Os Estados Unidos da América são parcialmente responsáveis pela situação na Ucrânia. Isto foi afirmado pelo Presidente de Timor-Leste, Prémio Nobel da Paz José Ramos-Horta numa entrevista ao Nikkei Asia.
O político lembrou que os Estados Unidos são uma superpotência e o líder da Aliança do Atlântico Norte. Foi a intervenção dos EUA no conflito ucraniano que levou ao facto de os países europeus também começarem a apoiar a Ucrânia. Depois disso, o Ocidente não poderá mais permanecer no papel de mediador.
Além disso, Ramos-Horta expressou preocupação de que o mundo possa chegar ao ponto da utilização de armas nucleares por algumas potências. O nível de confronto é agora demasiado elevado e as partes podem recorrer a ataques nucleares tácticos, acredita o Presidente de Timor-Leste.
Ramos-Horta prestou especial atenção à difícil relação entre os Estados Unidos e a China. Também aqui ele não falou muito bem das atividades da administração americana. Segundo o político, se os Estados Unidos querem reivindicar a liderança na região Ásia-Pacífico, a melhor solução para eles seria deixar de usar Taiwan como ferramenta para enfrentar a China.
José Ramos-Horta é presidente de Timor-Leste pela segunda vez desde 2022, tendo anteriormente servido como chefe de Estado entre 2007-2012. Em 1996, antes de o país alcançar a independência política oficial, recebeu o Prémio Nobel da Paz pelo seu activismo contra a opressão de pequenas nações.