rainha Nzinga “Dona de Angolla”.

Auteur : DEVEAU Jean-Michel 
Illustrateur : CACHIN Claude 
Collection : L'Histoire en images  
Renovo-lhe a expressao de toda a minha consideracao.

Simao SOUINDOULA

HISTÓRIA DE AFRICA

A KILUANJE REAPARECE NA FRANCA ATLANTICA

O facto foi notado com a recente publicação, em Saint-Herblain, perto da cidade Nantes, de “Nzingha, Reine d’Angola” da autoria de Jean-Michel Deveau e Claude Cachin. A obra saiu na editora Gulf Stream na sua coleção A Historia em imagens, chancela que conta, entre outras personagens, célebres, biografadas, o Louis Pasteur e a Marie Curie.

Selado em 72 páginas, o álbum, de formato 22/28, profusamente, ilustrado, com um novo pseudo-retrato da “Dizonda” articula-se numa dezena de capítulos, entre os quais, distingue-se a apresentação dos grandes momentos educativos, púberes, da filha de Mbandi, a corajosa ida, como Embaixadora, da Princesa a São Paulo de Loanda, capital da constituída, arbitraria, Colonia de Angola, a laboriosa conquista do poder e o fim do seu longo reinado.

Nota-se, entre os mapas, inseridos nesta publicação, o indicando os Reinos do Congo, Ndongo, Matamba e o pais dos Jagas Kassanji, no seculo XVII. 

Jean – Michel Deveau, redator dos textos, confirma que a adolescente, de comportamento bem varão, era, mesmo, a preferida do seu pai. 

A delicada missão de negociações da Princesa de Cabazzo, iniciada em 1622, com o Governador da Colonia, autoproclamada, sobre as terras do Ndongo, constitui uma das partes essenciais do livro. 

Sensível a importância da inteligência politica e militar, a irmã do Rei Ngola comprova a presença de navios negreiros, na baia de 

Loanda, e aprecia o dispositivo defensivo da cidade, que privilegia a linha marítima. Aprecia a natureza, fortemente, esclavagista da cidade, meio-seculo depois da sua fundação. 

REGENCIA 

A incontornável anedota da cadeira humana, o impressionante domínio do raciocínio diplomático, a sua estratégica conversão ao cristianismo e a sua perfeita expressão em português são realçados. 

São, igualmente, destacados as vivas rivalidades de natureza politica no seio da família real, sobretudo em 1617, as dificuldades militares e as contrariedades nas campanhas de evangelização. 

A pretensa Regência da Nzinga do trono e comentada, assim como as suas tentativas, falhadas, de ofensiva militar em direção ao Ndongo ocupado, a famosa Guerra das Ilhas do Coanza, empreendidas entre Kitaxi e Danji. 

A Muene recuara para o hinterland e com a ajuda dos errantes Jagas conquistara, o Reino da Matamba, em 1630. 

A evolução histórica dará uma acalmia a Grande Singhille com a ocupação de Loanda pelos holandeses de 1640 a 1648. 

Perante a restauração do domínio português e a sua idade avançada, a Ngola conduzira uma política diplomática conciliadora, eficaz, ate a sua morte. 

A publicação da Nzinga, Reine d’ Angola confirma a reputação que atingiu a Giague na Europa ocidental, e, particularmente, no Hexágono. 

ROSTO 

Este álbum segue diversas iniciativas de natura científica, literária e artística serão, aí, notadas. 

Essas consubstanciaram-se, do século  XVIII ate aos nossos dias,  pela edição de romances a carácter  histórico, a evocação da figura da temível “Kiluanje” em várias obras clássicas assim como a publicação de relações antigas e de crónicas biográficas. 

E, e  Paris que dará, nos meados do século XIX à filha de Kenkela  - ka – Nkombe, um rosto. 

A obra de Jean-Michel Deveau e Claude Cachin, que tocara, particularmente, a juventude dos 77 países, total ou parcialmente, de língua francesa, e não só, e uma contribuição a elevação da “Nzinga van Matamba”, através das tradições e expressões orais, rituais e eventos festivos, ligados a Soberana angolana, a Património da Humanidade; dinâmica que esta a acompanhar, notavelmente, pela sociedade civil do Quadrilátero, com entidade tal como a Semba Comunicação, que acaba de organizar, em Luanda, o bem-sucedido Coloquio Internacional sobre a Rainha e que prontificar em Setembro, uma serie sobre a “Dona de Angolla”. 

Por 

Simão SOUINDOULA 
Historiador. Perito da UNESCO 
C.P. 2131 
Luanda 
(Angola) 
Tel.: + 244 929 79 32 77 

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