PRECOCIDADES “APOCALÍTICAS” E OUTROS CURIOSOS SINTOMAS REPETIDOS NA ATUAL CRISE PANDÉMICA

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PRECOCIDADES “APOCALÍTICAS”
E OUTROS CURIOSOS SINTOMAS
REPETIDOS NA ATUAL CRISE PANDÉMICA
Como a História se repete. Falta saber se como tragédia ou como farsa…
Qualquer leitor do meu livro “Apocalipses” -os “fins do mundo da Historia de Portugal” ( Editora Contraponto) poderá extrair algumas ideias-chave (ou meras curiosidades/coincidências):
Da comparação dos principais momentos de angústia coletiva provocadas por situações-limite como são as pandemias e outros estados de choque equivalentes (apocalíticos), podemos deduzir as seguintes homologias e equivalências:
1. O dilema Economia vs. Saúde bem atual e hoje em debate :
– Esteve bem patente na peste bubónica de 1899, com Sampaio Bruno, como porta-voz, a opor-se ao cerco sanitário da cidade e contra a asfixia económica da urbe, contestada pelos grandes comerciantes e exportadores portuenses. (Exagerava-se no embate entre Lisboa e Porto, atribuindo à capital intenções malévolas de asfixia da cidade “empestada”, identificada em caricaturas na imprensa diária.)
2. Precocidades curiosas da mesma crise pandémica:
– a fórmula pioneira da máscara facial proposta pelo médico Afonso de Lemos;
– a reação das massas perante a vacinação preventiva do bacilo da peste bubónica, concretizada sobretudo pelas mulheres da zona do bairro da Fontinha que se negavam à inoculação. Ou seja, um acto fundacional dos movimentos anti-vacinas, em 1899!
3 .A dialética confinamento/desconfinamento:
Atesta-se na ameaça do cometa de Halley em 1910: ficar em casa e escapar aos supostos “gases” venenosos emanados do cometa ou sujeitar-se a eles em festas nas ruas e esplanadas: restaurantes e espaços públicos oferecem música ao vivo nas varandas expostas ao cometa que se aproximava, levando ao paroxismo da atitude do carpe diem ( goza o teu último dia…).
A mesma reação ambígua se iria repetir na crise da aurora boreal, de 1938, mesmo no mundo rural, interior, do Portugal profundo: enquanto as mulheres correram para as igrejas e confessionários a salvar a alma, os homens encheram as tabernas com libações de última hora, na lógica do latino aforismo do carpe diem .
Um punhado de precocidades que nos deixa a pensar que, afinal, a História se repete. Quantas vezes? Como tragédia ou como farsa (Karl Marx dixit)?
Nihil novi sub sole” – “nada de novo sob o sol” (Eclesiastes1:9)
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