Por um novo ciclo político nos Açores tomás quental

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Mário Moura and Fátima Silva shared a post.

Por um novo ciclo político nos Açores

Após 24 anos de governação regional em maioria absoluta, o Partido Socialista não merece uma nova maioria absoluta, nas eleições legislativas regionais açorianas, que se realizarão no próximo dia 25 de Outubro.
É verdade que o Partido Socialista nos Açores não tem alternativa, porque a oposição está dispersa e é fraca. O principal partido da oposição, o Partido Social Democrata, teve quatro anos para se preparar convenientemente para estas eleições, mas o resultado é muito insatisfatório. Os partidos mais pequenos, apesar das suas limitações, apresentam-se mais determinados.
Mas se é verdade que o Partido Socialista nos Açores não tem alternativa, também é verdade que o Partido Socialista não aproveitou convenientemente a estabilidade política regional para resolver muitos problemas existentes e que são do conhecimento de todos os açorianos. Enumerá-los agora seria fastidioso, porque a lista é longa…
A perda da maioria absoluta pelo Partido Socialista é condição necessária para haver nos Açores mais democracia, maior controlo democrático, mais liberdade e maior progresso. É imperioso “abrir” mais a sociedade, haver mais diálogo e respeitar mais a vontade das pessoas concretas, satisfazendo mais os interesses da comunidade e resolvendo mais os problemas existentes, a começar pela Saúde, pela Educação e pelos Transportes.
Quando o Partido Social Democrata perdeu a maioria absoluta na Região Autónoma da Madeira, após um longo período de maiorias absolutas, o Partido Socialista regozijou-se com tal facto e elogiou a decisão do eleitorado madeirense. Se o Partido Socialista perder nas próximas eleições legislativas regionais açorianas a maioria absoluta, deve aceitar com humildade democrática a decisão do eleitorado açoriano. Será a melhor situação para a Região Autónoma dos Açores, abrindo-se um novo ciclo de maior afirmação democrática.
Se, porém, o Partido Socialista mantiver a maioria absoluta na Assembleia Legislativa Regional – o que poderá acontecer, face à fraqueza da oposição e a uma previsível grande abstenção, porque as pessoas estão cansadas de promessas não cumpridas e de problemas que nunca se resolvem -, não deve “cantar de galo”: deve assumir, igualmente, uma posição de humildade democrática e prestar-se a um trabalho político e administrativo mais consistente e mais competente, porque problemas para resolver é o que há mais no arquipélago.