quem é Joana Félix a poeta, poetisa e musa

485841_357474217621577_2022723692_n lagoa2012 03abr caloura rolf (40) ???????????????????????????????retirado de Diário Insular 15 setembro 2013

 

reportagemHélio Vieira
Fotografia António Araújo

A arte de Joana Félix

Escrita
de emoções

 

Joana Félix desde o berço que se habituou aos serões culturais em casa. Filha de Emanuel Félix, um dos mais importantes poetas açorianos, segue os trilhos da poesia.Quando ainda era criança, Joana Félix apreciava a azáfama que regularmente existia em sua casa durante os serões, em que eram convidadas figuras da cultura da Terceira ou com visitantes como Adriano Correia de Oliveira ou Carlos Paredes.
Recorda-se, também, quando o pai – Emanuel Félix, um dos maiores poetas açorianos de sempre – a cativava lendo poesia como quem conta uma história para dormir.
Com toda a ambiência cultural que fervilhava na casa da família Félix em Angra do Heroísmo, o encontro de Joana Félix com a escrita foi inevitável.
“Comecei a escrever muito cedo, tinha seis anos de idade. O meu pai encontrava coisas escritas por mim escondidas dentro de livros. No meu primeiro livro estão várias coisas que escrevi quando era criança e que foram publicadas exatamente como tinham sido feitas nessa altura”, referiu.
Os primeiros poemas de Joana Félix foram publicados em jornais como o extinto “Directo”, cuja redação ficava na mesma rua onde residida.
Desde cedo que começou a habituar-se a conviver com as comparações entre a sua escrita e a do pai, situação que, segundo confessa, nunca a incomodou.
“Sempre tive consciência da responsabilidade de escrever poesia, sendo filha de Emanuel Félix que foi um grande escritor, mas sempre procurei percorrer o meu caminho sem nunca deixar de ter em conta esse facto. Desde cedo que dei a conhecer aquilo que escrevo porque concordo com quem diz que a poesia, ou outra forma de arte, não deve estar escondida numa gaveta”, afirmou.
Apesar de a realidade em termos afetivos e geográficos da ilha estar patente na sua poesia, Joana Félix assegura que não existem limites para a sua escrita.
“Tal como acontecia com o meu pai, por vezes levanto-me a meio da noite para escrever ou fazer apontamentos de coisas que me ocorrem. Sinto necessidade de registar essas ideias que surgem de um momento para o outro”, disse.
Quando lhe perguntamos se a obra poética de Emanuel Félix não tem sido esquecida desde a sua morte em 2004, Joana Félix responde afirmativamente sem hesitar.
“Custa-me que a sua obra esteja um bocado esquecida. É óbvio que ainda existem pessoas interessadas em mantê-la viva, mas é um facto que hoje ouve-se falar pouco dela e isso entristece-me um bocadinho”, adiantou.
Numa altura em que se edita cada vez menos livros de poesia e os textos de novos autores açorianos são pouco divulgados, recorda que é importante não desistir porque “a palavra escrita é muito importante”.
Nesse sentido, Joana Félix refere que é fundamental que as pessoas que têm gosto pela escrita publiquem os seus trabalhos, até porque hoje existem muitos recursos para isso com as potencialidades que a internet tem para oferecer.
“Não me importo que ‘usem e abusem’ dos meus textos porque a arte deve ser partilhada”, referiu.
Aponta como lacuna o facto de não haver, presentemente, na Terceira, muitos espaços onde se possam realizar recitais de poesia, uma vez que poderia ser uma via para despertar o interesse das pessoas por essa e outras formas de expressão escrita.
Depois de ter editado o seu primeiro livro com o título “Palavras que eu disse”, integrou uma antologia de poesia da Chiado Editora e prepara uma nova publicação de textos.PAUSA NA PINTURA
Para além da escrita, Joana Félix tem dedicado algum do seu tempo à pintura, outra vertente da arte que também mereceu interesse do seu pai, que exerceu a sua atividade durante muitos anos na área do restauro de obras de arte.
“Tal como aconteceu com a escrita, comecei a fazer desenhos muito nova porque tinha acesso aos materiais que me pai me arranjava para pintar. O meu irmão (Emanuel Félix Júnior) era muito melhor do que eu nessa área, mas lá em casa quase toda a gente gostava de pintar”, referiu.
No entanto, confessa que nos últimos tempos a pintura tem ficado um pouco de lado, ao contrário do que acontece com a escrita.
“No desenho e na pintura, quando se fica muito tempo parado, perde-se o jeito, por isso espero voltar a essa atividade em breve até porque começo a ter saudades dos pinceis e das tintas”, afirmou.
Joana Félix admite que na sua poesia existe muito do que faz na pintura através do jogo de cores e das imagens e que as duas formas de expressão de artes se podem complementar.

 

A JOANA (VER CADERNO AÇORIANO Nº 20 EM

http://www.lusofonias.net/doc_download/1654-caderno-20-joana-felix.html

FOI UMA DAS AUTORAS SELECIONADAS PARA A NOVA ANTOLOGIA NO FEMININO “9 ILHAS NOVE ESCRITORAS” QUE A AAICL ESTÁ A PREPARAR PELA MÃO DE HELEMNA CHRYSTELLO E ROSÁRIO GIRÃO)

 

ESTEVE PRESENTE NO 117º COLÓQUIO DA LUSOFONIA LAGOA 2012 E VOLTARÁ A MARCAR PRESENÇA NO 21º EM ABRIL 2014….