restaurante Nacional tivemos 3 invernos seguidos

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“Tivemos três invernos seguidos, com o verão a ser ainda pior que os invernos”
É dos restaurantes mais antigos de Ponta Delgada, se não mesmo o mais antigo, e nunca viveu uma crise tão grande como a actual, causada pela pandemia de covid-19. Falamos do Restaurante Nacional e quem o afirma é o proprietário, Carlos Medeiros, que fala em quebras superiores a 50% na actividade. “O balanço dos últimos meses é mau. Tivemos uma quebra muito grande, para cima de 50 por centro”, revela em declarações ao Diário dos Açores.
Aberto desde Junho de 1947, o espaço de restauração, localizado no centro histórico da cidade de Ponta Delgada, está na família de Carlos Medeiros desde 1980. O proprietário, desde tenra idade ligado ao restaurante, garante que “esta é a pior crise de todas as que já viveu”.
“A crise económica de 2008 não foi fácil de ultrapassar, mas nada que se compare com esta, que está a ser muito mais violenta para nós”, afirma o responsável.
O Nacional esteve, como a grande maioria dos estabelecimentos, encerrado durante dois meses e meio, na altura em que vigorou o estado de emergência. Reabriu a 2 de Junho e desde então o movimento não tem sido o melhor.
“O movimento de clientes tem sido muito irregular. Não se compara aos anos anteriores. Há dias razoáveis, outros muito mauzinhos. No mês de Julho ainda apareceram alguns turistas. Vão aparecendo alguns continentais, mas agora cada vez menos”, conta ao nosso jornal.
Quanto aos clientes locais, Carlos Medeiros nota que têm “receio” de ir aos restaurantes. O serviço de ‘take-away’, que não era uma grande aposta do Nacional, passou a fazer parte do dia-a-dia do estabelecimento.
“Muitos [clientes locais] têm receio de vir aos restaurantes e vêm com mais frequência buscar comida para levar”, refere, acrescentando que “antes da pandemia não estávamos ‘virados’ para o take-away”.
“De vez em quando havia apenas um cliente ou outro que pedia refeições para levar, mas agora aparecem cada vez mais clientes, principalmente locais, a recorrer a este serviço”, relata.
“Três invernos seguidos”
Sinais de retoma? Para já, não há. “Infelizmente, não há sinais de retoma e já estamos a entrar na época baixa. Sinto que tivemos três invernos seguidos, com o verão a ser ainda pior que os verdadeiros invernos”, considera Carlos Medeiros.
E, se num cenário normal a facturação de verão serve para cobrir a época baixa, desta vez não será assim. “Trabalha-se de verão, para segurar o negócio no inverno, mas este ano, simplesmente, não houve época alta”, lamenta o empresário da restauração.
O responsável espera, contudo, que os desejados sinais de retoma surjam no verão do próximo ano de 2021, mas admite que “não será como em anos anteriores”.
À semelhança de muitos empresários açorianos, também Carlos Medeiros sentiu necessidade de recorrer aos apoios públicos que foram disponibilizados. Aderiu ao ‘lay-off’ durante os meses de confinamento, mantendo ainda hoje alguns dos nove funcionários em ‘lay-off’ parcial. Segundo destaca, a manutenção destes postos de trabalho são uma preocupação, “pois as despesas diárias são as mesmas apesar do movimento ter diminuído”.
Olhando para o futuro, o empresário da restauração não tem as melhores perspectivas: “Espero estar enganado, mas não acredito que as coisas melhorem nos próximos meses”, refere. Mas mantém o pensamento positivo.
“Acho que todos os que estão a trabalhar num sector ligado ao turismo temem pelos seus negócios. Da maneira que as coisas correm, temos sempre de pensar no pior. Mas não acredito que [o encerramento do restaurante] venha a acontecer. Felizmente contamos com muitos anos de experiência e espero conseguir dar a volta por cima”, afirmou o proprietário do restaurante Nacional, ao Diário dos Açores.
Por Alexandra Narciso
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