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Carlos’s post
Deputados
“Isto do parlamento é um luxo inútil, ou antes perigoso (…): um deputado é sempre um ambicioso, um exibicionista, um palrador, um inútil, um empata. Os partidos, esses o que desejam, portanto, não é o bem do país – é o poder”. Escreveu o Visconde do Banho no Comércio de Viseu, há mais de 100 anos (1918) e, não sei porquê vi nesta frase do aristocrata nortenho algumas semelhanças com o que se vê hoje nos nossos parlamentos. Tais verdades levaram, como se sabe, ao desaparecimento desse tipo de parlamento, substituído, durante largas décadas por parlamentos submissos e ridiculamente ditos representativos mas que apenas representavam os chefes idolatrados pela classe dominante. Foi assim na Alemanha, na Itália, na Espanha e entre nós, pelo menos. Uma coisa levou à outra e não se esqueçam que a história tem a tendência de repetir-se, principalmente quando os seus intervenientes se esquecem dos erros passados. Nós açorianos, pela primeira vez na nossa história, temos um parlamento que é suposto representar todos os açorianos, incluindo aqueles que moram fora do nosso território e que por uma aberração político colonialista, não foram autorizados a escolher deputados seus, contra o que se fabricou para o parlamento lisboeta certamente para atirar poeira para os olhos de todos os interessados diretos. E é preciso que os eleitos açorianos (cá e lá) tenham consciência do papel histórico que desempenham e lhes impõe a estrita obrigação de se portarem com dignidade porque não falam por si mas sim pelos que ali representam. A frase de Morais Sarmento com que abro este artigo, mostra o que levou à destruição do regime monárquico e, depois, do republicano, quase pelas mesmas razões mas que, no nosso caso, pode destruir o regime autonómico mero patamar duma emancipação mais completa que só o será se a nossa maioridade política o merecer.
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Roberto Y. Carreiro, Paulo Brilhante and 31 others
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- Carolina Matos“Se desejas que o presente seja diferente do passado, estuda o passado.” – Baruch Spinoza
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- 1 d
- Roberto Y. CarreiroOs nossos deputados – todos!, os de lá e os de cá – estão exclusivamente ao serviço de Lisboa e são apêndices das agendas partidárias dos partidos [corruptos] portugueses (todos, para ninguém ficar ofendido…). A nossa «autonomia» – e os seus protagonistas – é [são] uma farsa. Nem para pagadoria serve. Um pagode…
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- 1 d
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- Bruno Gonçalves PradoPouco sei de parlamentarismo, mas os deputados deveriam ser eleitos e representar os seus círculos eleitorais e consequentemente conhecer o que de mais premente e salutar seria importante para os seus eleitores cujo somatório seria Igual a nação dos seus cidadãos.Entretanto o treinador é só um e os jogadores são os seus favoritos.Desculpem a parábola.
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- 22 h
- Carlos Melo BentoBruno Gonçalves Prado também concordo que as candidaturas deveriam ser apresentadas com os nomes dos candidatos em quem o eleitor quisesse votar
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- 22 h
- Ricardo Sampaio CabralExcelente …grande verdadeParabéns
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- 21 h
- Duarte S PereiraBelo TEXTO de 20 valores Doutor ! Fez -me lembrar os Textos no Jornal a Ilha do Jose Barboso do senhor Cristiano Frazao Pacheco sobre as Companhias debaixo das Asas do Bensaude ! Parabens …
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- 21 h
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- Eduardo MedeirosMuito bem ! Ab
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- 6 h
- Francisco José Sousa MonteiroExcelente perspectiva! Abraço
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- 4 h