PAULA DE SOUSA LIMA REGRAS DE BEM CORTEJAR

AMIGOS, cá vai a crónica deste sábado:
Acerca das palavras XXXIII – regras do bem cortejar nas redes sociais
Com um pedido de perdão aos leitores que são alérgicos às redes sociais, dedico esta crónica àqueles que são seus “frequentadores”, muito assíduos, mais ou menos assíduos ou mesmo pouco assíduos. É bastante frequente haver quem use as redes sociais para entabular boa conversação, para dar conta da sua vidinha ou para saber da dos outros, para divulgar uma infinidade de coisas, para contar novidades ou para delas se inteirar, para empreender negócios, para tudo o reportado e mais não sei quê – e tudo isto é legítimo. E também o é procurar nas redes procurar uma relação mais aconchegante, chamemos-lhe assim. Não falta é quem, sobretudo do género masculino, provavelmente por uma questão cultural, busque parelha nas redes sociais – ou apenas se entretenha com a arte do cortejar. Infelizmente, muito o fazem sem arte nenhuma, de forma desajeitada e deselegante. Ora, hoje, qui, tenho como intuito ajudar estas almas românticas, mas com falta de talento. Aqui vão umas sugestões úteis, creio, e simples:
1. Em primeiro lugar, sugiro aos cortejadores que procurem criteriosamente, entre os muitos perfis disponíveis, aquele que mais lhes agrade e que mais se adeque a ser cortejado. Leiam, caros cortejadores, tudo o que está no perfil da pessoa a cortejar, a fim de virem a evitar perguntas desnecessárias, constrangedoras ou impróprias; inteirem-se dos gostos e interesses do alvo da vossa corte; escolham com critério. Como tudo na vida, cortejar implica algum esforço e dispêndio de tempo.
2. Passada esta primeira fase, de pesquisa ou de investigação, muitíssimo importante, abordem o “alvo” através de mensagem privada, obviamente, e façam-no tendo em conta vários requisitos fundamentais, que passo a inventariar:
a) não tratem o “alvo” por tu, pois não é elegante e demonstra uma intimidade que ainda não existe, irá existir mais adiante;
b) não façam elogios excessivos ao aspeto físico do “alvo”, pois este prefere sempre uma abordagem mais subtil;
c) nunca, mas mesmo nunca, perguntem de imediato ao ser cortejado se é casado ou solteiro ou viúvo ou divorciado, isto é de mau gosto e indispõe a pessoa, dado ser indício demasiado claro de que o cortejador quer “algo mais”;
d) façam menção ao interesse que a pessoa cortejada vos desperta no que diz respeito a atividades, gostos, hobbies, etc.
e) nunca, mas mesmo nunca, nunca, façam insinuações de cariz sexual, dado serem de péssimo gosto e mesmo desrespeitadoras do “alvo”; a seu tempo, o que tiver de ser falado (ou feito) sê-lo-á;
f) usem cuidadosamente a língua materna para se dirigirem à pessoa cortejada, coisa sempre apreciada; se não é vosso talento o bem escrever, usem frases curtas, com pontos finais em abundância; os erros ortográficos são imperdoáveis, pois há corretor ortográfico.
3. Se o “alvo” reagir bem a uma primeira abordagem, passem a enviar-lhe, sem exagero, mensagens com frases inspiradoras, emojis engraçados, ligações com boa música, sem esquecer o bom dia e a boa noite. A corte, não esqueçam, precisa de tempo para surtir efeito – ou pouco valor tem.
Espero, caros cortejadores, ter dado um bom contributo para o vosso sucesso. Caso não funcione, olhem, pelo menos não farão má figura, não serão alvo de chacota nem de insultos. E, quem sabe, poderá vir a nascer uma boa amizade com o “alvo”, caso não se desenvolva namoro ou “engate”. Boa sorte.
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  • Gabriela Mota Vieira

    Paula, muito bom. É pedagoga e psicóloga. Gosto do que escreve e do seu sentido de humor.
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