Livro recorda Armando Côrtes-Rodrigues, o poeta esquecido de Orpheu

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Livro recorda Armando Côrtes-Rodrigues, o poeta esquecido de Orpheu

por Lusa

Porto, 29 jun 2019 (Lusa) — Uma investigação da professora universitária Anabela Almeida pode abrir “portas a mais estudos” e talvez à reedição da obra de Armando Côrtes-Rodrigues (1891-1971), o poeta esquecido e um dos mais importantes do movimento de Orpheu.

“Armando Côrtes-Rodrigues, Vida e Obra do Poeta Açoriano de Orpheu” foi lançado este ano e adapta uma tese de doutoramento que Almeida defendeu em 2014, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/UNL), pretendendo “dar conta do labor literário” do açoriano, “em diálogo com a modernidade literária portuguesa”, explicou a autora à agência Lusa.

Apresentada hoje na Casa dos Açores do Norte, a obra aborda “as constantes de Orpheu” na poesia e literatura de Côrtes-Rodrigues, acompanhada de “um roteiro cronológico com toda a bibliografia comentada e anotada para possibilitar novos estudos”.

Anabela Almeida chegou ao poeta de Vila Franca do Campo no curso de um mestrado em Estudos Pessoanos, “através de Pessoa”, em que detetou “um afastamento do Continente em relação às ilhas” no meio literário, e por isso quis “ler, conhecer” o escritor, altura em que se deparou com vários problemas.

“Não encontrei nenhum livro. Havia a `Antologia`, do professor Eduíno de Jesus. Tentei as livrarias, e constatei um facto que me preocupa até hoje: que os livros publicados nos Açores não circulam facilmente em todo o território português, mesmo os que existiam em São Miguel”, aponta.

Na Biblioteca Nacional foi lendo várias obras, chegando depois ao espólio documental e à biblioteca do autor, depositados na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

“As minhas perplexidades, descobertas e o encantamento iam crescendo”, confessa, e então verificou que “a crítica continental afastava Armando Côrtes-Rodrigues do movimento modernista e de Orpheu”.

O açoriano conheceu Pessoa, em 1910, e os dois conheceram Mário de Sá-Carneiro, em 1912, acabando Côrtes-Rodrigues por ser o nome `esquecido` da `geografia` de Orpheu, completa com Almada Negreiros, defende a investigadora.

Côrtes-Rodrigues voltou a São Miguel, entre 1914 e 1915, período em que “mantém uma correspondência intensa, esclarecedora e extraordinária com Pessoa”, que atesta o seu peso no projeto da revista Orpheu.

Participa no primeiro número da revista, “por insistência” dos outros poetas, no segundo, sob heterónimo, e também no terceiro número (que só viria a ser recuperado, a partir de provas tipográficas existentes, na década de 1980).

Mais tarde, no arquipélago, já casado e com um filho, acaba por se “implicar no movimento autonómico”, pelo lado cultural e religioso, o que acabou por deixá-lo `maltratado` “pela crítica continental”.

Dividido em quatro capítulos, o livro começa nos primeiros anos de juventude, passando pela eclosão poética até às outras fases na vida, deixando depois para o fim uma espécie de compêndio de estudos e referências para incentivar futuros trabalhos.

“Um editor ao olhar para o meu livro, conhecendo o autor e a sua estética, o seu laboral cultural, fica com uma ideia do potencial do autor e do interesse em editá-lo. O [meu] livro é não um ponto de chegada, mas um ponto de partida para outros caminhos”, disse à Lusa a autora, para quem a obra é atual e “vai interessar” ao público de hoje.

Côrtes-Rodrigues nunca conseguiu “organizar a sua poesia”, por estar embrenhado em outros trabalhos, entre os quais estudos etnógrafos, que são “marcos da literatura tradicional oral açoriana”, e um volume sobre os Açores para a editora Verbo.

Anabela Almeida considera que o autor está “sem dúvida” no esquecimento, mas a sua obra poderá vir a ser “lida e interpretada e estudada por outros olhares”, se puder ser “publicada e divulgada”, uma vez que “é um autor que está esgotado há 60 anos”, com exceção de um ou outro volume ou de trabalhos mais dispersos.

Côrtes-Rodrigues correspondeu-se “com inúmeras personalidades da cultura portuguesa e brasileira”, e sua a “dimensão literária” está à vista, até nas crónicas que escreveu em vários jornais, considera Anabela Almeida, que deixa “um repto” ao Correio dos Açores, centenário em 2020, e ao Diário dos Açores, que faz 150 anos, para “recolher ou compilar” as “centenas de textos” que o autor foi produzindo para estas publicações.

Nascido em Vila Franca do Campo, em 1891, Côrtes-Rodrigues teve, ao longo da vida, uma atividade cultural em que se dividiu pelos `papéis` de poeta, escritor, dramaturgo, cronista e etnógrafo.

Assinou sob o pseudónimo de Violante de Cysneiros vários poemas em Orpheu, regressando depois aos Açores em 1917, já com um filho, Luís Filipe, também ele poeta mais tarde, editando obras como “Ode a Minerva”, “Em Louvor da Humildade. Poemas da Terra e dos Pobres”, “Cântico das Fontes” ou “Horto Fechado e Outros Poemas”, com Eduíno de Jesus a editar, em 1956, a “Antologia de Poemas”.

Como etnógrafo, Côrtes-Rodrigues reuniu em vários volumes muita da tradição literária do arquipélago, como em “Cancioneiro Geral dos Açores”, “Adágio Popular Açoriano” ou “Poesia Popular Açoriana. Angra do Heroísmo”.

Publicou crónicas em vários jornais nacionais e ilhéus e, no teatro, tem como grande obra “Quando o Mar Galgou a Terra”, numa carreira literária que em 1953 foi distinguida com o Prémio Antero de Quental, então pela publicação de “Horto Fechado e Outros Poemas”.

Seca no Iraque revela palácio de 3.400 anos

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IRAQUE MILENAR

 

DW.COM
Recuo do nível de água na represa de Mossul expõe ruínas milenares na margem antiga do rio Tigre. Construção pertencia ao misterioso Império Mitani, que chegou a dominar partes atuais de Turquia, Síria e Iraque.

o tirunfo dos porcos (ciência não é uma questão de opinião)

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For my Portuguese friends: Subscrevo as palavras do João Pires da Cruz. Não, Ciência não é uma questão de opinião. Excelente artigo.

“A ciência não é uma questão de opinião. Não é uma democracia onde se valoriza a liberdade de expressão. Vive de alguma diversidade, mas apenas na posse de todos os dados, no conhecimento do que está certo, do que está errado e daquilo que nos desperta incerteza. É por isso que leva anos até alguma descoberta ter impacto científico, alguns mais que a aparecer nos jornais. Aquilo que o permafrost da América do Norte parece revelar é que, muito provavelmente, não só estamos a falar de reduzir emissões, mas que devemos estar a planear o que fazer com o impacto. Em termos físicos, a coisa está muito pior do que aquilo que pensávamos à partida, sendo que a altura de planear o que aí vem é agora. Claro que há muitas dúvidas sobre o que aí vem, mas de uma coisa estou razoavelmente certo. Não vai ser envolvendo a rapariguinha que falta às aulas, nem o político que estraga o fato, nem o bronco que diz que está mais frio, que vamos resolver o que quer que seja nas dúvidas que ainda existem. Porque nos sujamos e os porcos gostam.”

Reflexões Crónicas – A Mulher dos Descobrimentos: D. Beatriz, governadora dos Açores – Tribuna das Ilhas

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Foi recentemente lançado o livro A Mulher dos Descobrimentos, uma biografia de D. Beatriz de Barcelos, Infanta de Portugal e Duquesa de Viseu e de Beja. Trata-se da edição da Tese de Doutoramento da autora, Maria Barreto Dávila, que se tem dedicado a estudar o papel das mulheres na História, em particular no final da […]

Source: Reflexões Crónicas – A Mulher dos Descobrimentos: D. Beatriz, governadora dos Açores – Tribuna das Ilhas

Translation is an art, and this guy really isn’t good at it

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Alternatino

Translation is an art, and this guy really isn’t good at it

A História Secreta da Austrália no Mar de Timor

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“É preciso ler com calma o livro da jornalista australiana Kim McGrath acabado de ser publicado em português (Porto Editora). Passar dos Limites – A História Secreta da Austrália no Mar de Timor é pequeno mas denso. Quem não conhece a história vai apanhar um susto. Mas quem conhece também.”

PUBLICO.PT
O dossier Downer Compilation serviu para o Governo australiano “mostrar tudo”. Mas foi uma meia redenção. Foram excluídas páginas de…

MARIA NOBODY poema do dia Chrys

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509 (maria nobody, à maria mãe, pico, 9 agosto 2011)

maria nobody

de todos ninguém

de alguém

de um só

maria nobody

com body de jovem

maria só minha

assim te sonho

assim te habito

maria nobody

de todos ninguém

maria nobody

mãe

amante

mulher

minha maria

maria nobody

de todos ninguém

nem sabes a riqueza

que a gente tem

maria nobody

de todos ninguém

maria só minha

dos filhos também

maria nobody

mais ninguém tem.

 

musicado aqui

algumas das outras versões aqui:
1. maria nobody de Chrys Chrystello (Maia 2013 (piano Ana Paula Andrade, soprano Helena Ferreira, violoncelo Henrique Constância)

  1. maria nobody (conservatório de ponta delgada, outº 2013 (piano Raquel Machado, barítono Miguel Rodrigues)

  1. maria nobody (piano Ana Paula Andrade, soprano Raquel Machado, violoncelo Henrique Constância, violino Carolina Constância) colóquio Seia 2014

  1. Maria Nobody de Chrys Chrystello por A P Andrade e voz de Carolina Constância 24º colóquio Graciosa 2015 2015

  1. Maria Nobody (versão pop, fado tango poemas açorianos musicados Pedro Teixeira, Paulo Peixoto e Joana Costa da EBI no 21º colóquio moinhos abril 2014, Maia)

 

  1. Maria nobody pelos Bruma na EBI Maia 26º colóquio out 2016

Maria Nobody pelos Bruma – Pedro https://www.youtube.com/watch?v=F4-u6nbEg9A&list=PLwjUyRyOUwOKyMkaiepZif1C_4tvtkeRI&index=10Teixeira e Joana Costa da EBI Maia