Views: 0
a MORTE nos GINETES (Parte I)
Nos Ginetes, morre-se! Morre-se devagarinho e em silêncio! Morre-se por detrás das persianas cerradas e nas dobradiças das janelas, ou do corpo, que enferrujam sem que alguém se importe, sem que alguém se incomode. Morre-se! E nada nem ninguém permanece eternamente, nem sequer os fetos, mais ou menos reais, da Fonte do Sapateiro. Nem matéria nem essência sobrevivem! Há ruínas em cada rua; mais importante: há ruínas dentro de nós; ruínas vivas que se arrastam pelas ruas avelhentadas desta terra feita de gerações.
Morre-se nos Ginetes. Ou vai-se morrendo, como cortinado roxo que vai perdendo a cor, consumido pela dolorosa luz tórrida de muitos verões. Morre-se. Oh, morre-se em silêncio e na desesperança. Em surdina, nas esquinas, nos cafés, só trivialidades importam e ervas daninhas.
Nos Ginetes, morre-se… ou se deixam morrer. Ou deixam morrer a obsoleta terra.
Cansam-me as metáforas e as abstrações. Concretizemos.
![Image may contain: text that says "GINETES"](https://scontent.fpdl1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/p843x403/82816571_1529127927242355_4984067972277469184_o.jpg?_nc_cat=106&ccb=2&_nc_sid=730e14&_nc_ohc=FQ5cuL5c_CgAX_Z8VOq&_nc_ht=scontent.fpdl1-1.fna&tp=6&oh=82cf9289cbabd49ba4f37264a0fa8174&oe=60300A12)
2 comments
Like
Comment
Comments
- Em todo o lado meu amigo…
1
- Like