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CONTA-CORRENTE

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A POBREZA AMESQUINHA E APRISIONA, A CULTURA LIBERTA
A baixa remuneração dos professores é não só um dos motivos para a degradação da sua imagem social como é consequência desta.
A indignidade dos salários dos homens e mulheres que exercem uma das profissões mais antigas e mais importantes, tendo em vista que as demais, na sua maioria, dependem dela, é uma situação não só desvantajosa para os próprios como altamente prejudicial para o país.
O prestígio social e uma situação económica digna são duas condições essenciais para o cumprimento da importante missão que lhes está confiada, além de que a imagem e o estatuto dos professores são a imagem e o estatuto do país.
O que, à primeira vista, pode parecer um interesse pessoal e setorial é-o, mas não se fica por aí. À pobreza material, ao professor económica e socialmente pobre está, inevitavelmente, associado o professor cultural, mental e eticamente pobre. A não ser que outros traços identitários transcendam esta condição, reduzindo-a ou anulando-a: forte motivação pessoal, elevada cultura, grande prazer pelo estudo, origem socioeconómica favorável. Só que isso só excecionalmente acontece…
Em 1989, há mais de trinta anos, o professor e escritor Vergílio Ferreira(1916 – 1996) escrevia em “Conta-Corrente”: «Sabiam que um deputado, que ordenha, creio, uns 250 contos por mês, tem direito a aposentar-se com o ordenado por inteiro e (talvez) sem impostos depois de oito anos seguidos ou salteados nas bancadas do ripanço? E sabiam que eu (e muitos outros) não chego a embolsar 100, depois de trabalhar no duro durante quarenta anos a preparar meninos para serem talvez agora deputados? Há decerto uma lição de moral prática a tirar daqui. Mas deve ser muito subtil para a espessura do meu cérebro.»
Nada de novo, portanto.
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