Quando a arte de que gostamos foi feita por “Monstros”:

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Quando a arte de que gostamos foi feita por “Monstros”: Um crítico expõe o “Dilema do Fã
10 de Maio de 20235:00 AM ET
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Ar Fresco

Maureen Corrigan
Maureen Corrigan

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Transcrição
Monstros: O Dilema de uma Fã, de Claire Dederer
Penguin Random House
No mês passado, dei uma palestra numa conferência em honra do falecido escritor Norman Mailer. Quando mencionei esta conferência na aula aos meus alunos de Georgetown, alguns deles disseram logo: “Mas ele esfaqueou a mulher”. Consegui sentir o ambiente na sala de aula a mudar: Os alunos pareciam perplexos, até desiludidos. O que estava eu a fazer ao falar numa conferência em honra de um homem capaz de tal acto?

A situação inverteu-se na própria conferência: Quando confessei na minha intervenção que, por muito que venerasse a escrita de não-ficção de Mailer, estava igualmente contente por nunca o ter conhecido, alguns membros da audiência ficaram surpreendidos, ofendidos em nome de Mailer.

Se a escrita de Mailer tivesse sido sempre tão má como o seu comportamento esporádico, não haveria problema. Mas, como Claire Dederer salienta no seu novo e soberbo livro, Monsters, o problema surge quando a grande arte é feita por homens que fizeram coisas más: homens como Picasso, Hemingway, Roman Polanski, Miles Davis, Woody Allen e, sim, Mailer.

Será que colocamos antolhos e concentramo-nos apenas no trabalho? Será que os génios, como pergunta Dederer, têm um “passe livre” para o seu comportamento? Ou será que “cancelamos” a arte de homens – e algumas mulheres – que fizeram coisas “monstruosas”?

LIVROS
Claire Dederer sobre o seu livro “Monsters: O Dilema de um Fã”.
OUVIR E SEGUIR
Espero que a própria Dederer não se revele um monstro, porque admiro imenso o seu livro e quero partilhá-lo com os meus alunos. Como pensadora, Dederer é inteligente, informada, cheia de nuances e muito divertida. Começou por ser crítica de cinema e considera Pauline Kael um modelo para fundamentar os seus juízos na sua própria subjectividade, nas suas próprias emoções.

O subtítulo de Monsters é A Fan’s Dilemma: o dilema é continuar a amar, por exemplo, a música de Wagner ou Michael Jackson; continuar a ser apanhado por filmes como Chinatown ou talvez até Manhattan. Em suma, Dederer quer mergulhar profundamente na obscuridade de “não querer desistir da obra [de arte que se ama] e [no entanto, também não querer] desviar o olhar da mancha [do monstro que a criou]”.

Antes e depois
ESCOLHAS DOS EDITORES
Antes e depois
O movimento #MeToo impulsiona esta exploração, mas também o faz o nosso próprio momento saturado de biografias nas redes sociais: “Quando eu era jovem”, escreve Dederer, “era difícil encontrar informações sobre artistas cujo trabalho eu adorava. Os álbuns e os livros apareciam diante de nós como se tivessem chegado depois de terem atravessado os confins negros do espaço, desligados de qualquer contexto”.

Hoje em dia, no entanto, “ligamos o Seinfeld e, quer queiramos quer não, pensamos no discurso racista de Michael Richard. A biografia costumava ser algo que se procurava, que se desejava, que se perseguia activamente. Agora cai-nos na cabeça o dia todo”.

Talvez se possa ouvir nestas citações o quão viva é a linguagem crítica de Dederer. Ela também frequenta

Traduzido com a versão gratuita do tradutor – www.DeepL.com/Translator