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  • 12K views · 324 reactions | Neve no Pico I RTP Açores | Esta manhã…

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    Esta manhã nevou em várias zonas altas dos Açores. Imagens da neve na ilha montanha. #neve #ilhadoPico

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  • Neve caiu em várias ilhas dos Açores esta sexta-feira. Eis as imagens

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    É um Dia dos Namorados bastante invulgar em algumas ilhas do arquipélago, onde, raramente neva.

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  • BANCO MUNDIAL ARRASA POLÍTICA ECONÓMICA DE TIMOR

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    O último relatório do Banco Mundial sobre a política económica de Timor Leste… parte a loiça toda. Mas o PM (e o PR?) vai assobiar para o lado… Vai uma aposta?!…
    “3.º Foco especial: fazer com que a despesa pública impulsione o crescimento
    O caminho fiscal insustentável de Timor-Leste: despesas elevadas, rendimentos baixos
    Timor-Leste gasta oito dólares por cada dólar que arrecada, classificando-se, a nível mundial, entre os países com mais elevada despesa governamental em proporção do PIB. A despesa pública situou-se em média em cerca de 85 por cento do PIB entre 2013 e 2023. Esta despesa excecionalmente elevada, a par de uma baixa arrecadação de receitas internas — consistentemente abaixo dos 12 por cento do PIB — colocou uma pressão imensa sobre o Fundo Petrolífero. São frequentes as violações da regra do Rendimento Sustentável Estimado (RESI) concebida para limitar os levantamentos anuais e preservar a rentabilidade do Fundo.
    A longevidade realça os crescentes riscos fiscais e a necessidade urgente de uma melhor gestão fiscal. Além disso, o esgotamento previsto do Fundo Petrolífero em 2035, com base na estimativa recente do Ministério das Finanças, agravado pelo desenvolvimento incerto de reservas adicionais, como as proporcionadas pelo Greater Sunrise, representa uma ameaça significativa à estabilidade fiscal.
    Sem reformas imediatas, Timor-Leste necessitará de um ajustamento orçamental severo, o que poderá pôr em risco a prestação à população de serviços públicos essenciais e a coesão social.
    Os elevados níveis de despesa pública não se traduziram num crescimento económico elevado e sustentado e em melhores níveis de vida. Entre 2011 e 2023, o crescimento do PIB foi em média de apenas 1,3% ao ano, muito abaixo dos 4% ou mais observados em países com esforços fiscais semelhantes. De acordo com o estudo sobre o nível de vida de 2014 a redução da pobreza estagnou, com quase 42 por cento da população a viver abaixo do nível nacional da linha de pobreza. Esta falta de progresso revela profundas ineficiências na despesa pública e uma desconexão entre despesas e resultados.
    A estratégia orçamental de Timor-Leste enfrenta três desafios inter-relacionados: fraca disciplina orçamental, afetação ineficiente de recursos e estrangulamentos operacionais na gestão das finanças públicas. Estas questões resultaram num baixo multiplicador fiscal estimado em apenas 0,1–0,2, muito abaixo do intervalo médio de 0,5 a 1,4 para países de baixo rendimento como o de Timor Leste. O que isto significa é que há um impacto económico limitado das despesas do governo.
    Cada dólar que o governo gasta acrescenta muito pouco ao crescimento económico do país. Esta desconexão é mais do que uma oportunidade perdida — é um desafio crítico; pois destaca graves ineficiências na atribuição e execução de fundos públicos, bem como desafios estruturais que limitam a capacidade de resposta da economia aos estímulos fiscais.
    Um desequilíbrio significativo na composição das despesas agrava ainda mais as preocupações com a sustentabilidade orçamental.
    Despesas recorrentes dominadas por salários, subsídios e transferências sociais, como a segurança social e os benefícios dos veteranos, excedem sistematicamente os 60 por cento do PIB. Esta grande alocação deixa um espaço fiscal limitado para os investimentos em capital, que são essenciais para o desenvolvimento de infra-estruturas a longo prazo, da educação e das melhorias dos cuidados de saúde. O papel do governo como grande empregador inflaciona as despesas salariais, enquanto o aumento das transferências consolida ineficiências na afetação de recursos. As despesas de capital, embora relativamente elevadas em termos das normas internacionais, sofre de atrasos, ineficiências e falta de foco em projetos de elevado impacto. A preponderância das despesas [re]correntes diluem o impacto potencial dos investimentos de capital, limitando a capacidade de Timor-Leste para fazer face às prioridades de crescimento a longo prazo.
    Os elevados investimentos públicos são prejudicados por atrasos, derrapagens de custos e manutenção inadequada. Uma parte significativa das despesas de capital é afetada a ativos de infra-estruturas como estradas, pontes e serviços [edifícios] públicos. No entanto, os atrasos na execução dos projetos, os custos excessivos e a manutenção insuficiente têm dificultado a sua capacidade de contribuir significativamente para o crescimento económico. A má manutenção das estradas, por exemplo, acelera sua deterioração, o aumento de custos e a redução da acessibilidade para as comunidades e empresas. Fracos projetos e sua gestão e a capacidade técnica limitada dentro dos ministérios do governo agravam estes problemas. O longo prazo, o multiplicador para as despesas de capital em infra-estruturas, especialmente estradas, está estimado em apenas 0,10, refletindo a sua limitada contribuição económica. Com uma pontuação média de velocidade do FMI inferior a 40, Timor-Leste está entre os países com menor qualidade das estradas, ficando significativamente atrás dos seus pares regionais.
    Da mesma forma, os gastos significativos em capital humano não produziram as melhorias esperadas, com resultados em educação e saúde ficando atrás dos pares regionais. As taxas de alfabetização mantêm-se estagnadas nos 68%, muito abaixo da média regional de 84%, e o aumento das despesas com a educação não conseguiu melhorar os resultados da aprendizagem. Os indicadores de saúde são igualmente preocupantes; a esperança de vida é de 69,1 anos, muito abaixo do Vietname (74,6 anos) e da média da Ásia Oriental e Pacífico, de 76,2 anos. A mortalidade infantil continua elevada, com 41 por 1.000 nados vivos em comparação com 18,1 na Indonésia e 16,2 no Vietname. A subnutrição persiste, tendo Timor-Leste uma das mais elevadas taxas de nanismo infantil da região.”
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  • a dor pessoal é maior que as dores do mundo

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    CARNAVAL – DIA DE NAMORADOS 1995

    ESTA E CRÓNICAS ANTERIORES EM https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html

    573 a dor pessoal é maior que as dores do mundo 14.2.2025

    Escrevo propositadamente esta crónica no dia em que mundo ocidental celebra o dia dos namorados ou de São Valentim e pela segunda vez desde 1995 passo o dia sozinho nesta nova condição ou estado civil de viuvez, que posso assegurar-vos é uma dor pessoal maior que todas as dores do mundo.

    E digo-o sem medo de contradição, as dores do imundo podem ser sanadas com mais uma guerra, atómica ou convencional, e meios similares, a dor pessoal não tem fim à vista, a não ser quando o mundo deixar de ter dores ou de existir.

    Digo isto numa fase da vida em que o mundo que me rodeia parece ter enlouquecido de vez (para lá de todos os limites admissíveis), com Trump a querer fazer de Gaza uma nova Riviera sobre o sangue dos palestinianos e outros que ali morreram, a aplicar sanções económicas a todos os países como taxas de importação (o ricochete vai rebentar com vingança), a querer que o Canadá se torne num estado dos EUA (depois de há meses ter repudiado Porto Rico que é um Estado dos EUA), além disso quer comprar a dinamarquesa Gronelândia, diz à Ucrânia que pode vir (de novo) a ser russa, nomeia uma chefe de defesa (supervisiona CIA, FBI, etc.) que é pró-russa, e por tudo isto pergunto-me o que andamos todos aqui a fazer?

    Não falo da corrupção lendária da Portugal, do seu despesismo inócuo, do fosso cada vez maior entre ricos e pobres, das desigualdades sociais, da injustiça da Justiça, da falta de saúde do SNS, da educação e de todos os demais setores em crise permanente.

    Cresci, como sabem, numa ditadura. Havia até quem lhe chamasse branda, como brandos eram alegadamente os costumes do povo que a suportava. Cresci acreditando que um dia o país faria parte da Europa e do mundo, tão longe que bem podia pertencer a outra galáxia. Lembro-me de ir a Tui comprar discos dos Beatles ou beber Coca-Cola que em Portugal eram proibidas com medo dos miasmas contagiosos de civilizações estrangeiras. Depois, veio o dia de todas as esperanças, 25 de abril (quase sem mortes e com cravos na ponta das espingardas) e eu, em Timor, esperei, tardava a chegar (teria ido de barco?) e jamais arribou.

    A Europa cresceu, o sonho da europa unida medrou e cresceu descontroladamente, até ter mais olhos que barriga e ficar desesperadamente obesa na palhaçada que hoje é. Por toda a parte, uma após outra, as ditaduras iam sendo aniquiladas e substituídas por modelos de democracia onde alegadamente o povo e a sua vontade eram representados em parlamentos. Com a queda do Muro de Berlim e a glasnost a dar lugar a uma nova Rússia todos acreditamos que sonhar era isto, quando se tornavam realidade até na América Latina e América do Sul. Já o neoliberalismo da nova ordem mundial tinha disseminado sementes com a Thatcher e o Ronald Reagan, mas não sabíamos que isso iria perverter todo o ocidente.

    Lentamente, nos últimos vinte anos assistimos a um constante retrocesso nas conquistas dos direitos fundamentais da humanidade: igualdade, solidariedade e justiça. Mais do que nunca as democracias estão a ser manipuladas criando a aparência de vontade popular através do voto universal, mas, na prática, substituídas por autocracias dos EUA, à Venezuela e dezenas de países, sem falar daqueles onde as escolhas democráticas foram substituídas por nomeações da grande e anónima banca internacional, do grande capital do petróleo às farmacêuticas que tudo controlam. Isto num mundo em que a verdade é ficção e a ficção é a neoverdade.

    Umberto Eco, afirmava em O Cemitério de Praga e só então me apercebi de que como isto sempre aconteceu sem nos darmos conta. Entretanto, países que se habituaram a mandar e a serem os xerifes do universo, como os EUA (em substituição dos decadentes grandes impérios que duas grandes guerras aniquilaram) continuam a inventar invasões, primaveras políticas, depondo ditadores ou democratas a seu bel-prazer.

    Há algo que sempre afirmei e reitero, mesmo que já não sirva para grande coisa, o 25 de abril trouxe-me o bem mais precioso: a liberdade de expressão, a mim que sou um individualista nato e jamais conseguiria viver numa autocracia. Dantes, os países democráticos tinham eleições os outros não (nem mesmo as mascaradas eleições do partido único em Portugal o ocultavam).

    Hoje assistimos a um novo e preocupante paradigma, a semi-democracia onde existe a aparência de uma verdadeira democracia com eleições e tudo o mais, mas onde a realidade não está representada, com resultados viciados, roubo descarado de votos e tanta manipulação que o resultado é a via autocrática travestidas de democracia oca. O que temos assistido nas últimas décadas é um ataque à democracia, e são as próprias instituições europeias quem mais tem atrofiado o funcionamento dos sistemas democráticos. E até mesmo eu, que sempre me considerei um otimista nato, tenho demasiadas dúvidas, rodeado como estou por autómatos não-pensantes, obcecados com os pequenos ecrãs dos smartphones e impérvios aos atropelos à dignidade, equidade e justiça que acontecem em volta.

    Quando essa liberdade se perder, (e falta cada vez menos tempo) de facto só terei de me conformar e aceitar que me implantem um ”chip” para o meu próprio bem, como nem George Orwell (1984 e o Triunfo dos Porcos) nem Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo) conseguiram imaginar.

    Só que dantes tinha na minha mulher e companheira com quem partilhar essa liberdade e a felicidade de estar vivo e hoje é apenas este corpo envelhecido que me resta. O meu mundo (como escrevi há décadas num poema) já não é um deserto com vozes, mas um mundo negro e silencioso, sem esperanças de um sol que me alumie. É por isso que a dor pessoal é maior que as dores do mundo.

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    as últimas fotos da minha Nini

    Lavc59.14.100
    Lavc59.14.100

  • VICTOR RUI DORES J. Chrys Chrystello memória e mundividência Cavaleiro andante

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    Cavaleiro andante por amor à literatura, J. Chrys Chrystello, ex-jornalista e ex-professor, investigador, cronista, poeta, tradutor, editor e promotor dos Colóquios da Lusofonia, continua a escrever com os olhos da memória.

    Acabo de ler dois livros deste autor: um de crónicas, Liames e Epifanias Autobiográficas, ChrónicAçores V (1949-2005), uma Circum-Navegação (Letras Lavadas edições, 2022); o outro de memórias, Alumbramento: Crónicas do Éden, ChrónicAçores VI (2005-2021), uma Circum-Navegação (2005-2021), (Letras Lavadas edições, 2022).

    Falar de Chrys Chrystello é falar de um cidadão participativo, de um pensador livre e frontal, de um espírito inquieto e irrequieto, de uma voz incómoda e incomodada e, acima de tudo, de um homem da mundividência e do multiculturalismo, exemplo de bom gosto, saber científico e paciência. O bom gosto nasce do amor que ele de há muito vem dedicando aos Açores e à sua literatura. O saber científico é fruto de uma vida inteira dedicada à investigação. A paciência, tendo como tem muito de treino e vontade, só floresce quando é posta ao serviço de uma causa em que se acredita. É o caso dessa monumental Bibliografia Geral da Açorianidade (Letras Lavadas edições, 2017), em dois volumes, fruto de um amplo, criterioso e extensíssimo levantamento bibliográfico (19.500 entradas) levado a cabo, durante 7 anos, por este luso-australiano, e que só pode ser a prova provada e comprovada de uma pujança editorial e de uma indiscutível identidade cultural açoriana.

    De resto, Chrys Chrystello já havia dado boa conta de si com a publicação, entre outras, das seguintes obras: ChrónicAçores: Uma Circum-Navegação de Timor a Macau, Austrália, Brasil, Bragança até aos Açores (Calendário de Letras, 2011) e Crónica do Quotidiano Inútil (Calendário de Letras, 2012), com uma segunda edição revista e aumentada com aquele mesmo título, mas agora com o subtítulo de 50 anos de vida literária (Letras Lavadas, edições, 2022), que reúne os seus textos poéticos – uma poesia do real, militante e de combate, que denuncia as verdades ilusórias e renuncia às máscaras de um quotidiano alienante.

    Mas é sobre os dois livros, assinalados no segundo parágrafo deste escrito, que aqui me proponho tecer alguns breves olhares. Num e noutro, Chrystello, observador infatigável do que se passa à sua volta, pega em momentos do real para os transformar em matéria narrativa.

    Sentindo a usura do tempo e acionando os retroativos da memória, o autor convoca, invoca e evoca pessoas, lugares, coisas e acontecimentos marcantes que povoam o seu imaginário, isto é, tudo aquilo que lhe ficou suspenso na memória telúrica. Recorda geografias afetivas: Porto, Trás-os-Montes, Bragança, Timor, Bali, Austrália, Macau, Médio Oriente, Brasil, Açores. Lembra viagens inesquecíveis. Atenta e argutamente observa e ironiza o real. Faz crítica social e política. Navega sonhos e utopias. Desdenha (d)as novas mitologias do “quotidiano inútil”. Pugna pela liberdade e pela justiça social. Defende a língua portuguesa, ele que é poliglota. Dialoga com poetas e escritores. Lança olhares sobre livros e obras de arte. Celebra a vida e a amizade. Questiona o destino do homem no palco do mundo. Preocupa-se com os infortúnios dos outros. Acima de tudo, reflete sobre a condição humana.

    Estamos perante dois livros de grande espessura evocativa porque registos de uma escrita da memória. Sobretudo em Liames e Epifanias Autobiográficas, o autor analisa minuciosamente algumas das suas experiências vividas, sentidas, sonhadas e evocadas. E, prosador vernáculo que se esmera no cultivo da língua de Camões, escreve com ritmo discursivo e fluência narrativa. Da Lomba da Maia (hoje, seu microcosmo de referência) para o Mundo.

     

    Horta, 7/3/2023

    Victor Rui Dores

     

     

     

     

  • más decisões no hdes

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    Nota prévia: sabemos bem que a abertura do Hospital Modular (HM) corresponde a um esforço muito considerável de energia e disponibilidade de muitos profissionais associados à sua construção, montagem de uma multitude de equipamentos, desenho de circuitos e fluxos de doentes e profissionais, de formação em torno de novas tecnologias, de criação de equipas de trabalho, etc. Todo um conjunto de actividades e tarefas desempenhadas com entusiasmo e afinco de muitos profissionais do HDES. Está toda esta gente de parabéns. Entregaram-se sem reservas, com esforço e profissionalismo, acreditando que destes melhoramentos substanciais resultem melhores cuidados médicos e de enfermagem, melhores condições de estadia e conforto para os doentes nas horas que serão, para muitos deles e suas famílias, de enorme aflição, mas também de esperança. Desejo a todos os que lá trabalham a melhor sorte e engenho para o sucesso no desempenho das importantes funções a que estão acometidos. Será a sorte que TODOS os nossos concidadãos doentes merecem e que o Serviço Regional de Saúde precisa na sua tão afectada autoestima. “Meter o Rossio na Rua da Betesga” (ditado popular) Mas, o “Hospital Modular”… É um enorme e dispendioso anexo sem comunicações com o edifício mãe e que, por esta razão, se desenvolveu, conceptualmente, de forma não virtuosa. Não se integra funcionalmente no corpo do hospital principal, a sua criação não foi suportada por uma decisão técnica verdadeiramente fundamentada e, pelo contrário, resulta magistralmente de um artifício. Pela leitura do relatório produzido pela Comissão de Catástrofe HDES (Junho de 2024), caucionado politicamente pela Secretária Regional da Saúde nas condições dramáticas do pós-incêndio, percebe-se nele um conjunto enviesado de raciocínios e considerações. Em menos de 3 semanas após o incêndio a decisão de adquirir e montar um HM foi tomada. Foi, claramente, uma decisão com um pendor muito mais político do que técnico. A forçada complexidade do modelo adoptado assenta na decisão de não se querer, deliberadamente e no imediato, recuperar, recondicionar, as condições de trabalho de todas as zonas mais ou menos (ou nada), afectadas pelo fogo. E porquê? Porque se decidiu começar a remodelar o hospital por aquela ala situada mais a poente do edifício, perto da zona ardida, e que congrega várias das infra-estruturas vitais ao funcionamento desta unidade de saúde diferenciada. Teve na origem a extemporaneidade do projecto 3Rs do NOVO-HDES. Curiosamente, agora que se fala de Programas Funcionais para o NOVO-HDES, trazidos por equipas de projectistas profissionais para levar a cabo uma grande obra de reconstrução e ampliação do hospital, constata-se, ao contrário, que o Modular foi desenhado com um programa funcional caseiro, ampliado ao sabor e ao toque de alarmes de riscos operacionais e funcionais futuros, adivinhados uns outros (ainda) não. Arruma de forma concentrada todo um vasto e importante sector do edifício do HDES, não por ser necessário que contivesse todas aquelas valências para funcionar como anexo, mas por razões de natureza e risco (in)operacional determinado pela escala de infraestruturas a nele meter (…o Rossio na Rua da Betesga). Tornou-se evidente que a causa deste escalar de complexidade e despesa foi politicamente motivada pela decisão de arrancar o quanto antes com “a grande e estrutural obra do NOVO HDES para os próximos 30-50 anos” (sic). Decisão precipitada e mal preparada, porque decidida no clima emocional dos dias seguintes à súbita e inesperada desgraça do incêndio, oportunisticamente tomada na ilusão do “vai haver dinheiro” (que não houve antes, em abono da verdade), para remodelar sectores vitais do hospital, como sejam, à cabeça, o Serviço de Urgência, mas também o Bloco operatório (BO), a Unidade de Cuidados Intensivos e o Bloco de partos: por arrasto, a Unidade de Neonatologia e um conjunto de enfermarias que totalizam mais de 200 camas. Começou-se por dizer, e justificar esta opção, “porque era uma obra de rápida realização” – em “Agosto a primeira fase estará concluída”: depois era em Setembro, depois era em Dezembro; até agora. Disse-se que custaria 12 milhões de euros (s/IVA) e já vai em mais de 30 milhões. Justificou-se a pressa de avançar por esta solução por causa da necessidade de dar resposta a um possível risco de aumento de pressão de procura de cuidados relacionados com a concentração de massas da época alta do Turismo e dos Festivais de música na ilha de S. Miguel. Tudo argumentos inconsequentes e dissimulados. E a afirmação mais delirante ainda foi dizer-se, no afã da assunção da estratégia 3Rs, que era este o caminho escolhido porque os peritos afirmaram que desta forma a “despesa ficará mais barata 40%” (sic) em relação aos custos da edificação de uma estrutura hospitalar nova, de raiz!! E mais rapidamente executada e finalizada (“vai ainda a procissão no adro…”). Tudo isto foi decidido fazer-se ao mesmo tempo num critério de oportunidade muitíssimo duvidoso pois podia antecipar-se, com enorme previsibilidade, os negativos impactos funcionais e assistenciais que esta opção levantava e que tem durado até agora, nove meses depois do infausto acontecimento. Desde logo sobre os doentes e os profissionais. Há aqui uma frieza de decisão técnica e política que impressiona na sua insensibilidade, embora justificada pelos seus protagonistas como de grande visão e alcance estratégico para o futuro dos cuidados de saúde da ilha e da Região. Poderia ter sido tomada – admito como oportuna decisão – a construção de uma estrutura transitória de alojamento a um Serviço de Urgência (SU) de substituição enquanto decorressem as obras de reabilitação/ redimensionamento do existente. Não no local escolhido para o HM, mas no espaço adjacente ao edifício principal e a ele ligado. Permitindo as condições logísticas, de espaço e de tempo, suficientes para as obras de renovação do SU do edifício principal, ao tempo necessitado, de facto, de uma intervenção mais profunda e estruturante. A renovação do BO poderia ter sido feita por fases, procurando diminuir o impacto sobre o défice global de salas disponíveis: ao que sabemos o hospital decresce de 9 (6+2+1) salas para 2 no “velho” BO (!!??) e mais 2, apenas, no Modular, sendo que uma destas é para estar afectada permanentemente à cirurgia de casos urgentes e emergentes. E a enfermaria do Modular só possui 62 camas de internamento médico-cirúrgico. Antes estavam disponíveis naquela ala poente cerca de 200. Todo este tempo decorrido teria sido mais que suficiente para reabilitar a totalidade das salas de BO, tão necessitadas para atacar todo o atraso de cirurgias em espera. Como vai ser possível manter a produtividade do HDES sequer ao nível prévio ao incêncio? E há ainda quem pretenda fazer-nos acreditar em “recuperação da Lista de Espera” neste contexto (“com papas e bolos se enganam os tolos”). Como outros exemplos paradigmáticos de erros de concepção deste Modular, citaremos os casos: – aquisição desnecessária de todo o equipamento de imagiologia que agora se exibe triunfalmente como “sendo de top, servido de IA, do melhor a nacional e europeu…”, apreçado em mais de 2 milhões de euros, quando existia já, suficiente e tão bom, equipamento disponível no corpo do edifício principal: aliás, estou em crer que o facto de existir esta duplicação de meios (deve ser o único hospital desta dimensão no País com 3 TACs e 2 RMs!!) vai criar ao Serviço de Imagiologia dificuldades de gestão e, muito provavelmente, de subaproveitamento dos equipamentos (“não há fome que não dê em fartura”); – a necessidade permanente de utilização de uma minifrota (6) de carrinhas alugadas ao dia para transporte de bens e serviços de diversa ordem que só existem no edifício central (material de esterilização, de farmácia, de rouparia, etc); – uma estrutura de transporte móvel de doentes, críticos e não críticos, entre o HM-Corpo do HDES, e vice-versa, com uma (duas?) ambulâncias de sofisticado equipamento, em disponibilidade permanente de 24h/365 dias ano, e respectivos recursos humanos especializados (que não vão ser poucos nem baratos). Enfim, exemplos que simbolicamente expõem, as reais debilidades desta solução do HM. É altura das Comissões de Inquérito parlamentar que se anunciam poderem responder e esclarecer este e outros conjuntos de questões. Os açorianos agradecem e o bom nome do SRS merece. *Médico e ex-Director do Serviço de Reumatologia do HDES G
    Diario Açores 14/02/2025
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  • no 40º colóquio nas Flores não teremos disto

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  • LOMBA DA MAIA 11.00 am (manhã)SENSAÇAO TÉRMICA 3 ºc

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  • A “namorada russa” é a nova chefe da Segurança Nacional dos EUA

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    Confirmação de Tulsi Gabbard como Diretora da Inteligência Nacional dos EUA levanta preocupações – ela é conhecida como a “namorada russa”.

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  • Tempestade de neve em aproximação

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    A ordem é para agasalhar: um nevão em aproximação vai atingir as ilhas dos Açores amanhã. O inverno no seu melhor!

    Source: Tempestade de neve em aproximação