PALAVRAS QUE, NORMALMENTE, SE EMPREGAM MAL….

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PALAVRAS QUE, NORMALMENTE, SE EMPREGAM MAL….

**NÃO DIGA OVELHA RANHOSA, USE OVELHA RONHOSA
Na origem da palavra ronhosa está a ronha, doença contagiosa, semelhante à sarna que ataca alguns animais, nomeadamente ovelhas. Desta forma, os animais contagiados são afastados do restante rebanho por serem indesejáveis. Daí a natural ligação entre a expressão ovelha ronhosa e o animal não-desejado no rebanho.
**NÃO DIGA SALGANHADA, USE SALGALHADA
Diz-nos, a propósito de salgalhada, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: “Mistura de coisas heterogéneas, confusão, trapalhada, mixórdia”.
**NÃO DIGA QUE A SALA É SOLARENGA, USE SOALHEIRA
Não raro ouvimos e lemos a referência a uma sala solarenga para, desta forma, a classificarmos como um espaço luminoso, claro, banhado pelo Sol. Se queremos usar o termo corretamente, que se aplique solarenga à casa, mas enquanto solar, ou seja edifício nobre, de grandes dimensões. Soalheiro, diz-nos o Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, refere “exposto ao sol, quente. Lugar onde dá o sol”. Logo, uma sala soalheira.
**NÃO USE DEGLADIAR, USE DIGLADIAR
Experimente em contexto de conversa aplicar o termo digladiador. De pronto, alguém presente, irá retorquir e proferir com a certeza das muitas vezes escutada a palavra gladiador. Pode o leitor ripostar. Digladiador tem lugar cativo nos dicionários. “Aquele de digladia. Esgrimista; combatente”. Do exposto percebemos que é correto usar o termo Digladia, nunca degladia.
**SE VAI PERNOITAR NÃO USE ESTADIA, USE PREFERENCIALMENTE ESTADA
A este propósito serve-nos de referência o dicionarista Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca (1922-2010) citado no portal Ciberdúvidas da Língua Portuguesa: “Estadia […] é mais moderna porque é formada de estada com o sufixo -ia. Mas, como quase todas as palavras sinónimas, há casos em que uma é preferível à outra; estadia, por exemplo, é normalmente a única empregada como termo da marinha mercante (“É de uma semana a estadia do paquete no porto de Lisboa”.), enquanto estada se aplica ao tempo de permanência de uma pessoa num lugar (´Durante a sua estada no Porto, João ficou alojado em casa de amigos`)”.
**NÃO USE CATRAPÁZIO, USE CARTAPÁCIO
Quantas vezes ouviu, ou leu, que “o livro é um ´catrapázio´”? Normalmente em tom pejorativo face ao volume em causa, “uma maçada com tantas páginas para ler”. Independentemente de olharmos para o número robusto de páginas com enfado ou entusiaSmo, saiba o leitor que o termo a usar é cartapácio. Diz-nos sobre a palavra o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: “Livro grande a antigo; alfarrábio, calhamaço”. Também pode usar o termo como significado de “carta (´mensagem´) muito grande. Catrapázio não o vai encontrar em nenhum dicionário ou biblioteca.
** NÃO USE “MAL E PORCAMENTE”, USE “MAL E PARCAMENTE”
“Hoje pagaram-me o ordenado. ´Mal e porcamente` como eu esperava”. Não pondo em causa a precariedade (sim, mais correto do que precaridade) laboral expressa na frase, devia o locutor não se socorrer da qualidade suína do pagamento, antes da frugalidade do mesmo. A expressão correta é “mal e parcamente”, com origem em parco, “moderado nas comidas e nas despesas; frugal”, como nos relata o Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora.