Os malais têm memória de passarinho

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retirado de Diálogos Lusófonos

 

Joao Paulo Esperanca 14 de junho compartilhou no FB

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«É sempre perigoso querer medir inteligências, à maneira daquela corrente da psicologia estadunidense obcecada com QIs. Lembro-me de quando andava na faculdade ter sido cobaia de colegas meus, estudantes de psicologia, que andavam a participar nos esforços dos professores deles para adaptar os testes de QI para a realidade portuguesa. O problema é que os testes desse género medem competências específicas, e um lavrador lá da minha terra pode ter um péssimo resultado neles mas ter por outro lado capacidades e conhecimentos, ligados ao seu labor de amanhar a terra para nela semear a vida, que os doutos psicólogos nem sabem que existem.

Um texto recente do jornalista/escritor Pedro Rosa Mendes que deu muito que falar mencionava a existência de uma geração de timorenses que “chegou à idade adulta e ao mercado de trabalho sem muitas vezes conhecer conceitos como a lei da gravidade, o fuso horário ou as formas geométricas”. Sorri quando li isto no artigo, recordando os seis anos em que dei aulas na universidade em Timor e as muitas vezes em que expliquei nas aulas conceitos básicos, incluindo exercícios como “Se a estátua do Cristo-Rei fica a oito quilómetros daqui, isso significa uma distância de quantos metros?” ou “Se a altura da Maria é cento e cinquenta centímetros, quantos metros mede a Maria?” (os alunos que fizeram a escola primária no tempo colonial português – mesmo os que revelavam muitas dificuldades nas matérias leccionadas nas diversas cadeiras do curso – não tinham normalmente qualquer dificuldade em responder a isto, bem ao contrário de muitos jovens).
Escrevi neste blogue em diversas ocasiões textos sobre a necessidade de preparar programas e currículos pensados a partir da realidade local, e não num qualquer gabinete distante por pessoas que sonham com um público-alvo que não existe. Mas não é disso que quero falar agora. O tema de que me ocupo aqui é a existência de algumas competências que os timorenses têm na sua esmagadora maioria e que deixam atónitos os malais que por cá andam. Uma delas é um refinadíssimo sentido de orientação.
Todo o timorense sabe sempre para que lado está o mar e qual é a direcção para as montanhas. Daí que o seu sistema de coordenadas geográficas de uso quotidiano seja diferente do nosso. Enquanto o meu limitado cérebro só consegue computar direcções como ir em frente e virar à esquerda ou à direita, os timorenses dão habitualmente indicações como “sa’e” e “tun” (“subir” e “descer”). Isto é complicado de processar quando vou de motorizada com a minha mulher, seguindo as instruções dela para irmos a casa de alguma amiga, e todos os caminhos possíveis no cruzamento são completamente planos!…
Uma outra capacidade que os timorenses em geral têm extremamente desenvolvida é a memória para genealogias complexas, e para os rostos associados a elas. Vindo do ocidente onde, cada vez mais, família significa a família nuclear com poucas caras, fico com um nó no cérebro de cada vez que tento compreender todos os laços de parentesco da família alargada que algum familiar ou amigo me tenta pacientemente explicar.
Uma das primeiras coisas que duas pessoas fazem aqui quando se encontram pela primeira vez é começar a explicar áreas geográficas de origem ou de ramificação das respectivas famílias, posicionando-se assim na complicada teia de parentescos e alianças que ocupa um papel central na forma como os timorenses se vêem no mundo.
Tudo coisas demasiado complexas para malais, que têm memória de passarinho.
João Paulo Esperança à(s) 7:01 da tarde»
“opinião”

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TOPÓNIMOS ERÓTICOS NOS CAMINHOS DE PORTUGAL IN (3) António Mendonça

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Source: (3) António Mendonça

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baleias à vista

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zebras luminosas

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como calar jornalistas

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as cores das montanhas peruanas

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medicina quântica NOS AÇORES….

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Jose Antonio Salcedo
6 mins ·

For my Portuguese friends: Se vive nos Açores, não perca esta oportunidade de fazer uma consulta com um tal “Dr. Tito Freire”, que se define como especialista em “Medicina Quântica e Diagnóstico por Biofeedback”. Segundo um anúncio publicado (cortesia Chrys Chrystello), “O Dr. Tito Freire volta a São Miguel já dia 15 e 16 de Junho, além das várias vertentes terapêuticas, disponibiliza agora também uma nova abordagem com um dos aparelhos mais modernos e fiáveis em termos de Medicina Quântica por Biofeedback. Para marcações, por favor contacte Bioforma 296 099 341/ 91 314 77 82. Para mais informações, dúvidas e esclarecimentos, contacte o consultório do Dr. Tito no continente, através do número 212 898 024, teremos todo o gosto em ajudar.”

De facto, Portugal não é pobre por acaso mas sim porque merece. Faço votos para que charlatães deste tipo sejam sempre desmascarados com frontalidade.

Conceição van Zeller: Se fores a uma consulta, depois conta como foi!…

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MALACA MORREU NOEL FELIX

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Falecimento Noel Felix

Com profundo pesar, a Associação Coração em Malaca, junta-se a toda a família, à comunidade do Bairro Português de Malaca e a todos os associados e amigos, pelo falecimento do grande líder NOEL FÉLIX.

Deixou-nos a 13 de Junho de 2018, na certeza que permanecerá sempre entre todos que partilharam e cantaram em português, as mais belas “cantigas e orações”, que aprendeu com os seus antepassados.

Deixa um espaço vazio no mundo português, com destaque em Portugal e Timor Leste que visitou, e nas comunidades lusos falantes na ásia, com as quais conviveu e se integrou como com elas sempre tivesse vivido.

Um líder que ao longo da sua vida coordenou o “Grupo de Dança de San Pedro de Malacca”.

Deixou-nos o exemplo da fraternidade e simplicidade, dedicando e multiplicando afetos ao seu redor, incluindo aos mais diversos turistas que visitavam o bairro.

Obrigado Noel Félix! Pelo amor e dedicação “ Á Identidade Portuguesa do Bairro”.

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ENSINO EM PORTUGAL o que penso e escrevi sobre o tema desde 2005

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excertos do 3º volume (inédito) de ChrónicAçores uma circum-navegação

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fenício?

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Mario Jorge Costa

Fenício?
Encontrei numa rocha….
um trabalho feito no basalto que com os anos está muito gasto pela erosão do tempo? É curioso que ao lado existiu uma escadaria. Só um especialista e o carbono 14 podem dizer o tempo em que foi feita. Uma análise esópica mas como escrevo aqui só os especialistas podem ver se há interesse nesta estrutura.Quantos séculos? Feito por quem? Vai ser difícil explicar.Todas as análises que atrás sitei são muito caras. Mas um dia vão dar atenção a coisas que vão agora chamar-me nomes mas estou habituado a estas e outras situações. Os Açores tem riquezas escondidas no fundo do mar, em pedras trabalhadas que ainda não foram decifradas.

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