ROTA DAS LETRAS EM MACAU

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Organização “muito satisfeita” com Rota das Letras. 🇲🇴
O director do Festival Literário de Macau – Rota das Letras traçou ao Jornal TRIBUNA DE MACAU um balanço positivo da 10ª edição da iniciativa, acrescentando que a organização está “muito satisfeita”.
Ricardo Pinto disse ainda esperar que o festival possa continuar “por muitos anos”.
A 10ª edição do Festival Literário de Macau – Rota das Letras, que este ano teve como base a Casa Garden, terminou ontem.
Com quase 60 autores convidados, o festival contou com 11 sessões para apresentação de livros e debate sobre diversos temas, e quatro performances com um total de 11 representações, uma das quais um concerto, e duas exposições de fotografia.
Ao Jornal TRIBUNA DE MACAU, o director do festival, Ricardo Pinto, disse que a iniciativa correu “segundo as expectativas” da organização.
“Estamos muito satisfeitos por ter sido possível realizar a 10ª e todas as outras edições anteriores.
Dez anos depois, de facto, olhando para trás, acho que temos razões para nos sentirmos satisfeitos com o que fizemos e esperamos poder continuar a fazer o festival por muitos anos”, afirmou.
Ricardo Pinto destacou a sessão que decorreu no sábado a propósito dos 200 anos da primeira tradução da Bíblia para chinês e também da abertura do Cemitério Protestante, apontando que foi “muito concorrida”.
“Depois houve uma visita que foi acompanhada por um grupo bastante significativo de pessoas, com historiadores de Macau a explicarem o significado do cemitério e de quem lá está, em três línguas – português, inglês e chinês – o que seguramente permitiu que muitos residentes de Macau passassem a ter um conhecimento do espaço e da história de Macau diferente do que tinham até agora”, observou.
Outros momentos “muito marcantes” foram a audição, pela primeira vez, do tema intitulado “Tango em Macau”, escrito por Kazuo Ishiguro, Prémio Nobel da Literatura em 2017, e cantado por Stacey Kent, que marcou presença de forma virtual, a partir dos Estados Unidos, onde está em digressão.
“No final da entrevista revelou que muito provavelmente estará cá em Outubro a actuar num concerto, caso, obviamente, as condições de saúde pública o permitam”, acrescentou.
O também director do jornal Ponto Final disse também que outro regresso que ficou prometido foi o do poeta Fernando Sales Lopes, que lançou no sábado o livro “O Tempo e o Vento”:
“Ele e a Teresa Sena irão regressar a Portugal nos próximos dias, [mas] o Fernando Sales Lopes deixou a promessa de que o próximo livro que escrever virá lança-lo a Macau”.
Apontando que pandemia fez, mais uma vez, com que o festival tivesse de se adaptar, apostando num formado de menor duração e com presença não só física como online, Ricardo Pinto frisou que a iniciativa só faz sentido com a forte presença no território.
“Não queríamos fazer um festival que fosse 100% virtual, julgo que isso teria pouco interesse para o público.
Mas sempre que haja uma razão muito forte para que as pessoas surjam do exterior, apostamos no online.
Foi o que aconteceu quando fizemos a homenagem a Deolinda da Conceição.
O facto de o filho [António da Conceição Júnior] estar na cidade do Porto era uma razão fortíssima para o ouvirmos e foi, aliás, um testemunho extremamente comovente”, prosseguiu.
O festival, frisou Ricardo Pinto, não passa apenas pelas sessões sobre literatura, mas também por performances, exposições e concertos.
“Tivemos performances sempre com público, e ontem [sábado] tivemos um concerto muito bom com uma banda de músicos muito virtuosos, o vocalista Gabriel e Maria Monte, que tocou pela primeira vez temas que criou em colaboração com João Caetano”.
“Essa parte mais presente do festival aqui em Macau obviamente para nós era de toda a importância.
Não podemos ter autores de fora connosco, e sempre que possível temos online, mas queremos continuar a fazer o festival em Macau, para os habitantes de Macau e com os autores de Macau”, reiterou.
Ontem decorreu ainda a apresentação de várias novidades editoriais, bem como um painel sobre “Narrativas da Escrita e da Fotografia” e uma leitura encenada e debate baseado em três histórias da antologia de contos A Cabaia, de Deolinda da Conceição.
Questionado sobre se antevê desafios para os próximos anos, Ricardo Pinto disse acreditar que o evento poderá continuar a ser realizado:
“(…) Creio que pelo apoio que tivemos este ano, tanto do Governo de Macau, como das empresas, mesmo nesta fase de dificuldades, não [haverá motivos] para que o festival deixe de se fazer”.
Sobre se voltar aumentar a duração do festival é um objectivo, tudo dependerá.
“Obviamente se for possível voltar a fazer crescer o festival [depois da pandemia] em número de dias e participantes, far-se-á, mas sempre em função das condições existentes, nomeadamente do ponto de vista financeiro”, concluiu.
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