RESTAURADOR OLEX Do homem açoriano a pintar o cabelo

Do homem açoriano a pintar o cabelo
Conquista tardia da Autonomia?
Não é crime. Ou ofensa pública. Ou insulto contra a açorianidade.
Discriminação? Vaidade.
Sem complexos culturais.
Já não é, então, “masculinidade tóxica”, como dizem as “feministas radicais” dos Açores que não acreditam na depilação.
Foi, eu sei, um longo caminho para a liberdade:
a longa noite(fascista?)dos homens açorianos sem cor no cabelo.
Sei do que escrevo. Fiquei com o cabelo branco aos trinta e poucos anos.
E depois foi sempre a descer.
Sem solução aceitável.
Pelo menos uma solução açoriana. Onde os homens não estavam, como se sabe, autorizados a pintar o cabelo. Ou a discutir o assunto em público.
Os tempos da vergonha. Onde a tinta ficava nos armários das intenções.
Fiz, é verdade, parte da resistência:
De férias, na Florida, em Miami, já lá vão uns anos valentes, reparei que estava mais para lá do que para cá.
E que a minha esposa (que é muito bonita) provavelmente preferia alguém com o cabelo menos branco. Não poderia ficar em paz com as minhas inseguranças:
tive “de me antecipar”. A melhor defesa é o contra-ataque. Um açoriano tem de ser “pró-activo”.
E é na Florida que vivem muitos dos reformados açorianos das Américas. Sem cabelos brancos. Ou seja: experiência no terreno. Solidariedade insular. E a coragem apareceu. Quase um milagre!
Fui a um supermercado(barato que sou um forreta açoriano, o Walmart) e comprei a tinta. Com a confiança possível.
O plano seria castanho escuro. Uma coisa discreta mas “que faria o serviço”.
Ainda fui tentado pela tinta preta mas o brilho seria suspeito.
Adeus “gadelhas brancas”!
Só que as coisas são o que são.
A química.
Fiquei ruivo. Sem piedade ou remorso. Uma coisa para além “do horrível”.
E a minha esposa não foi meiga:
pareces um “drag queen” que reprovou no acesso à profissão ou um político açoriano.
Nunca mais.
Foto: busca Google “tinta para cabelos de homem em Portugal”.
No photo description available.
Like

Comment
Share
0 comments