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  • da Galiza (Pessoa, Inutilidades) por Isabel Rei

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    Da Galiza mensagem

    Inutilidades

    Pessoa no Livro do Desassossego: “Porque é bela a arte? Porque é inútil. Porque é feia a vida? Porque é toda fins e propósitos e intenções.”, era Bernardo Soares quem falava. Imaginemos Bernardo Soares, tristeiro apaixonado, enfastiado do capitalismo embrionário europeu, onde a primeira máquina já programava: fazer para algo.

    [É certo que o Livro do Desassossego não foi publicado até ao 1982
    mas a sua redação aconteceu nos começos do s. XX,
    sendo a morte do autor em 1935]

    Também Oscar Wilde no Retrato de Dorian Gray: “A Arte é completamente inútil”. O livro saiu do prelo em 1890, justamente quando a Era das Máquinas começava a invadir Europa. O escândalo foi maiúsculo e o autor redigiu várias cartas públicas na sua defesa.

    [Para os meus botões:
    O nosso dandy preferido deveu divertir-se como nunca!]

    Pela mesma época de industrialização massiva, António Machado (1875-1939), andaluz de ascendência galega, fiava uns versos que diziam:

    Sabe esperar, aguarda que la marea fluya
    —así en la costa un barco— sin que el partir te inquiete.
    Todo el que aguarda sabe que la victoria es suya;
    porque la vida es larga y el arte es un juguete.

    Y si la vida es corta
    y no llega la mar a tu galera,
    aguarda sin partir y siempre espera,
    que el arte es largo y, además, no importa.

    No começo do poder das máquinas “valer para algo” significava que a arte, a poesia, tinha o seu lugar prático numa cadeia de produção. Que a fariam encaixar no seu posto e fichar todos os dias. Que estaria desse modo realizando um labor proveitoso para a abstrata sociedade. Não consigo imaginar as páginas dum livro aprontando como um robô as tripas dum automóvel.

    Porém hoje a lógica das máquinas, do poder, nos possui. Tomamos a nossa pílula diária em chips, objeto essência do fazer para algo. Assumimos como natural a utilidade de tudo e quase não entendemos por que é necessária a beleza do inútil, do concibido para nada. A estética do artifício, do ilusionismo, da fantasia, a arte como uma prática em si mesma. Pela contra, aventuramos uns objetivos práticos para as artes

    [abrimos galerias visuais, tecemos fio musical, vemos produtos da marca Disney,
    contratamos empresas de marketing, organizamos concursos, outorgamos prémios,
    ingressamos nas enciclopédias, vendemos discos e livros
    e até imagens em duas, três, quatro dimensões]

    e disfarçamos de seriedade o brinquedo da invenção artística, o escutar por escutar, o ler por ler, qual o viver por viver. Esquecemos a noção da arte como artifício porque sim, máquina sem objetivo. Esquecemos que Arte é parte de Natura sem mais alvos do que existir a existência, essa colossal, poética e exemplar fantasia.

    Eugénio Granell (1912-2001)

    Eugénio Granell (1912-2001)

  • faleceu o maior retratista açoriano

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    Desapareceu fisicamente hoje o maior retratista de sempre dos Açores

    FALECEU ARISTIDES ÂMBAR

    Faleceu hoje às 9 horas da manhã de insuficiência cardíaca, no hospital de Ponta Delgada, Aristides Âmbar Raposo, um dos maiores artistas plásticos da atualidade. Natural dos Açores, Aristides Âmbar, impôs de forma natural, desde a adolescência, a sua genealidade, reconhecida pelas grandes vultos da pintura no nosso país e para além fronteiras para onde foram muitos dos seus quadros.
    O reconhecimento veio também, felizmente ainda em vida, pelo Presidente da República Prof. Cavaco Silva, que há dois anos o agraciou, numa homenagem nacional, com o grau de Comendador da Ordem de Mérito.
    Sendo um dos maiores retratistas do nosso tempo, desenhava um retrato como poucos. E, como se sabe, pintores há muitos, retratistas há muito poucos. Desenhou também, com uma sensibilidade quase extra-sensorial, naturezas mortas, reproduzindo sobremaneira a beleza dos verdes das nossas montanhas e vales, como o espelhado das nossas lagoas, jardins, parques e flores.
    Aristides Âmbar era natural da freguesia de São José, em Ponta Delgada. Tinha dois filhos, o Tim e a Tina, deixando ainda uma neta, Bárbara, mais conhecida por Baguinha, bem como muitos amigos que o veneravam, pessoal e profissionalmente.
    As artes nos Açores ficam mais pobres a partir de hoje com a partida deste enorme vulto do retrato.
    O corpo de Aristides Âmbar estará em câmara ardente na ermida do crematório do cemitério de São Joaquim em Ponta Delgada.
    À família, nesta hora difícil, endereçamos os nossos sentidos pêsames.

    Desapareceu fisicamente hoje o maior retratista de sempre dos Açores FALECEU ARISTIDES ÂMBAR ... Faleceu hoje às 9 horas da manhã de insuficiência cardíaca, no hospital de Ponta Delgada, Aristides Âmbar Raposo, um dos maiores artistas plásticos da atualidade. Natural dos Açores, Aristides Âmbar, impôs de forma natural, desde a adolescência, a sua genealidade, reconhecida pelas grandes vultos da pintura no nosso país e para além fronteiras para onde foram muitos dos seus quadros. O reconhecimento veio também, felizmente ainda em vida, pelo Presidente da República Prof. Cavaco Silva, que há dois anos o agraciou, numa homenagem nacional, com o grau de Comendador da Ordem de Mérito. Sendo um dos maiores retratistas do nosso tempo, desenhava um retrato como poucos. E, como se sabe, pintores há muitos, retratistas há muito poucos. Desenhou também, com uma sensibilidade quase extra-sensorial, naturezas mortas, reproduzindo sobremaneira a beleza dos verdes das nossas montanhas e vales, como o espelhado das nossas lagoas, jardins, parques e flores. Aristides Âmbar era natural da freguesia de São José, em Ponta Delgada. Tinha dois filhos, o Tim e a Tina, deixando ainda uma neta, Bárbara, mais conhecida por Baguinha, bem como muitos amigos que o veneravam, pessoal e profissionalmente. As artes nos Açores ficam mais pobres a partir de hoje com a partida deste enorme vulto do retrato. O corpo de Aristides Âmbar estará em câmara ardente na ermida do crematório do cemitério de São Joaquim em Ponta Delgada. À família, nesta hora difícil, endereçamos os nossos sentidos pêsames.
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  • mia couto e premio camoes

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    Eis o discurso
    de Mia Couto ao receber o Prêmio Camões!

    Mia Couto partilha Prémio Camões com a gente anónima de Moçambique

    rr.sapo.pt

    Embora muitos moçambicanos não saibam escrever ou sequer falar português, são co-autores dos seus livros
    Eis o discurso
    de Mia Couto ao receber o Prêmio Camões!

    Mia Couto partilha Prémio Camões com a gente anónima de Moçambique

    rr.sapo.pt

    Embora muitos moçambicanos não saibam escrever ou sequer falar português, são co-autores dos seus livros
  • As misteriosas descobertas arqueológicas nos Açores

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    As misteriosas descobertas arqueológicas nos Açores

    expresso.sapo.pt

    São dezenas de estruturas em pedra ou escavadas na rocha encontradas em várias ilhas dos Açores e estão a gerar polémica, porque parecem apontar para a presença humana no arquipélago muito antes da chegada dos portugueses.
    https://expresso.pt/multimedia/fotogalerias/misteriosas-descobertas-arqueologicas-nos-acores=f812970

    São dezenas de estruturas em pedra ou escavadas na rocha encontradas em várias ilhas dos Açores e estão a gerar polémica, porque parecem apontar para a presença humana no arquipélago muito antes da chegada dos portugueses.

    Amultiplicação de descobertas arqueológicas no Corvo, na Terceira e noutras ilhas dos Açores está a provocar polémica, porque parece indicar a presença de navegadores muitos séculos antes da chegada oficial dos portugueses, em 1427 (Diogo de Silves).

    Celtas, fenícios, cartagineses, romanos podem ter passado pelo arquipélago, porque o regresso ao Mediterrâneo ou ao norte da Europa de qualquer barco que viajasse ao longo da costa africana teria de ser feito pela chamada volta do Atlântico, por causa da direção dominante dos ventos de nordeste.

    Essa rota passava precisamente pelo grupo central das ilhas dos Açores e pelos seus dois melhores portos naturais: Angra do Heroísmo, na Terceira, e Horta, no Faial.

    Faltam sondagens, escavações e datações por radiocarbono para se tirarem conclusões definitivas, mas se fosse provada a origem pré-portuguesa dos achados arqueológicos, a História teria de ser rescrita, tanto no que diz respeito à descoberta das ilhas como ao paradigma da navegação no Atlântico.

    Félix Rodrigues, professor catedrático da Universidade dos Açores, que descobriu e estudou em profundidade alguns destes achados, vai mais longe e afirma ao Expresso: “Seria a maior descoberta arqueológica da Europa dos últimos 100 anos”.

    Mapa da ilha do Corvo, com a localização dos achados arqueológicos. São cerca de 100 estruturas que parecem hipogeus (túmulos escavados na rocha) como os da região do Mediterrâneo
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    Mapa da ilha do Corvo, com a localização dos achados arqueológicos. São cerca de 100 estruturas que parecem hipogeus (túmulos escavados na rocha) como os da região do Mediterrâneo

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  • HISTÓRIA DOS JUDEUS EM PORTUGAL

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    História dos Judeus em Portugal

    Carvalho is one of the most ancient Portuguese family name. The reason why a lot of Sepharadic jews adopted that name and other typical Portuguese names is that it was the safest way of
  • da lava ao vinho (Pico e outras ilhas)

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    De Lavas a Wine, documentário do jovem Nuno Sá Pessoa. Este é o link, recomendo. Muito bonito, Urbano Bettencourt !
    https://vimeo.com/31239839
    https://www.youtube.com/watch?v=TrXzQWHUVzk
  • açores autonomia1 verão quente

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    http://youtu.be/_LxRQ8RkxIk

     

    Reportagem Açores Verão Quente Açoriano

    www.youtube.com

  • LER AÇORES ZÉ NUNO DA CÂMARA PEREIRA

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    José Nuno da Câmara Pereira no Ler Açores.
    https://www.youtube.com/watch?v=XAlThbyurd0
    LER AÇORES programa 28 Jose da Camara

    www.youtube.com

  • LER AÇORES MARCOLINO CANDEIAS

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    Marcolino Candeias no Ler Açores.
    LER AÇORES programa 27 Marcolino Candeias
    https://www.youtube.com/watch?v=SWV8M_dT4ZQ
  • os Açores e o sul do Brasil

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    Documentário retrata relação entre os Açores e o sul do Brasil (Vídeo)

    www.rtp.pt

    http://www.rtp.pt/acores/?article=32410&visual=3&layout=10&tm=6

    “10 ilhas e um mundo” é o título do documentário que narra a história do povoamento açoriano no Sul do Brasil e retrata as semelhanças culturais entre o arquipélago e a ilha de Santa Catarina. </div>