RACISMO LUSITANO

May be an image of 5 people, people sitting, people standing and outdoors
Não ando com muita paciência para intervenções no FB, mas desta vez não posso deixar passar sem largar aqui os meus dois tostões de opinião. Refiro-me aos recentes maus tratos a imigrantes.
Quem julga que este tipo de atitudes da GNR são casos isolados de mau trato por descriminação dos abundantes asiáticos migrantes em Odemira não está a ver bem o filme. E digo isto sem pejo nenhum.
Quem ainda não se apercebeu da normalização da discriminação é porque não escuta a palavra “monhé” dita em milhares de conversas como se não fosse pejorativa, ou que não tem conhecimento que foi um empresário no caso de 2018, que pediu para darem um “apertão” nuns funcionários com os quais alegadamente teria uma divida. Tal a promiscuidade com as forças da ordem.
A discriminação é evidente em todo o lado e transversal, e em ambientes de aldeia é amplificado, criando uma normalização nefasta para as cabeças que não fazem ideia de qual o papel social de uma farda. A serem verdade as descrições dos actos praticados por estes agentes da GNR, não diferem muito dos métodos da policia na Alemanha da década de 30, ou dos israelitas na Faixa de Gaza. É a autoridade exercida com dolo e à margem da lei por motivos étnicos.
Estas pessoas estrangeiras são usadas como carne para canhão pela agricultura, amanham-se como podem aos magotes e desenrascam-se como qualquer migrante. Não se pode criar precariedade e julgar que as pessoas vão viver fora dela.
Uma sociedade não se equilibra com a mesma rapidez que se edificam umas centenas de hectares de estufas. Para isso teria que ter existido um plano, e isso seria ter noção de sustentabilidade ou estar mesmo interessado num futuro inteligente para este concelho. O que seria pedir muito a quem só vê cifrões.
O que temos aqui são refluxos sociais de uma agricultura intensivamente insustentável, que encontraram campo fértil nuns quantos marmanjos xenófobos de aldeia, com uma farda vestida, o que causa desconforto geral na sua face mais visível e aberrante, porque provoca desconfiança na autoridade.
A discriminação essa nem com espátula vamos conseguir raspar, porque nesta sociedade em que quanto menos ganhas menos és, os imigrantes ainda estão na base da cadeia trófica.
Tudo está interligado e sempre estará…
A foto é de uma asiática a fazer um vídeo de um cagalhão, achei que lhes devia dar um bocadinho de tempo de antena neste meu postal.