quando o cometa andou aqui em 2014 escrevi isto

 

 

 

. ATERRAR NUM COMETA É COMO APANHAR UM TGV FORA DA ESTAÇÃO, CRÓNICA 141, 13 DEZ 2014

 

Aterrar num cometa é como apanhar um TGV fora da estação, mas foi isso que aconteceu há dias. O homem na sua infinita sede de conquista alcançou nova meta e mais nenhum cometa pode dormir descansado com esta ambição voyeurista. Nem David Bowie esse camaleão marciano da música tão avant-garde, o adivinhava em Space Oddity ou em Life on Mars… A sonda Rosetta mandou dizer que a água do cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko. é diferente da nossa.

Se fossemos tão bons em humanismo e ecologia como em tecnologia talvez não andássemos em busca de outro sítio no universo antes que este acabe, que é o único que temos (enquanto não o destruímos por completo) e mais uma civilização ia para as calendas. Os que sobrevivessem (os menos tecnologicamente aptos) teriam de recomeçar do grau zero. Na atual civilização dita ocidental, e face ao que observo, deste longínquo arquipélago dos Açores onde nada de relevante para o futuro da humanidade acontece, os prognósticos são negros. A manipulação de imagens e de textos e contextos com que as rádios, televisões e jornais nos bombardeiam todos os dias nada augura de bom.

Na vizinha Espanha já é proibido quase tudo, desde filmar polícias, a manifestações, a colocá-las na Internet…convém que não surjam imagens da realidade alternativa a que a comunicação social mundial pretende impor a todos, intoxicando uma população, cada vez mais inculta, impreparada e incapaz de discernir ou de pensar por si própria. Somos uma minoria, ouso mesmo chamar-lhe elite, que sobrevivemos dos tempos da “outra senhora” com capacidade de ver e ajuizar o que se passa em volta com o ressurgimento de nazismo e outros ismos, intolerâncias, egoísmos, um capitalismo selvagem em busca de lucro a qualquer preço, em que os homens e mulheres não são já meros servas da gleba como outrora, mas meros algarismos no deve e no haver das grandes corporações que tudo controlam.

Isto para não falar nos atropelos à dignidade humana que se escondem detrás do Patriot Act dos EUA, de 26 outubro 2001, que nos torna a todos em potenciais terroristas sem direitos exceto o de sermos interrogados e torturados, até possivelmente na tropicalíssima Guantánamo. E poucos podem escapar, a menos que vivam fora desta sociedade consumista que nos aliena e emprisiona.

Falamos da Monsanto dos GMO ou OGM, às farmacêuticas que nos matam e envenenam, aos bancos que nos especulam e roubam os nossos impostos, manipulando os governos títeres que têm vindo a colocar no poder, aos conglomerados da massificação da comunicação social que opera a uma voz única em que apenas os apresentadores diferem, mas as notícias não. Dois jornalistas da Fox (Steve Wilson e Jane Akre) foram despedidos pelo trabalho investigativo de um documentário (junho 2013) sobre uma hormona de crescimento bovino da Monsanto (não se encontra o link da reportagem (Mas consulte http://www.goldmanprize.org/recipient/jane-akre-steve-wilson/ ), desapareceu!

Os meus colegas jornalistas estão a ser presos e mortos (em todo o mundo) em número tão elevado como não há registo anterior, a vigilância em linha (online surveillance) há muito que nos privou da privacidade e alienou em redes sociais (sejam Facebook ou Twitter, ou qualquer outra). A Internet pode (e tem sido, nalguns países) controlada pelos governos. Estamos, cada vez mais, vulneráveis a ataques por governos autoritários, militantes, criminosos, fundamentalistas, e terroristas de todas as cores, tamanhos e feitios. A globalização da corrupção e outros atos criminosos impunemente aceites e tolerados na maioria dos países é uma das maiores ameaças à liberdade de expressão…

Temos uma nova censura (ou decommissioning na linguagem de George Orwell) que se estende a todas as formas do conhecimento incluindo a reescrita da História de acordo com os novos paradigmas dos poderosos…mas eu recordo as descrições que meu pai fez do nascimento dos nacionalismos exacerbados que através de um voto pretensamente democrático levou Hitler ao poder legitimando-o com o apoio de massas incultas e lavadas ao cérebro engolfadas num mundo em desalinho e insegurança que as levou a buscar o apoio de ditadores fortes (carismáticos ou não) e a segui-los carneirentamente como convinha.

Infelizmente a história repete-se e escrevi sobre este tema no meu livro ChrónicAçores entre 2005 e 2008, mas como poucos o leram menos ainda puderam ser avisados do que estava para vir e veio e continua a vir até ao ponto de rutura.

Tenho tido o sonho recorrente de uma grande manifestação ou tragédia (lembram-se das Torres Gémeas e episódios semelhantes, capazes de unir e mobilizar nações inteiras?) a ser transmitida por todo o mundo (sabemos todos como há imagens manipuladas e feitas em estúdio, tipo hologramas, usadas em filmes com fundo azul ou verde conforme o destino e depois colocam-se os intervenientes frente a essas imagens de fundo para obter o efeito desejado). Pode ser uma invasão alienígena, a segunda vinda do Messias, qualquer ato mesmerizador que una as pessoas prontas para aceitarem que o governo as defenda da ameaça.

Depois limita-se o acesso de imagens alternativas da realidade (aquela que não é transmitida pelas TV) e não sendo disseminadas não existem. Basta impedir que sejam publicadas. Pelo subliminar todas as pessoas se identificarão com as imagens manipuladas e tomarão as decisões baseadas nesse visionamento. Está completado o ciclo necessário para os governos tomarem as medidas que entenderem (lembram-se do surto de Ébola que surgiu e desapareceu enquanto milhares de tropas eram enviadas para África em missões das quais pouco ou nada sabemos?). Se, apesar disto surgir uma voz dissidente, fácil será silenciá-la com um escândalo sexual como fizeram com o ex-chefe do FMI Strauss-Kahn ou Edward Snowden da WikiLeaks, sem terem de “suicidar” tais vozes (está na moda serem suicidados).Tem sido feito recorrentemente pois a realidade há muito ultrapassou casos desses que vimos em séries de cinema de ficção.

Das dez teorias de conspiração de que mais se fala temos o eugenismo, malthusianismo, geoengenharia, e outros processos de controlo da população, pelos GMO – OGM, por “chemtrails” (as nuvens artificiais parecendo “contrails” ou rastro de aviões), por vacinas do H1N5, do Ébola ou quejandas (lembram-se das vacas loucas que vieram e foram? a gripe das aves, etc.), por alienígenas que dominam governos e laboratórios de experiências subterrâneas para escravizar a humanidade, pelo aquecimento global, pelo Codex Alimentarius da FAO e OMS (1963) ou a Agenda 21 da ONU.

Existe uma dúvida que me assola, por mais que lhes reconheça alguma validade, a menor população mundial tornaria inviável os governos e os lucros dos que alegadamente buscam reduzir a população e ver-se livres dos desempregados, pobres, velhos e outros “inúteis” da sociedade. Mesmo com a robótica a tomar conta da produção eles vão sacar mais dinheiro de quem? Dos robôs? Isto se não deflagrar um grande conflito mundial entre EUA+Europa e Rússia…ou se a China não quiser demonstrar que é já a maior potência mundial, ou se o Califado (ISIS é o nome de deusa egípcia do amor pouco apropriado) continuar a vir por aí fora.

Para incréus, como eu, custa a aceitar a nova realidade mundial. Cresci num mundo instável, mas onde os valores fundamentais permaneciam inalterados há décadas. Há sempre, com o avançar da idade, uma certa nostalgia pela segurança dos tempos jovens onde a esperança abunda. Não sei prever os negros dias de futuro que nos esperam. Quero crer que a bolha vai rebentar, pode ser bolsista como em 1929 com o desabar deste capitalismo neoliberal, o mais selvagem de todos ou outra bolha qualquer, um conflito mundial ou nuclear, e resta depois ter esperança em dias melhores, mas é uma incógnita bem cinzenta que vai ensombrar os anos derradeiros da minha passagem por esta Terra que todos destroem.

Espero que o novo mundo não tenha nem mais um Illuminati, palavra em latim que significa “iluminado”, uma ordem ou sociedade secreta com o iluminismo como base das suas doutrinas. Como se trata de um grupo secreto, é rodeado de grande mistério. O objetivo dos Illuminati é alcançar o domínio total do mundo, através de influências e pressões políticas, económicas e sociais.

A NWO (New World Order) ou NOM (Nova Ordem Mundial), seria um governo global, com autoridade sobre todo o mundo. Várias pessoas acreditam que um dos objetivos dessa NOM e dos Illuminati seria manter a população mundial abaixo de um determinado número de habitantes. Muitas pessoas teriam que ser eliminadas. Existem também teorias que indicam que os Illuminati manipulam vacinas, alimentos e a água para causar infertilidade e esterilização, diminuindo a população mundial.

Outra ligação muito comum é com o Clube de Bilderberg, associação ultrassecreta que organiza reuniões para 130 pessoas, com grande influência no mundo. Existe especulação que o que é decidido nessas conferências dita o futuro do resto de todo o mundo. Este clube deriva o seu nome da primeira reunião organizada (em 1954) no Hotel Bilderberg, na Holanda.

Alguns dos símbolos mais conhecidos dos Illuminati são o triângulo ou pirâmide, o “olho que tudo vê”, a coruja e o obelisco. Vários autores relacionam os Illuminati com a maçonaria e existem símbolos equivalentes. Vários cristãos acreditam que o líder da Nova Ordem Mundial e dos Illuminati será o Anticristo e o estabelecimento dessa ordem corresponderá ao início do fim do mundo.

Como filho da geração que acreditou no amor universal nos anos 60, quero crer que vai emergir uma nova ordem mais pacífica e amiga da Terra, onde a justiça e a equidade sejam, de novo, objetivos a atingir. Ao meu lado, porém, a maioria das pessoas está demasiado ocupada e preocupada com a sobrevivência pessoal, com a manutenção do poder de compra consumista para divagações destas, enquanto eu, pelo contrário, nada posso fazer para garantir a sobrevivência motivo que me leva a estas lucubrações, consciente de que mais gente pode partilhar a minha visão do mundo, exemplificada pelo paradigma dos Colóquios da Lusofonia que lidero a título gracioso em prol da defesa do imaterial: a língua e cultura de todos nós. Se mais gente se dedicasse a título gratuito a defender utopias destas, melhor seria este mundo.