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Pedro Laureano Mendonça da Silveira
(5 de setembro de 1922, Fajã Grande – 13 de Abril de 2003, Lisboa)
Da Ilha para o Mundo e do Mundo para a Ilha
No dia 5 de Setembro celebrou-se o centenário de Pedro da Silveira, poeta, escritor, investigador literário e histórico, tradutor, jornalista e etnógrafo.
Foi Diretor de Serviços de Investigação na Biblioteca Nacional e deixou colaboração variada, esparsa pela imprensa nacional e estrangeira, na Europa, na América e em África.
Ao longo dos últimos dois anos foram realizadas cerca de duas dezenas de eventos: colóquios, palestras, sessões escolares, descerramento de placas comemorativas, concertos musicais, exposições, montras-poema, sessões de poesia e até um passeio de botes baleeiros, em homenagem a Pedro da Silveira, e que juntou diversos públicos e personalidades convidadas nas ilhas das Flores, Terceira, São Miguel, Santa Maria, Faial e também na cidade de Lisboa.
Destaco a inauguração do Miradouro Raul Brandão, na freguesia da Fajã Grande, cuja edição de 1988 da obra “Ilhas Desconhecidas” foi prefaciada por Pedro da Silveira.
Foram publicadas, já este ano, 3 novas obras: “Pedro da Silveira – Minha Pedra da Vida”, uma antologia breve e para todos”, Editor Vasco Medeiros Rosa. Iniciativa da Câmara Municipal das Lajes das Flores; “Muito mais que paisagem – 100 anos de Pedro da Silveira”, Coordenação Ana Cristina Gil, Leonor Sampaio da Silva, Madalena Teixeira da Silva e Urbano Bettencourt. Companhia das Ilhas e “Edição do Centenário”, vols. I-II com a chancela do Instituto Açoriano de Cultura: Vol. I “Fui ao Mar Buscar Laranjas”. Poesia Reunida. Edição de Urbano Bettencourt; Vol II “Só o Esquecido é Passado”. Prosa Reunida. Edição de Vasco Medeiros Rosa.
Está prevista também a publicação de um opúsculo com as “Cartas e Bilhetes Postais de Pedro da Silveira a Manuel Sousa d’Oliveira”, uma iniciativa da Fundação Manuel de Sousa d’Oliveira.
Até ao final do ano estão agendadas mais seis sessões dedicadas ao Centenário, nas ilhas Terceira, São Miguel, Flores e Faial.
De sublinhar o papel impulsionador do Município de Lajes das Flores, na pessoa do seu Presidente Luís Maciel, bem como de toda a sua equipa, que lideraram exemplarmente estas comemorações.
Inesquecível foi a estreia em simultâneo, nas 9 ilhas, do emocionante documentário “Os livros que ficaram por ler de Pedro da Silveira”, de Sandra Cristina Sousa, produzido pela Comunicar Atitude. Esta foi, sem dúvida, uma boa iniciativa da Secretaria Regional da Educação e Assuntos Culturais.
Como florentina e admiradora da obra de Pedro da Silveira, não posso deixar de agradecer a todos aqueles que contribuíram para que uma das mais mal-amadas e incompreendidas personalidades deste país fosse, finalmente, colocada no lugar que merece.
Uma grande parte da sua colossal obra ficou, ao longo destes dois anos, mais visível e acessível a todos aqueles que a quiserem descobrir e foi especialmente gratificante testemunhar o empenho de tantas pessoas e entidades que tornaram isso possível: Câmara Municipal de Lajes das Flores, Governo Regional dos Açores, Instituto Açoriano de Cultura, Arquipélago de Escritores, Câmara Municipal de Vila do Porto, Universidade dos Açores, Biblioteca Luís Silva Ribeiro, Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, Museu das Flores, Junta de Freguesia da Fajã Grande, Casa dos Açores em Lisboa, Junta de Freguesia de Campo de Ourique, Jornal Diário dos Açores, onde foram publicadas mais de 30 páginas dedicadas a Pedro da Silveira), RTP-Açores, Núcleo Cultural a Horta, EBS das Flores, Parque Natural de Santa Maria, Autoridade Marítima Nacional, Instituto Cultural de Ponta Delgada, Companhia das Ilhas, Letras Lavadas, Livraria Solmar, Clube Naval de Lajes das Flores, Filarmónica União Operária de Nossa Senhora dos Remédios (Fajãzinha), Mar&Ilha, Fundação Manuel Sousa d’Oliveira, Helena Barros (que dedicou um episódio do seu programa “O Fim dos Princípios”,na Antena 1 Açores, a Pedro da Silveira), Marisa Pereira, Pedro Gomes, Pedro Pascoal de Melo, Osvaldo Cabral, Carlos Bessa, Nuno Costa Santos, Sara Leal, Cláudia Cardoso, Susete Amaro, José Andrade, Onésimo Teotónio de Almeida, João Soares, Diniz Borges, George Monteiro, Ana Cristina Gil, Leonor Sampaio da Silva, Eduíno de Jesus, Ivo Machado, Álamo de Oliveira, Luísa Ducla Soares, Rosa Goulart, João de Melo, Vasco Pereira da Costa, Luiz Fagundes Duarte, Diogo Vaz Pinto, Luís Gil Bettencourt, Nina Soulimant, Victor Rui Dores, Manuel Sequeira, Maria José Sousa, Eduarda Mendes, Telmo Nunes, Jorge Ventura, Nelson Fraga, António Monteiro, Pedro Almeida Maia, Vítor Teves, José Corvelo, João Avelar, Fábio Mendes, Fernando Nunes.
Um agradecimento especial a todos os que participaram na campanha de crowdfunding “Pela Memória de um Poeta” (Movimento de cidadãos/IAC/Arquipélago de Escritores), cujos donativos serviram para colocar a placa-poema na Ponta da Malmerenda, na ilha de Santa Maria. Faço votos para que esta campanha possa continuar e que a poesia de Pedro da Silveira fique eternizada em todas as ilhas do Arquipélago.
Importante é também relembrar todos aqueles que souberam homenagear Pedro da Silveira em vida e esperar que os bloqueios endémicos à Cultura nos Açores possam ser, cada vez mais, ultrapassados.
No fim e no princípio, tal como a ilha das Flores, um agradecimento especial à Gabriela Silva, ao Urbano Bettencourt e ao Vasco Medeiros Rosa, o mais persistente e entusiasta defensor da obra e da memória de Pedro da Silveira, cuja “curiosidade deslumbrada do mundo” tanto acrescentou às ilhas e nos continua a tocar 100 anos depois.
Viva Pedro da Silveira!
Daniel Blaufuks
Chrys Chrystello