conquistou Lisboa (1147) tinha galés, que provavelmente foram utilizadas no transporte de tropas do Porto para Lisboa. Sabemos pela descrição de um cruzado da Flandres que o capitão das galés do rei morreu no ataque da cidade.

Reconhecendo a importância da atividade marítima, D. Afonso Henriques concedeu bastantes vantagens a quem se ocupasse dos ofícios ligados aos navios. Isto teve muito sucesso e o número de navios de guerra aumentou, assim como a capacidade de fazer mais rapidamente. A prova disso são as batalhas que foram travadas com as frotas muçulmanas, que tinham o seu apoio mais próximo em Alcácer do Sal. Eis as descrições:

Segundo um cronista muçulmano, ibn Idari, Geraldo sem Pavor teria sido executado por ordem do califa almóada porque estava a conspirar com D. Afonso Henriques uma invasão a Marrocos. Pode ser um bocado exagerado, mas havia algum fundo de verdade.

E a verdade foi a guerra naval de D. Afonso Henriques com os muçulmanos, entre 1169 e 1189.

Com uma esquadra comandada por D. Fuas Roupinho, atacaram Sevilha em 1178, ao mesmo tempo que Sancho I atacava por terra, chegando à periferia do bairro de Triana.

Os almóadas responderam com um ataque da frota muçulmana a Lisboa; os portugueses atacaram Saltes (Huelva). Os almóadas atacaram Porto de Mós (1180), tendo sido repelidos, com a ajuda dos concelhos de Alcanena e Santarém.

Em 1181, o reino de Portugal reuniu 40 galés (!) e correu a costa do Algarve, atacando o que podia. Não contentes, atacaram Ceuta, provavelmente para eliminar a frota almóada. No entanto, a frota não estava lá, juntaram 54 barcos e perseguiram e venceram os portugueses, que perderam 20 barcos.

Já em 1189, havia de novo 40 barcos que acompanharam a Terceira Cruzada até Silves.

Portanto, o facto de Portugal disputar taco a taco o domínio marítimo do sul da Península Ibérica, antes de haver conquista por terra, mostra que os barcos eram barcos de guerra e não pequenos barcos de comércio ou pesca arrebanhados para a ocasião, que havia tripulações mais ou menos profissionais e que havia técnicas de navegação em alto mar, mesmo se em regime de cabotagem.

Esta resposta foi elaborada tendo como base o artigo: [Os primórdios da Marinha Portuguesa: da Alta Idade Média, a Fuas Roupinho]

(https://jmdorropio.wixsite.com/site/post/os-prim%C3%B3rdios-da-marinha-portuguesa-da-alta-idade-m%C3%A9dia) José Dorropio , que é um recriador histórico, com respeito pela história, sem fantasias.

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José Antonio Dermengi Rios

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