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A queda de Cabul consuma a desgraça da vitória-trovão dos talibãs, da violência, do terrorismo, da chacina, da perseguição das mulheres, do fanatismo religioso. A tragédia assiste ao fracasso da política externa e militar do que chamamos Ocidente.
É um desastre político para Joe Biden. É fácil imaginar o que estaria a ser dito no Twitter de Trump se a sua conta estivesse ativa, incluindo as mentiras sobre a sua própria responsabilidade como Presidente – a sua, a de Obama, a de Bush. Mas é um choque ver como a retirada das tropas se transformou em debandada, em caos, em pânico. Acabaram a fugir espavoridos, sem sequer garantir a segurança, ou vistos, aos afegãos que neles acreditaram e que agora serão perseguidos.
Vinte anos para isto, para alinhar com um governo corrupto que desertou a tremer, formar e armar forças de defesa e segurança que ruíram numa semana.
O mito da super-potência. Escreve hoje o New York Times: “Trágico porque o sonho americano de ser a “nação indispensável’ em moldar um mundo onde os valores dos direitos civis, empoderamento das mulheres e tolerância religiosa mostrou ser apenas isso: um sonho”. E a NATO? E a Europa? E a Europa.
No fim estão destroços sobre os quais se ergue uma estrondosa vitória dos talibãs e uma terrível a credível ameaça – sobre o caixão da política externa ruge a pólvora da violência e nasce um berço de terrorismo.
Que dirão depois de chorarem? Mas já ninguém chora – ou calam ou gritam.