Views: 0
Que a Sua Alma Descanse em Paz. 

Morreu Aida de Jesus, a matriarca da comunidade macaense.
Aida de Jesus, figura incontornável da comunidade macaense, faleceu ao início da tarde desta quarta-feira no Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde se encontrava internada em estado crítico.
Referência tutelar da gastronomia macaense, a antiga proprietário do restaurante “O Riquexó” completou em Outubro 105 anos.
A decana da gastronomia maquísta foi homenageada em Novembro último, no concurso de Cozinha Macaense promovido pelo Instituto de Formação Turística, naquela que foi uma das suas últimas aparições públicas.
Aida de Jesus era ainda uma das derradeiras falantes de patuá, que aprendeu com a avó e que procurou transmitir aos filhos.
Nascida a 24 de Outubro de 1915, fez do trabalho uma espécie de elixir da juventude até há pouco mais de três anos, supervisionando pessoalmente a gestão do restaurante “O Riquexó”, de que foi o rosto durante quase trinta anos, depois de ter trabalhado como cozinheira no restaurante Solmar e nos hóteis Estoril e Lisboa.
Referência incontornável da gastronomia macaense, tornou-se ao longo da última década a mais conhecida embaixadora da cultura macaense fora de portas, ao atrair a atenção de alguns dos mais prestigiados orgãos internacionais de comunicação social – como a BBC ou the “The New York Times” – que a procuravam no âmbito de artigos focados no patuá e na culinária maquísta.

Like
Comment
Share
Comments
DEIXOU-NOS uma das mais carismáticas figuras de Macau.
Senhora modesta e simples, de sorriso pronto e aguçado sentido de humor, com uma personalidade de ferro para quando for necessário. Uma dona de casa que com o seu saber influenciou a gastronomia macaense, a ponto de se tornar o seu símbolo. Viveu mais que um século e assistiu a todas as transformações de Macau, das suas gentes, dos seus costumes e modos de vida. Viu a sua cidade pacata a transformar-se na grande capital de dinheiro. O que não teria saboreado ao longo desta vida que chegou aos 105 anos.
D. AIDA partiu para um outro patamar, porventura mais nobre. Tenho a sensação de que partiu feliz. Não tinha nada a perder, ganhou foi muito – amor, carinho e respeito de todos. E deve ter partido satisfeita, pois deixou uma mão cheia de gente talentosa na dura tarefa da Gastronomia Macaense.
Estou a vê-la com o mesmo sorriso, cheio de sabedoria e de humor, provavelmente, com os seus auscultadores azuis aos ouvidos, curtindo a música e dizendo com a sua habitual ironia: “Isto aqui não tem mínchi!”
UNGA UCHO D. AIDA, até um dia!

Like
Comment