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Simas Santos, médico e empresário no Pico: “Não é justo a Região pagar a transportadoras aéreas para operarem apenas em São Miguel e Terceira”
O conhecido médico e empresário da ilha do Pico, António Simas Santos, acaba de inaugurar um novo empreendimento em contraciclo: a “Fonte Tavern”, localizado no centro histórico da vila baleeira e que se projecta como mais uma atracção para o turismo. Proprietário da “Aldeia da Fonte”, também nas Lajes, Simas Santos tem sido um defensor intransigente do Pico e do conceito do Triângulo, com S. Jorge e Faial. Fica aqui registada a breve conversa com o nosso jornal.
Acaba de efectuar mais um investimento turístico na ilha do Pico, em contraciclo com a crise que se vive no sector devido à pandemia. É uma aposta arriscada ou é a visão de alguém que acredita no futuro do sector na ilha?
É, sem sombra de duvida, a visão de alguém que acredita no futuro do turismo no Pico.
O que, aliás, está em linha com os últimos dados que apontam para uma notoriedade, nacional e internacional, impressionante que esta ilha conhece.
Como é que analisa este Verão turístico no Pico e em especial nas suas unidades? Os programas de turismo interno resultaram?
Diria, brincando um pouco, que foi um bom Inverno!
O programa de turismo interno funcionou muito bem para o Pico que foi, de resto, a ilha que mais procura teve.
Há quem observe que o Pico é um dos destinos já consagrados do turismo açoriano e que só não vai mais longe porque mantêm-se os problemas de acessibilidades, sobretudo aéreas. Como se resolve isso?
Verdade. Resolve-se isso aumentando a pista do Pico de modo a solucionar o problema crónico da sua operacionalidade e programando para o Pico o número de voos para o exterior que estejam em linha com a procura, acabando com paradigmas anquilosados que nada têm a ver com a actual realidade.
Todos os números falam por si e, como diz o Ivo Sousa, o Pico está na moda.
O que é que espera do tão aguardado estudo sobre a ampliação da pista do Pico?
Espero a confirmação de que é possível e desejável e que o seu custo estará em linha com o princípio do custo/beneficio equilibrado.
Espero que o custo encontrado seja bem modesto e razoável para uma obra dessa envergadura. Tudo aponta para isso.
A velha questão: o Pico deve promover-se sozinho ou acompanhado pelas restantes ilhas do Triângulo?
Respondo sem hesitação: deve promover-se acompanhado das restantes ilhas do Triângulo. Mas assumindo a sua posição geográfica central e sua vocação de distribuição de tráfego para as duas ilhas vizinhas.
São dados objectivos que só não vê quem não quer.
É justo que a Região pague a transportadoras aéreas para operarem em S. Miguel e Terceira e não aplique o mesmo critério para outras ilhas?
Claro que não!
A equidade de todas as ilhas é aquilo por que lutamos há muitos anos, pondo em causa a tradicional, e ainda muito arraigada, tripolaridade, que deixa de fora seis ilhas
Há décadas que se diz que o Pico é a “ilha do futuro”. Quando vai chegar este dia?
Esse dia já chegou, claramente.
O que falta é mudança de paradigma que isso acarreta e que precisa, urgentemente, de ser corrigido.
O tecido empresarial do Pico tem dado provas irrefutáveis de uma capacidade de iniciativa (no turismo, nos vinhos , na carne) notável.
Tenho a convicção profunda que tempos bem próximos irão trazer grandes mudanças.
Um delas já vê sob a forma de um investimento muito significativo que o Grupo Bensaude está prestes a concluir nesta ilha e que demonstra que o futuro já aí está!
jornal@diariodosacores.pt

